59° Capítulo

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Estou em casa ao lado de Leandro, Miguel parou de chorar, mas tá tão tristonho.
— Miguel... você quer um doce? – Pergunto sentando do seu lado no chão.
— Não...quelo meu papai...
— Mas Leandro tá aqui.
— Não esses papai...o outo.
— Miguel – Leandro vem até ele de senta do seu lado – Você não pode ficar com ele agora.
— Pq?
— Pq está acontecendo muitas coisas, e ele não pode te proteger.
— Pode sim! O lobo do papai é glandão, e coli (corre) rapidu...
— Como você sabe? Ele te mostrou? – Pergunto pegando na mãozinha dele.
— Mostlo...o lobo é glandão, igual a do vovô...
— Eu não sabia que você já tinha visto o lobo de meu pai.
— Minha vovó mostro...quelo meu papai...
Leandro levanta e me olha, eu atendo o sinal e o sigo um pouco afastado de Miguel.
— E agora? Ele não vai ceder.
— É, eu sei Leandro, será que isso vai fazer mal a ele?
— Boa pergunta.
— Talvez eu devesse ter-
— Nem complete essa frase, ele vai ficar bem, não acho que isso vá deixar ele assim pra sempre, uma hora ou outra ele esquece.

Resolvi seguir o que Leandro disse, Miguel não negava comida, mas não queria brincar, nem de mesmo de aviãozinho.
— Jayke? – Leandro vem até o banheiro onde estou dando um banho em Miguel – Eu preciso ir me encontrar com seus irmãos agora, sua mãe vem te buscar – Ele me dá um celinho e um beijo na testa de Miguel. Escutei a porta bater, me deu uma tristeza no peito.
Terminei o banho de meu bolinho e vesti uma roupinha qualquer.
— Tava me esperando né? Eu sei pode falar – Diogo entra pela porta sentando do meu lado no sofá.
— Papai! Papai!
— Meu bebê! – Diogo pega Miguel e o enche de beijos.
— Vai babar meu bolinho todo – Falo puxando Miguel pro meu colo.
— Largue de ser ciumento – Ele pega Miguel, sim eu tava com ciúmes, o bebê é meu.
— Não é ciúmes!
— Papai! Papai! Saudade!
— Duvido ele ter dito isso pra aquele cachorro.
— Não fale isso perto dele, ele fica repetindo.
— Eu não aguento, só de pensar que ele- – Diogo me olha e sorri – Quer tomar um banho comigo não?
— Sabe o que eu quero? – Chego perto tampo os ouvidos de Miguel e faço cara de malícia – Eu quero que você vá tomar – Mordo canto dos lábios.
— O que em? – Ele se aproxima mais.
— Eu quero muito...que você...
— Fale, eu o que?
— Que você vá tomar na rodela do seu cu! Seu corno inútil – Tiro a mão do ouvido de Miguel e dou um peteleco na cabeça de Diogo.
— Que crueldade, eu vou te processar – Ele faz cara de dengo – Seu amigo Nan é do seu tamanho, achei que você fosse menor.
— É, eu também achava que... é o que! Você viu meu amigo?
— Sim quando estava colocando Margarida no carro Rangel passou por mim e gritou "olha só! Um corno de pau pequeno" quando eu olhei seu amigo tava no banco de trás e arregalou o olho para mim, soube na hora que era ou pra falar com você, ou pessoa que te matei.
— E pq você não o salvou!? Ele poderia estar aqui!
— Tá doido, se ele pega a Margarida na hora que eu tivesse pegando seu amigo, minha mãe voltaria a vida e cortaria meu pau.
— O número da-da-daaaaa!
— Calma, se ficar gritando no meu ouvido vou ficar surdo – Ele coça o ouvido e Miguel imita ele – A placa eu nem me toquei em olhar, mas tinha um 0.
— Obrigada, isso vai ajudar bastante, só existe um carro com 0 na placa, isso é certeza.
— Tanto faz.
— Meu amigo tava bem.
— Se tava bem? Seu amigo parecia tá mais cuidado que eu e você juntos, só faltou uma coroa na cabeça dele.
— Não brinque com coisa séria.
— É sério, ele tava muito bem e pelo que eu vi ele ainda tá grávido, tava passando a mão na barriga.
— Que bom que ele ainda tá – Falo aliviado.
— Ou então era bosta – Diogo vai na gargalhada – Ou então gases – Ele ri eu do um tapa nele.
— Não – Miguel fala cruzando os braços e Diogo ri.
— Com um guarda desses não temerei.
— Diogo, me responda por favor, não minta – Ele me olha sério – Você conseguiria achar Rangel?
— Não. É claro que sim! – Recebo um peteleco na testa – Eu o conheço desde criança, sei como aquele bundão pensa. Assim como também sei que ele não machucaria seu amigo, e assim como também sei... – Ele me encara – Que ainda se te algo por mim, sei que minha presença mexe com você.
— Para.
— Ok.
— Por favor ache meu amigo... Te dou tudo que você quiser.
— Tudo? Não diga aquilo que não está pronto pra ceder.
— É sexo que você quer?
— Hum... quero mais o Miguel.
— Você quer mais é rola! – Miguel me olhou – Não repita isso que é feio.
— Se eu ficar uma semana com ele, eu acho o Nan e informo onde – Ele fica pensativo – Um mês com Miguel.
— Um mês é muito.
— Três semanas.
— Isso equivale a uma mês! Uma semana!
— Calma, vai me deixar surdo. Dez dias e encontro seu amigo no quinto.
— Não! Não quero! Não posso ficar longe dele.
— Você pode me achar a pior pessoa do mundo por tá te fazendo escolher entre seu amigo e essa bolinha de gente, mas... eu sei que serão poucas as vezes que poderei estar com Miguel, então preciso aproveitar.

Preso Nas Garras De Um Lobo PerversoOnde histórias criam vida. Descubra agora