Capítulo 17

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POV Teddy


Não dormi a noite toda, desde que cheguei em casa não consegui dormir, me sinto envergonhado e enojado, em toda minha vida nunca imaginei que chegaria ao ponto que cheguei. Aonde minha mãe estiver deve estar me olhando com vergonha e se duvidar acho que vou até para o inferno por tamanha maldade.

Agi como um crápula, humilhei e tratei como um lixo Heloísa, fiz o que monstros fazem, fiz tudo por um orgulho besta, não pensei nela e tomei atitudes que nunca achei que seria capaz de ter.

Nunca nenhuma mulher me chamou tanta atenção como Heloísa, me apaixonei por ela a anos atrás, no exato momento que passei meus olhos nela pela primeira vez senti meu coração batendo acelerado.

Por muitas vezes eu tentei me aproximar, mas ela nunca me deu a oportunidade nem se quer de conversar. Eu não podia falar o que acontecia, não podia falar que meu pai tinha câncer e tinha pouco tempo de vida, pois a desgraçada da Constance disse que ninguém deveria saber, segundo ela era melhor assim, sem falar que se meu pai ficasse nervoso passava mal.

Qualquer briga ou discussão que meu pai presenciasse fazia a pressão dele subir, com isso vinha os desmaios e convulsões, então toda vez que Constance agia como uma boçal humilhando Heloísa ou qualquer outra pessoa eu só me controlava ficando calado, pois sabia meu pai podia passar mal e até morrer.

O câncer dele era no cérebro e bem raro, assim que foi diagnosticado já estava com metástase e os médicos disseram que era só questão de tempo até ele partir. A quimioterapia e a radioterapia não teriam efeito, então o melhor a fazer era esperar e deixar meu pai confortável.

Constance é uma mulher diabólica, ela é dramática e se eu a contrariasse ela ia fazer escândalo, assim deixando meu pai nervoso. Sempre que eu ia o visitar em sua casa tinha que aturar muita merda calado, pois uma vez a piranha da Constance falou merda e eu retruquei, então a infeliz começou a berrar e meu pai convulsionou, no dia eu me senti culpado, e depois daquilo só me segurava.

Quando Heloísa se demitiu e disse que minha mãe morreu por desgosto comecei a investigar, descobri que tudo era verdade, mas meu pai piorou rapidamente e não pude fazer nada. Vi meu pai morrer sem poder confrontá-lo, e quando ele se foi afastei a desgraçada da Constance de tudo que pude.

Ela ficou com um pouco dinheiro do meu pai e alguns imóveis, mas a empresa e todo o resto ficou comigo. Já faz anos que não vejo a desgraçada e quero distância daquela mulher.

Quanto a Heloísa eu fiquei com raiva dela, ela não me deixou explicar o que acontecia, ele nunca me deixou falar e expor a situação, por conta disso eu nutri um ódio dentro de mim que acabou me deixando cego de raiva.

Ninguém sabe, mas por muitas vezes eu segui Heloísa, por muitas vezes a olhava de longe e até tentei fingir que a encontrava por acaso nos lugares, mas ela nunca baixou a guarda.

Depois da morte do meu pai foquei no trabalho, comprei empresas e estou construindo um conglomerado. Venho fazendo tudo isso só para provar para mim mesmo que não sou um mimadinho de merda, no fundo também fiz tudo para provar para Heloísa aonde eu podia chegar.

Nos últimos três anos tenho pago um dos meus seguranças para seguir Heloísa, e sempre estranhei o fato dela só trabalhar, estudar e ficar em seu pequeno apartamento, por vezes achei até que ela namorava algum desgraçado no prédio que mora, mas meu segurança investigou e não achou nada.

Movido pela raiva comprei a empresa que ela estava trabalhando, de forma irracional pensei que ela era uma arrogante, só queria fazer com que Heloísa baixasse a cabeça e fosse humilhada.

O Outro LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora