CAPÍTULO 4 | MEU NAMORADO

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- Onde você conseguiu isso? - falei para a tal Suri.

- Eu aluguei essa casa pela internet, recebi esse contrato e o imprimi - disse erguendo os ombros. - E você?

- O mesmo... - falei pensando e caminhando pela cozinha. - Fomos vítimas de um golpe! M*rda!

   Disse dando um soco no balcão. Eu sabia que o aluguel estava barato demais para ser verdade...

- Ei! Não destrói a minha cozinha! - falou em um tom raivoso. - Espera! - ela disse me olhando do nada, ela me assustava. - Então tu não é nenhum pervertido, assaltante, sequestrador, psicopata ou assassino?

   Mas que porcaria ela estava falando?

- Mas o que? É claro que não! - respondi ofendido.

   Pelo menos não me tornei nenhum desses ainda.

- Ah, então posso descansar uns cinquenta por cento... - disse aliviada.

- Cinquenta por cento? - perguntei.

- Não cem por cento porque eu não sei se tu está falando a verdade... - piscou pra mim.

   Ela se dirigiu à sala. Eu a segui.

- Olha... acho que se tem alguém aqui que tem que ter medo, sou eu, foi você quem me atacou! Em momento algum eu te machuquei - falei cruzando os braços.

- Pode ser... mas, vai que tu não me machucou ainda porque não teve tempo? - disse enquanto semicerrou os olhos em minha direção.

- Pelo que eu sei, poderia te atacar agora mesmo... - falei me aproximando dela tentando intimidá-la.

   Ela não se moveu. Fiquei a dez centímetros de distância de seu rosto.

- Você tem razão... - ela disse olhando para meu rosto. - Mas eu sei que não vai... - falou batendo o dedo indicador na ponta do meu nariz e caminhando para o outro lado da sala.

- Então... quando você vai embora? - falei me virando para ela.

   Ela riu, como a louca que era.

- Eu não vou a lugar algum, cara estranho do meu sofá.

- Vamos combinar né, garotinha. Eu aluguei a casa primeiro, você que chegou depois. Vamos ser sensatos e...

   Ela me interrompeu.

- Olha só, eu já paguei seis meses de aluguel adiantado, eu não saio daqui nem morta antes disso, meu querido...

   Ah, estava demorando para aparecer um problema...
   Decidi confrontá-la para ver se ela cederia.

- Então temos um problema, porque eu também paguei e não sairei da casa nem antes e nem depois disso...

- Então temos um problema mesmo... - disse caminhando pela sala com um sorriso maroto no rosto.

   Essa menina com certeza me botava medo.

- Vamos lá, Sami... - havia esquecido seu nome.

- Suri - ela respondeu.

- Que seja... eu te ajudo a encontrar outra casa.

- E por que não encontra pra ti? - ela perguntou cruzando os braços.

- Porque...

   Eu não tinha um porquê. Apenas queria ficar na casa por já ter pago seis meses de aluguel adiantado.

- Eu não sairei, senhor estranho! - ela calçou o pé.

   Decidi jogar sujo, ela não aceitaria.

- Então parece que teremos que dividir a casa, Suri... - falei me aproximando dela.

Um Completo EstranhoOnde histórias criam vida. Descubra agora