CAPÍTULO 25 | APENAS SEJA GENTIL!

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P.O.V - Bill Skarsgård

Estávamos todos no supermercado, e quando eu digo todos, eram todos mesmo. Jay e Mali estavam no corredor de guloseimas, Mark e Steve estavam no corredor de bebidas e eu e a Suri estávamos pedindo pão para o café da tarde.
Íamos comprar as bebidas e comidas para a primeira festa que se iniciaria no próximo fim de semana, e também estávamos pedindo algo para o café, porque as duas amigas da Suri, o Mark e o Steve, iam lá pra casa depois.
Eu estava apoiado no carrinho de compras enquanto Suri esperava pelo pedido.

- Ei... dá um chega aqui... - chamei a atenção de Suri. - O que passou pela sua cabeça na hora em que você chamou suas amigas para virem com a gente? - terminei apontando para as duas que riam numa distância de mais ou menos dez metros da gente.

- Por que os teus amigos podem vir com a gente ao supermercado comprar as coisas da festa e as minhas amigas não? - falou pondo as mãos na cintura daquele jeitinho que só ela sabia fazer.

- An? - fiz uma cara obvia. - Porque foram os meus amigos que deram iniciativa a este plano talvez?

- Ah, tanto faz! Mas não se esqueça de que Mali e Jay irão ajudar na divulgação - terminou pegando os pães e agradecendo a moça que havia nos atendido.

- Tudo bem, mas você pode me fazer um favor? - falei guiando o carrinho na direção em que ela seguia.

- Diga - falou abrindo o refrigerador e olhando a validade de uma manteiga.

- Mande aquela Mali, eu acho, parar de me encarar como se eu fosse um delinquente... - falei olhando na direção da garota que ainda ria com a Jay.

- É que pra ela, tu é um - terminou fechando o refrigerador e colocando o pote de manteiga no carrinho.

- Jesus, Suri! Você ainda acredita que eu matei a minha própria irmã? - exclamei e um cara que estava passando por nós me olhou estranho.

- Ei, relaxa! - ela disse dessa vez me olhando. - Eu acredito em ti, mas as minhas amigas ainda não conhecem o teu lado da história. Elas só conhecem o lado da história daquela víbora da Lizi... eu tenho tentado fingir estar tudo bem quando estou perto dela, graças a Deus ela foi viajar este mês todinho.

Era bom ouvir aquilo. Era bom saber que eu conquistei a confiança dela e que ela sabia que eu realmente não tinha nada a ver com aquilo.

- E você não pode explicar o meu lado pra elas? - falei levantando as sobrancelhas.

- Uma hora quem sabe... se tu fizer por merecer... - disse me lançando uma piscadela.

Eu joguei um sorriso de canto. Ela era sedutora mesmo quando não queria ser.

- Está tudo bem por aqui? - disse Mark que chegou quebrando o clima.

- Está. Já escolheram as bebidas? - falei trocando logo de assunto.

- Não - disse Steve.

- Só passamos por aqui pra checar se estava tudo certo... - disse Mark me encarando.

Ele estava tentando me passar uma mensagem codificada. Eu arriscaria dizer que ele estava tentando me falar: "Por que está rindo assim para a garota que eu gosto?". Foi o que eu pensei.

- Já encontraremos vocês lá no corredor de bebidas, vamos ver as meninas primeiro... - respondeu Suri e os dois voltaram a ver os rótulos. - É impressão minha ou tem alguma coisa errada com o animal do grupo? Quer dizer... com o Steve. Ele tá tão quieto...

- Ah, não mexe com o Steve hoje não, tá? Ele realmente não tá legal - respondi.

- Ava... o que ele tem, Bill? - perguntou revirando os olhos.

- A menina que ele gosta deu um fora nele.

- Hummmm... - ela deu um sorrisinho de canto, daquele de quando você vai aprontar alguma com alguém.

- Suri Kimura, não ouse! - falei.

- Ué, mas o que? Eu nem falei nada! - disse rindo e se defendendo.

- Eu li seus pensamentos... não faça nada, dá uma folga pra ele!

Ela fez cara de triste e fomos encontrar as garotas no corredor de doces. Quando chegamos, a tal Mali me encarou novamente e eu desviei o olhar. Já Jay, era bem avoada e não deu atenção a mim em nenhum momento. Estava ocupada demais admirando o corredor.

- O que vocês pegaram? - Suri perguntou pra elas.

- Daqui... - Jay marcou uma parte da prateleira. - Até aqui! - marcou outra.

As três encheram as mãos com todas as possíveis porcarias que haviam naquela marcação de Jay e jogaram pra dentro do carrinho.

- Bom trabalho, gurias! - Suri disse batendo na mão das duas.

Eu segui com o carrinho para procurar os meninos enquanto as três mosqueteiras batiam papo atrás de mim.

- Bill, você acha que só isso está bom? Steve acha que não - perguntou Mark.

- Eu também acho, falta mais algumas garrafas.

Terminei pegando mais algumas bebidas diferenciadas e alguns sucos.
Como tínhamos divido toda a conta entre eu e Suri, fomos pagar enquanto os amigos brincavam de pedra papel tesoura em volta do carrinho... bem adulto.

- Não acha que eles se deram até que bem? - me perguntou Suri.

- Melhor do que eu imaginava... - falei entregando o cartão para a moça do caixa. - Tem como colocar metade do valor nesse cartão e metade em outro? - falei para ela.

- Tem sim! - respondeu gentilmente.

Ela aparentava ter uns quarenta e poucos anos. Usava um coque e no seu crachá dizia: Sheila.

- Steve e Mark vão lá pra casa depois também? - perguntou-me Suri enquanto eu colocava a senha do cartão.

- Sim - terminei tirando o mesmo.

- Que saudade da minha época... - disse a atendente e eu e Suri nos entreolhamos. - Saudade de sair assim como vocês com um grupo de amigos e apenas se divertir...

Nós nem éramos todos amigos ainda!

- Nós não somos... - eu ia dizendo quando Suri me interrompeu dando um tapa em minha mão.

- Tenho certeza que a senhora tem ótimas lembranças... - ela disse retirando o cartão da máquina.

Saímos os seis do mercado com sacolas nos braços.

- Por que me impediu de dizer aquilo pra mulher do caixa? - falei para Suri.

- Porque tu queria estragar as lembranças boas que a mulher estava tendo? Da próxima lembre-se, apenas seja gentil!

Foi o que ela me respondeu. Com aquela atitude e aquela resposta, comecei a enxergar Suri Kimura com outros olhos.

Um Completo EstranhoOnde histórias criam vida. Descubra agora