Batizado

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Tom. Tom! Tentei pela décima segunda vez naquele dia, já fazia mais de dois dias que ele havia aparecido para mim e desde então eu não tinha resposta dele. Eu sabia que não deveria estar preocupado com isso, mas mesmo que odiasse admitir, estava preocupado que o Riddle não fosse voltar. Isso seria péssimo tanto para minhas notas em poções tanto quanto para minha sobrevivência quando encontrasse Snape. Tom. Tom Riddle. Tom, você está bem?

Bufei, não tinha como continuar fugindo do morcego velho, hora ou outra iria encontrá-lo e, sem a ajuda de meu ex arquiinimigo, tinha certeza que iria ceder a mínima pressão. Mesmo que não quisesse me desfazer do diário de forma alguma, estava prestes a fechar o diário e tomar o café da manhã – Talvez minha última refeição no mundo dos vivos – quando uma mensagem apareceu. Estou começando a achar que nunca vou me livrar de você.

Provavelmente não enquanto eu viver. Respondi tomado pela alegria de ter ele de volta, escrevendo para mim. Ou enquanto você viver, sei lá. Temos assuntos a tratar.

Então já decidiu o que fazer, suponho que nada que eu escreva vá mudar sua decisão.

Do que você está falando? Não decidi nada e esse é o ponto! Temos que descobrir como me manter vivo durante as próximas duas semanas de aula, durante o recesso de Natal eu consigo me virar, mas... Espere, do que você estava falando antes? Minha curiosidade ultrapassou o meu senso de sobrevivência.

Achei que tivesse tomado uma decisão sobre o que fazer com o diário. Li a frase três vezes e ainda não tinha entendido onde ele queria chegar com aquilo. É uma horcrux como as outras, uma parte da alma de Voldemort está aqui. Vai me destruir?

Finalmente a minha mente conseguiu assimilar tudo aquilo, me apressei em escrever. Está louco? Preciso de você. Escrevi, mas percebi que aquilo soava muito estranho, corei e tentei consertar o erro. Preciso de ajuda para fugir de Snape, encarar os interrogatórios, sobreviver ao Natal e me formar.

Resumindo, precisa de mim para muitas coisas. Sorri, talvez lá no fundo Tom Riddle tivesse sentimentos e, talvez, agora se sentisse mais seguro por eu decidir ficar com o diário.

Exatamente. Vai me ajudar? Dessa vez sem chantagens. Escrevi e mordi o lábio.

Quer mesmo acabar com as chantagens?

Talvez não seja a melhor ideia, mas acho que prefiro que me ajude por companheirismo e não para não sofrer as consequências. Não gosto de me sentir um tirano. Não deixava de ser verdade, mas algum ponto meu também estava preocupado com isso. Não deveria querer ser amigo do ex Lord das trevas, o grande Você-Sabe-Quem, mas era exatamente para esse caminho que eu estava seguindo. Por algum motivo, não me soava a pior coisa, não depois dos últimos tempos.

Você é tão idiota quanto eu me lembrava. Olhei a página sem conseguir pensar em nada. Suponho que eu possa tentar. Não é como se eu tivesse muito mais o que fazer.

Acha que consegue usar sua forma fantasmagórica para me ajudar com Snape? Perguntei, mas já sabia a resposta.

Por enquanto ainda não, posso tentar armazenar energia para uma emergência. Olhei pela janela do quarto, o dia estava nublado, quase chuvoso, e eu sabia que deveria descer as escadas até o refeitório se quisesse tomar café da manhã antes de ir para as aulas. Acho que precisamos de uma senha, para quando for uma emergência. Alguma sugestão?

Crawling - TomarryOnde histórias criam vida. Descubra agora