Capítulo 16

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Acordei 9 da manhã ainda sentindo dor na barriga, fiz minha higiene e pensei em comer algo, mas além de não sentir fome estava um pouco enjoada.

Mesmo com dor comecei a limpar o apartamento e coloquei roupas pra lavar, fui fazendo tudo devagar e quando deu meio dia tirei as roupas da lava e seca e dobrei as mesmas.

Por último lavei o banheiro e tomei banho, a dor na minha barriga piorou e até pensei em comer algo, mas meu estômago estava estranho, então só peguei meu notebook e me sentei no sofá.

Quero ver se tem fotos dos meninos, e se estão bem, com certeza Renata deve ter postado algo no Facebook.

Entro no Facebook e nem preciso ir no perfil dela, pois logo de cara vejo uma foto do meu pai com Renata sentados em uma mesa falando com uma mulher, olho a foto e percebo que o ambiente ao fundo parece de um salão ou algo assim, então leio a descrição da foto.

"Festa do Gabrielzinho confirmada para 200 pessoas", leio franzindo o cenho, o local está marcado com o nome de um buffet, clico na publicação e vou lendo alguns comentários, a maioria falando que o Gabriel merece a festa.

Penso por uns segundos e o aniversário de Gabriel é em 20 dias, uma festa para 200 pessoas em um buffet? Isso deve ser caro. Eu simplesmente não acredito que meu pai e aquela vaca vão fazer algo assim.

Começo a pesquisar sobre o buffet na internet e depois de meia hora ali, percebo que a festa vai custar entre 15 e 20 mil reais.

- Eu não acredito que isso está acontecendo. - Digo em voz alta.

Meu pai todo endividado e fodido, eu precisando me vender pra pagar a cirurgia e o tratamento de Gabriel, e eles simplesmente ignoram toda essa merda e resolvem fazer uma porra de festa?

Se meu irmão merece uma festa de aniversário legal? Sim, mas é um absurdo meu pai fazer uma coisa dessas, é revoltante.

Com o dinheiro da festa ele pode pagar uns 3 anos de algum convênio bom para os meus dois irmãos, com 20 mil ele poderia abater as dívidas que tem com os bancos, ou até me devolver esse dinheiro para eu quitar um pouco do que devo.

Gabriel nem teve alta, quando ele for pra casa vai precisar de repouso e não de uma porra de festa, que vai custar milhares de reais, milhares de reais que meu pai tirou do rabo, pois não entendo de onde ele tirou essa quantia.

Se quisessem comemorar o aniversário de Gabriel que fizessem um bolinho, algo simples só para a data não passar em branco, pois quem não tem dinheiro e está devendo até o cu não dá porra de festa!

Sem enrolar pego o telefone e ligo para o número do meu pai.

- Alô. - Ele diz e já estou puta, pois já fazia mais de 20 minutos que estava tentando ligar pra ele.

- Oi, o Senhor está aonde? - Pergunto de uma vez.

- Em casa, a Renata e o Lucas estão no hospital com o Gabrielzinho, eu daqui a pouco vou pra lá. - Ele diz parecendo tranquilo.

- Vou ligar por vídeo. - Quero falar olhando pra cara dele.

- Por vídeo? - Ele pergunta hesitante.

- Vou encerrar e ligar por vídeo, não ouse recusar minha chamada, ou juro pela minha mãe que pego a droga de um avião e a coisa não vai prestar. - Digo e encerro a ligação, então ligo por vídeo chamada e meu pai atende.

Ele atende na cozinha e percebo que os azulejos estão diferentes.

- Reformou a casa? - Pergunto tentando ver algo.

- N... não, quer dizer a reforma foi ano passado... antes do processo. - Ele diz e fico desconfiada.

- Como está o Gabriel? - Pergunto séria.

O Outro LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora