Fuga

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Depois de sonhar novamente com Tom eu estava decidido a não correr mais atrás dele, o que não valia de muita coisa, porque ultimamente todas as minhas ações levavam a ele. No mesmo dia em que sonhei com o Riddle pela primeira vez, fui a aula de Snape pronto para um confronto, mas incrivelmente ele não fez nada e eu achei que o meu maior inimigo do momento havia desistido de me perseguir. Que idiota que eu fui. Era final da última aula daquele dia e eu estava saindo da sala quando fui surpreendido por Snape, que me agarrou por trás para me prender na sala, ele queria me obrigar a beber uma poção da verdade, mas assim que tive oportunidade lancei um feitiço de azaração e corri pelos corredores vazios.

Eu estava desesperado, mais que o normal, e Snape estava completamente maluco me perseguindo daquela forma. Aquele homem precisava urgentemente de terapia. Assim que alcancei uma das outras salas que tinha na masmorra, entrei sem pensar duas vezes, abri o diário e comecei a escrever nossa senha loucamente, não tinha tempo para fazer mais drama em cima da nossa briguinha. Meu único problema era que Tom não estava entendendo nada do que eu estava tentando dizer e ao mesmo tempo Snape estava se aproximando do meu esconderijo improvisado, fiz uma última tentativa e escrevi "Natal" tão grande que ocupou a folha inteira, sublinhei a palavra e esperei que ele entendesse. Contei até cinco e me virei para ver o Riddle de pé próximo a mim.

— Tom! Snape está completamente louco, temos que fugir daqui — falei e me aproximei dele pronto para apressá-lo para formar um plano, mas ele estava ocupado demais olhando as próprias mãos — Tom!

— Deixa comigo, mas talvez tenhamos um problema... — Eu não entendi, mas então ele me tocou e suas mãos não atravessaram o meu corpo. Droga.

Era nítido a diferença, antes ele parecia um fantasma, agora parecia tão humano quanto eu. O moreno também estava usando o uniforme da Sonserina por algum motivo, o que era para lá de estranho. Olhei para os olhos dele com intensidade, eu precisava que ele pensasse em algo, então coloquei minhas mãos na roupa dele e o sacudi de leve para que prestasse atenção em mim.

— Tom, não dá tempo para pensar, vamos fugir antes que Snape... — Nesse momento o morcego velho apareceu na porta do cômodo, ele olhou para mim e então para Tom.

Você está acabado, Potter  — Ele falou com a voz saindo como um rosnado, olhei para o sonserino e tomamos a mesma decisão, avançamos com tudo para Snape tentando desequilibrá-lo.

Tínhamos nos chocado com o professor, mas nem por isso paramos, avançamos pelo corredor com o som dos sapatos batendo no piso e nossa respiração acelerada, a primeira decisão de por onde fugir foi fácil, subimos as escadas das masmorras e chegamos ao térreo, depois disso deixei que Tom me desse os comandos.

— Esquerda! — E então íamos para aquela direção, assim se seguiram uma sequência de ordens — Esquerda! Direita! Esquerda.

Xinguei o arquiteto que projetou Hogwarts e amaldiçoei o espaço ser tão grande, em certo momento paramos para recuperar o fôlego, eu aguentava correr mais um pouco, mas Tom parecia prestes a ter um ataque. Era quase ridículo que estivéssemos fugindo de um professor insano no meio do castelo, mas era a minha única opção. Talvez a guerra tivesse acabado completamente com a sanidade de Snape.

— Precisamos continuar — disse e observei o ex lorde colocar a mão nos joelhos e tentar recuperar o fôlego.

— Eu tenho mais de setenta anos, Harry, pode por favor respeitar os mais velhos? — Ele inspirou fundo e eu o abanei com a mão, nunca tinha imaginado que Riddle fosse tão sedentário.

— Você tem setenta anos e um corpo jovem, vamos! — falei tentando tentando animá-lo.

— Do que adianta fugir? Temos que bolar um plano para enfrentar Snape, se você conseguir agarrá-lo eu posso tentar um feitiço de memória — O Riddle falou chiando como um rádio velho, me perguntei se ele era asmático.

Crawling - TomarryOnde histórias criam vida. Descubra agora