P.O.V - Bill Skarsgård
Chegamos com Suri no hospital e ela foi levada as pressas para a sala de cirurgia e ninguém nos disse nada sobre o seu estado. Naquele momento eu estava na sala de espera com meus pais e nem lembrava da existência de Lizi e Thomas que ficaram estirados lá no chão da casa.
Eu estava desolado, amargurado, consternado, desconcertado, estava realmente um caco. Meus olhos estavam inchados de tanto chorar e eu sentia que já não havia mais nenhuma lágrima que pudesse sair do meu corpo. Como eu pude não perceber estar tão fixado a ela? Era apenas uma completa estranha que apareceu no meu apartamento e do nada se torna umas das coisas mais importantes da minha vida.- Querido, você sabe que precisamos contatar os pais dela, não é? - disse minha mãe colocando sua mão sob o meu ombro.
Ótimo, mais essa agora...
- É... eu sei.
Falei tirando o celular de Suri do meu bolso e caminhando até a rua. Estava com um pouquinho de medo de contar para a minha sogra que por culpa minha, do meu primo e da minha ex-namorada, Suri levou um tiro e está na ala cirúrgica do hospital mais caro da Suécia. Acessei a agenda do celular e encontrei o contato "melhor mãe do mundo".
- É... alô? - falei com a voz baixa.
- Olá? Quem está falando? - era a mãe da Suri, ela deveria ter percebido pela voz que não era a sua filha.
- É o Bill... namorado da Suri... - falei enquanto minha voz falhava.
- Ah, oi querido! Cadê a Suri? - disse de bom humor.
Aquilo estava me deixando pior ainda.
- Bem, é por isso que eu liguei pra senhora. Eu... - parei de repente e comecei a chorar de novo.
Vi meu pai sair da entrada do hospital e vir até mim, pegar o celular da minha mão e falar com a mãe de Suri. Eu realmente estava sem condições.
- Alô, senhora Kimura? - disse o meu pai. - Sim, é o pai do Bill, sogro da sua filha - ele esperou mais um pouco até que ela respondesse e prosseguiu. - A senhora precisa se manter calma, está bem? Estamos no hospital, Suri foi baleada.
[...]
Depois da mãe de Suri surtar e o pai dela ter que falar conosco, ficou claro que no outro dia pela tarde, eles estariam desembarcando do avião aqui na Suécia para ver a filha. Estávamos esperando há quatro horas e ainda nada. Lizi e Thomas chegaram trinta minutos depois de nós no mesmo hospital de ambulância e ambos estavam em estado grave. Finalmente, alguém apareceu pra nos dar uma luz do que estava acontecendo.
- Olá! Quem está com... - olhou em três pranchetas que segurava. - Thomas Skarsgård, Suri Kimura e Lizi Blewerry? - disse uma médica.
Seu crachá indicava: Marina Martines.
Eu e meus pais nos levantamos imediatamente e a médica se aproximou de nós.- Por favor, diga-nos que Suri está bem... - disse minha mãe.
Eu já não conseguia mais nem falar, apenas esperava logo alguma notícia.
- Eu lamento muito não trazer boas notícias... - meu coração acelerou.
- O que aconteceu doutora? - perguntou meu pai preocupado.
- Thomas Skarsgård é da família de vocês, correto? - meu pai afirmou. - Ele perdeu bastante sangue e a bala perfurou uma artéria importante...
- Vá direto ao ponto... - cansei de ouvir baboseira.
- Ele entrou em coma... - a médica disse e isso não surpreendeu nem a mim nem a meus pais. - Lizi Blewerry não está mais em situação de risco. Ela passou por um período de cirurgia, reagiu bem e deve acordar amanhã pela manhã.
- Eu preciso saber de Suri, doutora! - exclamei.
- Ela não é parente de vocês. O que são dela? - ela perguntou.
- Ela é a minha namorada, como ela está? - eu já estava alterado. A médica olhou para os meus pais e suspirou... - O quê?! O que significa isso que você fez agora?!
- Calma meu filho... - disse minha mãe adivinhando a próxima fala da médica.
- Eu sinto muito... fizemos de tudo, mas... ela não resistiu ao ferimento do projétil e chegou sem vida ao hospital.
Eu paralisei naquele mesmo instante, meu mundo pareceu ter desmoronado e de repente eu não senti mais as minhas pernas, então, caí ajoelhado no chão.
[...]
P.O.V - Narrador
Lizi e Thomas deram baixa no hospital às duas horas da madrugada e Suri à uma e meia. Depois de descobrirem que um dos três ficou em coma, um faleceu e outro já estava fora de perigo, os enfermeiros Marjorie e Ryan prepararam os prontuários e agora se questionavam o que tinham feito de errado.
- Eu sou novo aqui, Marjorie! - falou ele.
- Não interessa, Ryan! Olha a cagada que você fez! Marina vai pegar você pelo pescoço!
- Eu sei... meu Deus... - colocou a mão na cabeça se agachando escorado na porta.
Marjorie o olhou não acreditando.
- Mas que porcaria você está fazendo aí? Corre lá e vê se você alcança a doutora Martines antes que ela de a notícia errada aos familiares!
Ryan saiu voando da sala procurando a doutora Marina Martines e quando a encontrou, sabia que ela já havia dado a noticia errada aos familiares, pois a família se encontrava confortando um homem desolado no chão.
Ryan se aproximou da doutora e o homem o olhou com um olhar sem vida.- Com licença, doutora Marina...
- Agora não, Ryan... - falou sem olhar o garoto.
- Bem... é importante. Na verdade, é importantíssimo...
Ela o olhou assustada. No hospital, quando o assunto era importantíssimo, a coisa não era brincadeira.
- Seja rápido...
Ryan se aproximou e sussurrou algo para Marina que deu um salto.
- MAS O QUÊ?! - exclamou tão alto que assustou Bill, Stellan e My. - O meu Deus, Ryan! Você tem noção do quão grave isso é?
Depois de se recompor, ela conseguiu informar a família de que quem veio a óbito era a senhorita Blewerry e não a senhorita Kimura.
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Um Completo Estranho
FanfictionBill Skarsgård Fanfiction© Suri Kimura é uma garota travessa, animada e gaúcha que com origens japonesas não podia estar mais feliz. Tinha a faculdade garantida no país dos seus sonhos, amigos por perto, muito dinheiro e um lar novinho em folha. Ela...