Capítulo 19

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- Obrigada. - Falo para a enfermeira que me ajudou.

Acordei com o dia já claro, duas enfermeiras vieram me ajudar, elas tiraram a sonda de xixi, me ajudaram no banho e quase morri de vergonha, a última vez que tomei banho na frente de alguém era criança, e foi na frente da minha mãe.

Depois do banho elas fizeram os curativos nos três lugares e agora estou vestida no meu pijama, trocaram toda a roupa da minha cama e me sinto um pouco entranha.

Não tenho fome, e o soro continua espetado no meu braço.

- Vou trazer seu café da manhã, está se sentindo bem? - A enfermeira pergunta e digo que sim.

Ela se vai e fico meio que deitada na cama, estou coberta com um lençol e olho pra fora, o dia parece estar bonito, mas não me sinto empolgada.

Olho para a minha mochila e dou graças por Teddy ter me socorrido, caso contrário eu estaria perdida. Me sinto envergonhada, triste e impotente.

Ontem antes da cirurgia eu realmente entrei em pânico, nunca poderia imaginar que ia ser operada de uma hora para outra, fiquei com medo e ainda estou com medo, não sei como as coisas vão ficar daqui pra frente, e a cada minuto devo mais e mais para Teddy.

Ele tem sido bom pra mim, disse que vamos conversar e que ele vai me explicar coisas que eu não sei, mas estou com o pé atrás, tudo está constrangedor e ficar nessa posição de depender dele não me agrada, mas que opção eu tenho?

Ligar para o meu pai está fora de cogitação, amigos não tenho, no fim da história estou sozinha.

Queria ir para o meu apartamento, mas por conta das escadas não vou poder. Agora vou ficar de favor na casa do Teddy e nem sei como vai ser.

Ele me pediu perdão de joelhos, disse que quer se explicar, não me machucou e me ajudou, tudo está tão confuso...

Estou ali perdida em pensamentos quando a porta se abre.

- Bom dia, anjinho. - Vejo Teddy na porta segurando um vaso de flores bonitas e alguns balões.

- Bom dia. - Falo surpresa.

Ele entra no quarto fechando a porta e vem para o lado da cama.

- Olha só o que eu trouxe pra você. - Ele diz chacoalhando os balões.

Deve ter uns 10 balões e são todos coloridos, a última vez que ganhei um balão desses foi quando era criança e ia no zoológico com meu pai e com a minha mãe.

- Obrigada. - Falo passando os olhos nas flores.

Parecem mini rosas, são de cor lilás e bonitas, nunca ganhei flores na vida.

- Gostou das flores? Elas são delicadas igual a você, anjinho. - Teddy diz me olhando meio bobo.

Depois que ele descobriu que sou virgem fica me chamando de anjinho, e ainda estou me acostumando com isso.

- São bonitas, obrigada. Nunca me deram flores. - Deixo escapar.

- Vou deixar as flores naquela mesinha e os balões vamos pendurar na sua cama. Como você se sente? - Ele pergunta colocando o vaso na mesa e voltando para perto da cama.

- Bem, eu acho. - Falo sentindo um frio na barriga, pois ele está muito próximo arrumando os balões.

- Tomou banhinho? As enfermeiras te ajudaram? Seus cabelos estão molhados, não gosto disso, você pode pegar um resfriado. - Ele diz tudo de uma vez ajustando os balões.

- Elas me ajudaram, foi tudo bem, eu prendi os cabelos, assim não tem problema. - Fiz um coque.

- Vou dar um jeito nisso. - Teddy diz e puxa o celular do bolso. - Eden preciso de um secador de cabelos, ok, obrigado. - Teddy diz encerrando a ligação.

O Outro LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora