1944

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Depois de minha caminhada gloriosa, onde eu estava encharcado e humilhado, pelos corredores de Hogwarts, pode-se dizer que eu virei alvo da maioria das piadinhas. Eu sabia que aquilo ia acabar com a próxima vítima dos gêmeos, mas isso não me impediu de ficar deprimido, até porque, até mesmo Mione riu de mim naquela noite.

— Fico espantada por não ter sido sugado pelo encanamento, igual a Murta — Ela brincou entre alguns risinhos.

— Acho que podemos culpar o cabeção dele por isso — Rony falou e os dois explodiram em risadas, senti minhas orelhas pegarem fogo — Desculpe, Harry, mas...

— Está tudo bem, já estou me acostumando com isso — "Estou me acostumando a ser maltratado por meus melhores amigos" pensei dramaticamente — Pelo menos vocês pararam de discutir.

Ron deu de ombros e Hermione virou o rosto, provavelmente porque estava vermelha como um pimentão. Ia dar boa noite para eles e ir dormir, mas antes que eu pudesse fazer isso, minha amiga me chamou.

— Harry! Esquecemos de te falar algo. Enquanto você fugia durante o dia, Snape perguntou duas vezes por você e disse que se não aparecer na próxima aula dele... Vai ter que comparecer na detenção por tanto tempo que os ratos vão te confundir com um deles — engoli em seco e murmurei um "valeu" sem vontade — Ah! E tem mais uma coisa, uma coruja apareceu com uma carta para você, eu acho que é de Sirius.

Peguei a carta que estava com ela e subi as escadas do dormitório com um sorriso feliz. Como eu esperava, o manuscrito falava que meu padrinho estava orgulhoso de mim por ter notas tão boas, e que se eu quisesse, nós podíamos jogar Snape de uma das torres de Hogwarts. Também falou para eu me cuidar e continuar mandando notícias. No fim da carta, o Black ainda falava um pouco sobre o nosso primeiro Natal juntos na casa nova dele e que já estava preparando uma surpresa incrível. De repente eu estava radiante, não me importava mais em passar pelas afrontas de Snape ou as recentes humilhações. Minha vida parecia estar finalmente entrando nos trilhos, era assim que sempre deveria ter sido... Senti meus olhos úmidos, mas a sensação que isso trazia era boa.

Deitado naquela cama comecei a refletir se eu era uma péssima pessoa por falar com Tom, antes daquele momento aquilo nunca pareceu tão errado, mas de certa forma eu sabia que não adiantava me torturar, em algum ponto eu havia começado a realmente apreciar nossas conversas. Tínhamos uma conexão, fosse o que fosse. Peguei um travesseiro e apertei contra o rosto com um pouco de força demais, antes de me lembrar do meu óculos, aí imediatamente deixei aquilo de lado e abracei o travesseiro. Tentei decidir se seria certo que eu escrevesse agora mesmo para o Riddle, mas, lutando contra o Instinto de fazê-lo, tirei o diário do casaco e coloquei de baixo do travesseiro, me deitando sobre ele para reler a carta de Sirius.

Natal em família pela primeira vez... Parecia um sonho. Suspirei tentando me lembrar do que cada um de meus amigos iria gostar de ganhar n Natal, estava na hora de começar a pensar nos presentes. Troquei de roupa, tentando manter minha mente focada na lista de presentes, me deitei na cama e foi perdido nesses pensamentos que sem querer acabei adormecendo...


"Era uma das salas de Hogwarts, apesar de eu não conseguir identificar qual sala era e nem mesmo o porquê eu estava ali. Me aproximei de uma escrivaninha e folheei um livro que estava em cima dela, por mais que eu quisesse, não conseguia ler o que estava escrito e de repente uma voz me chamou a atenção.

— Você poderia, por favor, não mexer nas minhas coisas? Está desorganizando tudo — ergui os olhos e descobri Tom Riddle me olhando acusatoriamente do batente da porta.

— Desculpe — ergui as mãos e me afastei da mesinha. Tom suspirou e foi perto de mim voltando a colocar as coisas na ordem que elas estavam — Onde nós estamos mesmo?

Crawling - TomarryOnde histórias criam vida. Descubra agora