Recesso de Natal

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Ironicamente, naquele dia eu não sonhei com Tom, pelo menos não da forma em que aquilo aconteceu das outras vezes, a imagem do sonserino pareceu nos meus sonhos se deformando e se tornando no Lord Voldemort que eu conheci. Então várias cenas de luta, tortura e morte se seguiram em meus sonhos. Acordei me debatendo, eu estava suando frio e com a adrenalina correndo pelas veias, a última coisa que me lembrava do sonho era de ver meu padrinho morrendo. Me levantei da cama e fui até a sala comunal, era umas cinco da manhã, mas precisava de um choque de realidade para tirar o sonho da cabeça.

Depois de conseguir ter certeza de que estava tudo bem, decidi que iria a Hogsmeade comprar os presentes de Natal, era sábado e eu sabia o presente perfeito para Sirius. Meu padrinho merecia algo que demonstrasse o quanto era significante na minha vida, era a família que eu precisava. Pensei também em enviar uma carta para ele e em pouco tempo me vi escrevendo sobre Snape me perseguir e ser afastado do trabalho por Dumbledore, também fiz dois pedidos, o primeiro que convidasse Hermione e Rony para passar um tempo conosco na semana de recesso natalino, e o outro pedido era para Sirius me falar um pouco mais de como era a nova casa e como ele estava. Entreguei a carta a Edwirges e abri o diário de Tom Riddle pensativo.

Dormiu bem? Deve ter sentido minha falta para estar acordado tão cedo. Vi as palavras surgirem na página e franzi a testa.

Digo o mesmo, mas sim, dormi bem. Menti e continuei a resposta. Como sabia que eu estava acordado?

Pressentimento. Resmunguei para mim mesmo, como se eu fosse mesmo acreditar naquilo.

O que você está fazendo acordado essa hora? Perguntei relativamente mal-humorado.

Estou deitado, com dores nas costas e entediado. Ainda não consigo levantar, graças a você. Você bem que poderia vir aqui cuidar do mal que causou. Arqueei a sobrancelha olhando a caligrafia.

Eu me ofereci ontem para fazer isso, foi você quem recusou, lembra?

Mudei de ideia. "Era só o que faltava" pensei, Tom não tinha feito nada de errado, mas eu me sentia perturbado por meu sonho e uma coisa levava a outra.

Tenho muitas coisas para fazer hoje, se não fosse por isso tiraria um tempo para tentar sonhar com o mundo do diário. Menti e fechei o caderno, coloquei-o no mesmo lugar de sempre, em baixo do travesseiro e decidi me arrumar para a ida ao povoado de Hogsmeade.


~


A neve começava a cair, era bom ver que estávamos mesmo próximos do Natal, tornava tudo mais real. Depois de comprar meias coloridas para Dobby, a biografia não autorizada de Morgana para Hermione, luvas para Rony, uma jaqueta de couro para Sirius, uma xícara natalina para Hagrid e uma caixa de bombons para Remus, eu já estava cansado de tantas compras, mas mesmo assim... Algo me dizia para entrar em uma loja de roupas, olhei as araras sem procurar nada em específico até que bati os olhos em um suéter verde esmeralda. Eu fechei os olhos por um momento, era inacreditável que eu estivesse mesmo cogitando comprar algo para ele.

Suspirei, no fundo eu sabia que Tom não tinha culpa pelo pesadelo e eu também sabia que ele era diferente de Voldemort. Mesmo relutando em admitir, Tom era meu amigo, ou ao menos estava no caminho de ser alguém importante na minha vida. Me xinguei por ser tão estupido no quesito apego, talvez eu apenas estivesse enxergando coisas onde não existiam. Qualquer pessoa sã sequer cogitaria estar no mesmo lugar que eu, tentando um novo começo com Tom Riddle.

Crawling - TomarryOnde histórias criam vida. Descubra agora