CAPÍTULO 42 | SUÉCIA, LÁ VAMOS NÓS!

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P.O.V - Suri Kimura

Passou-se duas semanas desde que Bill havia entrado no hospital. Ele agora já estava em casa, pois apresentou uma melhora alta e rápida, já havia recuperado os movimentos das pernas e estava estável, porém, ainda precisava fazer alguns exercícios durante um tempo.
Nós marcamos a nossa viagem para Suécia nos próximos cinco dias, depois, iríamos para o Brasil. Estávamos terminando de checar se não esquecemos nada, nosso vôo saía em três horas.

- Tem certeza de que não esqueceu nada? - ele me perguntou.

- Eu já disse que tenho, Bill. Eu não sou criança! - resmunguei.

- Então tá... - terminou se atirando no sofá.

- Tu já terminou? - perguntei. - Tem certeza de que não esqueceu de nada? - imitei ele.

- Claro que não...

- Pegou roupas quentes, roupa íntima, sabonete... - ele ia concordando com a cabeça. - Chinelos, shampoos, escova de dentes...

De repente ele parou.

- Ah... espera ai que eu vou dar um pulinho ali no banheiro - falou e se levantou.

Eu sabia que ele tinha esquecido algo...
Finalmente saímos de casa e pegamos um táxi até o aeroporto.

- Deu doze dólares... - disse o motorista.

- Tu ouviu? Doze dólares o moço disse - falei pro Bill que estava me olhando.

- O quê? Você não vai me ajudar a pagar? - perguntou perplexo.

Eu ri.

- Tá pensando o que, meu amor? Já está na hora de tu começar a me recompensar por tudo que eu fiz por ti naquele hospital...

Terminei rindo e sai do carro o deixando lá. Eu gostava de provocá-lo, gostava de ver o bico que ele fazia quando estava bravo.
Já no avião, finalmente, sentamos e Bill abriu um mini manual de "Como se manter calmo durante um vôo". Eu ri muito o olhando, até que ele se levantou e começou a olhar pra tudo quanto era lado.

- Tá procurando quem? - eu falei terminando de rir.

- Ah... - ele se sentou e olhou pra mim. - Tô procurando a graça - revirou os olhos e guardou o manual.

- Tu quer ver que eu acho ela? - falei pra ele.

- Ela quem?

- A graça, ué...

- Quero ver... - ele me desafiou.

Me levantei do meu assento e gritei:

- DONA GRAÇA?!

Todos os passageiros do avião me olharam confusos. Bill pegou o meu braço e me puxou para que sentasse.

- Eu deveria ter desconfiado... - ele disse colocando a mão no rosto em frustração e eu ri dele.

Um tempo se passou até que o avião decolou e estávamos então, a caminho da casa dos meus falsos sogros.

- E aí... tuas pernas ainda doem? - perguntei.

Ele andava reclamando de dor causada pelos exercícios.

- Doem após os alongamentos apenas - respondeu sem me olhar.

- Entendi... - olhei para a janela, a vista era incrível. - E como são os alongamentos?

Eu ainda não tinha o visto fazer os exercícios. Ele era ajudado pelos enfermeiros.

Um Completo EstranhoOnde histórias criam vida. Descubra agora