Pontas soltas

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O meu dia começou reflexivo sobre quanta merda ainda estava por vir. Teria que lidar com Snape. Teria que lidar com Tom. Teria que lidar com tudo que implicava nas minhas ações do dia anterior e descobrir o que tudo aquilo significava para mim. É, ia ser um dia cheio. Massageei a testa enquanto andava em direção a aula de poções nas masmorras, a aula era com a sonserina devido a mudanças de horário, o que significava ter que lidar com dois problemas de uma só vez.

— Será que podemos conversar por um segundo em particular? — dei um pulo quando ouvi a voz do Riddle pouco antes de entrar na sala — Eu só queria...

— Fala logo, Tom — disse mais impaciente do que eu verdadeiramente me sentia com as pausas desnecessárias e com o olhar baixo do moreno que me lembrava uma criança que havia aprontado algo e não queria apanhar por isso.

— Ontem. Nós resolvemos as coisas ou nós não resolvemos nada? — Não tinha como resolver tudo que aconteceu em um dia e nós dois sabíamos disso, por mais que ambos quiséssemos que fosse diferente.

— Definitivamente nós não resolvemos nada, não podemos resolver tudo o que aconteceu transando — falei de mal humor, Tom assentiu com a cabeça, mas pude ver um sorrisinho se formando, podia pressentir que alguma provocação estava por vir.

— Podemos tentar — inspirei profundamente cerrando os punhos — Ou não, como você desejar... My lord.

— Você está gostando disso, não está? — perguntei ficando vermelho por um misto de raiva e vergonha.

— Eu deveria gostar disso, My lord? — Eu me arrependi profundamente de ter começado com tudo isso, nunca mais ficaria em paz das provocações do Riddle. Além de agir como se pudesse conquistar o mundo com o sorriso dele, Tom estava zombando de mim.

— Será que você pode parar de me chamar assim? — questionei tentando não dar chilique.

— Posso... Quando eu puder voltar a chamá-lo de namorado — Ah, então era isso que ele queria desde o começo. Tive vontade de encontrar um vira-tempo e socar o meu eu do dia anterior por me submeter a isso no dia de hoje.

— Isso não vai rolar tão cedo.

— Então vou continuar a chamá-lo assim, My lord — Ouvi-lo me chamar assim com tanto deboche depois do que aconteceu ontem me deixava com vontade de matá-lo. Mais do que eu já estava.

— Eu mereço — resmunguei inquieto, quase ao mesmo tempo, Tom chegou mais perto de mim, quase tocando os lábios na minha orelha. Senti um arrepio percorrer meu corpo.

— Você pediu por isso... — O Riddle sussurrou para mim em parseltongue — My lord.

Continuei parado no mesmo lugar sem conseguir raciocinar direito, o sonserino entrou na sala e me deixou sozinho, fervendo de raiva como se pudesse explodir a qualquer instante. Quando consegui me mexer para entrar na sala, acabei esbarrando com ninguém menos que Severus Snape. Eu merecia aquilo. Senti um breve desejo de morrer, que foi logo superado pela urgência de retomar o controle da minha vida.

— Desculpe — murmurei constrangido, eu não tinha certeza se deveria ou não tentar descobrir se ele estava mesmo no quarto a hora em que Tom e eu transamos no escritório dele, mas achei melhor do que viver na dúvida eternamente — Professor, eu...

— Nem mais uma palavra Potter, não quero ouvir a sua voz por um bom tempo — Me encolhi um pouco, pela cara e tom de voz de meu professor eu podia ter certeza que ele havia ouvido tudo que aconteceu — E pelo amor de Deus, crie juízo para que mais ninguém tenha que passar pelo que eu passei.

Crawling - TomarryOnde histórias criam vida. Descubra agora