Capítulo 7

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Depois do metrô pego o ônibus e vou para o mercado, ainda sinto que estou sendo seguida, mas olho ao redor e não vejo nada de diferente.

Vou comprando minhas coisas e fico mais nas frutas, biscoitos e coisas que eu possa levar na bolsa e na mochila, afinal pra onde eu vou levo sempre comida comigo.

Compro carne, alguns legumes e decido ir logo pra casa, assim faço umas marmitas e deixo no freezer, posso estudar um pouco hoje e amanhã descanso.

Vou para o caixa, pago minhas comprar e chamo um uber. Assim que chego em casa separo as coisas e começo a cozinhar.

Faço uma boa quantidade de comida e durante o processo fico pensando em Teddy, quais eram as chances de ele estar no mesmo cinema que eu fui?

Por uma fração de segundos penso que ele pode ter me seguido, mas simplesmente desencano, afinal Teddy é podre de rico e deve ter mais coisas pra fazer do que me seguir.

Quando toda a comida fica pronta monto um prato e como olhando o Facebook, mal uso o mesmo e só tenho para poder ver como estão meus irmãos e meu pai, Renata posta fotos quase toda semana.

Mesmo já sabendo que não vou ser atendida tento ligar para meu pai, ele nunca me atende quando está em casa, normalmente só consigo falar com ele em dias de semana, quando ele está no escritório, sempre que ele me liga também não está em casa e nessas horas me sinto mal, acho que Lucas e Gabriel nem se lembram mais de mim.

Como eu já esperava papai não atende, então mando uma mensagem por WhatsApp perguntando se está tudo bem.

Saio do Facebook e entro no YouTube, fico vendo uns vídeos de dicas de filmes e assim termino meu almoço.

Resolvo estudar e repassar tudo que aprendi na semana, quando termino separo a comida em potes, lavo toda a louça e vou tomar banho.

Termino meu dia vendo dois filmes na Netflix, dormi cedo e sem preocupação de hora para acordar.

Acordei no domingo me sentindo descansada, não tinha nada pra fazer em casa e depois de almoçar decidi sair pra tomar sorvete.

Peguei o ônibus e fui para um parque bonito, já tinha ido outras vezes no local, sempre que saio desse parque passo na Igreja, costumo assistir à missa e acender uma vela para mamãe.

Estava andando no parque e uma cena chamou a minha atenção, vi um garotinho gordinho correndo igual foguete, enquanto um homem tentava o alcançar, reparo que o homem é parecido com o menino e possivelmente são pai e filho.

- Corre amor! - Vejo uma mulher sorrindo e percebo que é uma família, todos parecem tão felizes.

Chego ao quiosque de sorvetes e depois de esperar na fila peço uma cascona gigante com três bolas.

Pago meu sorvete e saio tomando feliz da vida, vou para uns bancos aonde tem sombra e só relaxo.

Estou ali tomando meu sorvete, quando do nada escuto a voz de Teddy.

Olho para o lado e vejo ele vindo com o celular no ouvido, rapidamente olho para o outro lado e torço pra ele não me ver, mas como sempre acabo me ferrando.

- Heloísa? Você por aqui!? - Teddy diz se aproximando.

- Boa tarde, senhor. - Falo querendo sair correndo.

- Boa tarde. - Ele diz vindo se sentar do meu lado.

Teddy olha para o meu sorvete e sinto tanta raiva, será que ontem no cinema ele não se tocou que não quero nada?

- Quer sorvete? - Pergunto por educação.

- Sim. - O sem noção diz e quando vejo está abocanhando o meu sorvete.

O Outro LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora