Água morna

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Snape nos conduzia sob um olhar de ferro, sem minha varinha ou a de Tom, nós não conseguiríamos sair daquela situação tão fácil. Para ajudar, eu estava bravo com meu namorado e tinha várias razões para isso. Eu não conseguia entender o lado dele, por que de repente ele iria querer o diário? Eu sabia que havia errado em expor o diário, mas estávamos resolvendo isso. Tudo que se passava na minha mente era que se ele conseguisse isso, nada o impediria de simplesmente desaparecer e voltar com seu plano de conquistar o mundo bruxo. Olhei para o Riddle de canto do olho, ele estava com um corte no lábio graças a um soco que eu lhe dei. O sonserino não havia me batido, não sei se por escolha ou porque eu não dei oportunidade dele fazer isso. 

Sim, eu havia batido no meu namorado e começava a me arrepender cada vez mais a medida que andávamos até a sala do diretor. Se não fosse pela nossa briga, era possível que conseguíssemos enrolar Snape por mais um tempo. Abaixei o olhar e cerrei o punho, se eu acertasse um soco no nariz de meu professor talvez Tom pudesse fugir... Mas do que adiantaria? O diário havia sumido, provavelmente estava com Snape e com tantas pessoas tendo visto meu namorado... Me xinguei mentalmente, havia comprado essa briga com Tom porque não queria perdê-lo e agora estava tudo acabado. Eu não poderia piorar as coisas ainda mais.

Olhei para o Riddle de novo e corei ao perceber que ele também estava olhando para mim. O que ele deveria estar pensando de mim agora? Suspirei alto e dei um jeito de encostar meu ombro no dele, assim que consegui sua atenção, falei um "Desculpe" mudo, sabia que não adiantava muito diante da situação, mas o sorriso de lado que Tom me lançou fez meu me sentir um pouco menos pior. Como eu era horrível, precisava concertar aquilo. Tinha que haver um jeito de tudo ficar bem.

— Dumbledore vai ficar contente quando ver isso... O menino de ouro com um invasor, eu sabia que você não era um aluno, pesquisei por toda a sonserina depois da última vez... Só nos resta saber quem é você de verdade. Tenham certeza que estão muito ferrados, seus pirralhos — Com Severus dizendo isso, adentramos à sala do diretor. Dumbledore estava olhando pela janela, mas no momento em que viu Tom, o velho se aproximou de nós.

— Diretor, por favor, escute...

— Encontrei Potter com esse invasor, era ele quem estava com Harry da última vez e tenho certeza que não é nenhum de nossos alunos — Snape falou por cima de mim.

— Severus... — Dumbledore falou com urgência enquanto olhava para meu namorado, instintivamente me aproximei mais do sonserino e segurei seu braço. Vendo isso, o diretor arregalou os olhos e mudou a voz para algo mais natural — Nos deixe a sós, por favor.

— Mas... — Depois de receber um olhar feio, como se fosse um aluno sendo repreendido, Snape abaixou o olhar e saiu da sala com uma pose arrogante.

— Harry, você sabe quem está do seu lado agora? — concordei com a cabeça e apertei o braço de Tom um pouco mais forte, Albus enrolou uma mecha da barda no dedo — Acho que agora começo a entender o que está acontecendo... Por que não se sentam? Gostaria de ouvir como isso foi acontecer. Me contem desde o princípio se for possível.

— Você... Não vai fazer nada contra Tom? — perguntei incerto e apreensivo.

— A princípio não, mas ainda não tomei nenhuma decisão — Sem falar mais nada, o diretor se sentou e nós fomos para as cadeiras restantes com passos receosos — Balinhas de limão?

— Vamos ao que interessa de uma vez — O Riddle falou e eu o olhei preocupado, Tom mantinha a pose firme e o rosto inexpressivo — O que você quer com essa história toda? O que o faria ficar do nosso lado? Ou melhor dizendo, por que me daria uma chance?

— Por enquanto, gostaria de obter algumas explicações de alguém de confiança — O velho olhou para mim e ajeitou os óculos meia-lua — Harry?

Crawling - TomarryOnde histórias criam vida. Descubra agora