A sala precisa

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Acordei disposto a fazer todo o esforço dos últimos dias valer a pena e eu faria isso, iria ganhar o jogo. Não só isso como, se tudo corresse como o previsto... Bem, eu e Tom teríamos uma noite agradável na companhia um do outro. Sorri e pulei da cama. 

Estava um pouco mais quente que os anteriores, indicando que inverno estava cada dia mais próximo do fim, o que me parecia, de certa forma, agradável. Era sexta, mas os compromissos eram escassos naquele dia e, com isso, eu tinha mais tempo para ficar nervoso com a partida de quadribol. Não que Rony e Hermione não estivessem fazendo um bom trabalho em me acalmar, mas, bem... Eles pareciam tão ansiosos quanto eu.

Não vi Tom no café da manhã e nem almoço, durante as aulas não havia nem sinal do meu namorado, o que fez eu me perguntar o quão ruim suas costas estavam e, principalmente, se ele iria assistir o jogo. Sabia que o Riddle já havia feito muito por mim, mas ele estar no jogo também seria importante. Suspirei derrotado e, quando me dei conta, já estava quase na hora da partida. O dia passou voando rápido como um pomo de ouro.

Peguei minhas coisas e fui para o vestiário masculino. Enquanto vestia o uniforme do time tentei me convencer que estava tudo bem se Tom não pudesse ir, eu iria dar o meu melhor da mesma forma. Até porque, só estava jogando porque meu namorado havia feito uma boa ação, não só para mim como para Cedric, que acabou se safando de passar mais horas na detenção.

A partida era contra a Corvinal, ela estava abrindo a temporada já que no ano passado havia ganhado a taça das casas. Olhei atentamente para o time, tentando me lembrar se já havia jogado contra algum deles, parecia que fazia séculos... De repente, me dei conta que o jogo já havia começando enquanto eu estava em meus devaneios. Merda, merda... Droga. Não conseguia ver o pomo em lugar nenhum, tentei ir mais alto para visualizar o jogo de longe, passei os olhos pelo campo e então pelas arquibancadas, encontrando um pequeno ponto verde em meio a multidão de bandeiras azuis e vermelhas. Apurando o olhar tive certeza ser Tom.

Só tive tempo de abrir um sorriso antes que algo passasse a meio milímetro de arrancar minha orelha, olhei assustado para o balaço e então para os novos batedores. Não consegui verbalizar o quanto eu sentia falta dos gêmeos para impedir que balaços quase me deixassem com uma orelha a menos. Poucos segundos depois disso, meus olhos encontraram um ponto dourado se movendo em alta velocidade, era o pomo. Sendo assim me lancei até ele com a maior velocidade que consegui, sabendo que ele não seria tão fácil de capturar. Como eu previa, ele desapareceu tão rápido quanto surgiu.

O jogo seguiu por um tempo, estava me perguntando se eu já não estava fora de forma quando vi o novo apanhador da Corvinal voar em direção ao que eu supus ser o pomo. Não podia pegá-lo ou seria empate, mas se deixasse o garoto pegá-lo, nós perderíamos. Minha única escolha era atrasá-lo por tempo suficiente para meu time marcar mais pontos. O único problema disso é que o menino era rápida, tanto quanto eu ou talvez até mais. Definitivamente eu estava um pouco fora de forma.

Consegui cortá-lo três vezes antes que o garoto começasse a me passar para trás, eu estava rezando mentalmente para meus colegas marcarem logo algum ponto para que eu pudesse capturar o pomo e parar de me sentir um tonto apenas usando táticas de bloqueio. Ouvindo minhas preces, meu time finalmente marcou pontos suficientes, em contra ponto, eu já não sabia o que podia fazer para segurar meu adversário e impedi-lo de pegar o pomo de ouro.

O corvinal estava a centímetros de pegá-lo, quando decidi que, se não fosse eu, então ninguém pegaria o pomo. Com toda a estupidez e força de vontade de vencer o jogo possíveis, me lancei na frente dele. Foi impossível não colidirmos. Me agarrei no cabo da vassoura por pura sorte e olhei preocupado para o garoto que havia atropelado, quando constatei que ele havia conseguido se segurar na própria vassoura alguns metros abaixo de mim, fiquei aliviado. As arquibancadas estavam aos gritos, olhei procurando um sonserino específico na multidão, o cachecol verde entregava onde ele estava, sua cara era de fechada e ele estava pálido, se aquilo fosse preocupação... Então era realmente fofo. Sorri e acenei com uma mão para provar que eu estava bem.

Crawling - TomarryOnde histórias criam vida. Descubra agora