CAPÍTULO 18 | POLÍCIA MAIS UMA VEZ

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P.O.V - Suri Kimura

- Senhorita Suri Kimura? - pergunta o policial na porta.

- Ah, sou eu... olá... - falei me escorando no batente com um sorriso disfarçado no rosto.

Eu tinha mais uma vez chamado a policia por causa do Bill. Mas como sempre... eu havia entendido errado as coisas.

- Eu sou o policial Shane - ele mostrou a sua credencial. - O que causou o seu pedido de socorro?

- Então seu polícia... - enrolei. - E se eu dissesse que... assim... foi um engano novamente? Hipoteticamente... - falei com o mesmo sorriso de antes.

- Você tem certeza? Já é a segunda ligação que recebemos desta residencia em menos de trinta dias, senhorita Kimura.

- É que eu talvez possa ser meio medrosa e impulsiva, as vezes desnecessariamente... ainda hipoteticamente.

- Escute... - o policial olhou para dentro da casa como se quisesse se certificar de que ninguém estaria ouvindo. Ele viu Bill escorado no armário da cozinha nos olhando conversar. Shane baixou a voz para mim. - Se estiver sofrendo algum tipo de violência doméstica e talvez seu namorado lá atrás tenha a ver com os chamados, é só piscar três vezes que eu irei entender como um sim - sussurrou.

Mas o quê? Ele realmente estava pensando que eu tinha um relacionamento com Bill e que eu era a vítima? Se estivéssemos em um relacionamento, a vítima seria ele, não eu.

- Não, não, não, seu polícia. Aquele cara lá é só o cara com quem eu divido esse bangalô aqui, ele já tem uma namorada. E não, eu não estou sofrendo nada, a não ser que o senhor considere fome como sofrimento, aí eu estou sofrendo - sorri.

O policial Shane sorriu e logo, após verificar mais uma vez de que eu não estava sendo violentada física e mentalmente, foi embora. Eu fechei a porta e entrei para dentro sabendo que teria que encarar Bill.

- Eu não acredito que você chamou a policia de novo, Suri - ele disse de braços cruzados.

- Desculpinha Bill... - falei levantando os ombros.

- Você tem que parar com isso, Suri. Será assim os próximos seis meses? - disse sério.

- Ah para Bill! Tu me assustou! Olha o que tu falou pra mim - exclamei em minha defesa.

- O que foi que eu falei demais? - perguntou como se eu estivesse brincando.

- Ah, tu ainda pergunta? - falei vendo ele se fazer de louco. - Tu me disse: "eu vou te matar, olha o que você acabou de fazer!".

- Foi apenas um modo de falar garota. Mas também, você pegou pesado, Suri - completou revirando os olhos.

- Considerando o teu histórico, pra mim isso não soou apenas como um modo de falar... mas tudo bem. Eu vou confiar em ti, pela primeira vez. E eu não fiz nada, quem fez foi tu mesmo, tchê. Não vem colocar a culpa das tuas burradas em mim.

- Suri, Becka esteve aqui em casa a minha procura e você falou pra ela que eu sai com outra garota, isso não é nada demais? - descarado.

- E não foi o que tu fez? Saiu com outra garota?

- Foi... mas você não precisava ter me entregado para Becka, agora ela não que mais saber de mim.

- Ah, então tu quer que eu acoberte os chifres da tua namorada? Vai sonhando... - falei rindo.

- Becka não é minha namorada! - ele exclamou.

- Ah não? Não foi o que tu disse no bar aquele dia...

- Ahn? Do que você está falando? - ele realmente estava bêbado o suficiente para não lembrar?

- Eu falei pra ti parar de me perseguir e perseguir a minha amiga, aí tu disse que não precisava fazer isso porque já tinha uma namorada, logo depois de dizer isso, lambeu a tal Becka - falei não dando importância ao assunto.

- Você ta brincando, não é? - Bill riu.

- Por que estaria? - falei séria.

- Meu Deus... por isso Becka ficou uma fera e agora não quer me ver... - disse pensando e olhando para o chão.

- Tá, tá, tá, Bill Skarsgård. Voltando ao assunto... não diga mais que vai me matar, seja lá qual for a expressão que tu vá usar, assim, evitaremos outras chamadas a policia...

- Quando você vai aprender a confiar em mim? Quando estiver prestes a sair daqui? - Bill disse cruzando de novo os braços.

- Como é que é? O que tu quis dizer com "quando estiver prestes a sair daqui"? - falei o confrontando.

- Ué, quando acabar os seis meses que você pagou e você for embora... - disse ele naquela calmaria toda.

Eu ri como se a psicopata nessa história fosse eu.

- Tu gosta de iludir as menininhas mas é um baita iludido também, né senhor Skarsgård - terminei rindo novamente igual louca.

- Não entendi... - disse ele se fazendo.

- Eu não vou sair desta casa, meu querido. Tu que vai... - falei dando uma piscadela para ele.

- Ah, vamos ver então... - disse ele.

- Mas é claro que vamos. Vou assistir de camarote sua mudança - terminei pegando a ultima maçã que havia restado no cesto de frutas.

- Ei, garota! Essa maçã é minha! - disse ele enquanto tentou tirar a fruta da minha mão, mas eu me desvencilhei.

- Sabe de uma coisa? - dei uma mordida na maçã. - Caguei...

O resto do dia todo Bill não falou comigo.
Estava um calor infernal e o idiota só sabia andar sem camisa pela casa, parecia fazer de propósito. Aquilo me irritava pois atiçava o que havia de pior em mim e fazia também, o único pingo de sanidade que eu ainda tinha, ir embora.

- Bill, tu pode por favor, colocar a camiseta? - eu tentei ser calma e paciente.

- Por quê? Está um calorão... - disse se abanando com um pedaço de papel.

Ele estava suado. Mesmo assim continuava sexy e atraente.

- Gostaria que tu colocasse. É desconfortável te ver assim...

Pude perceber que Bill sorriu maliciosamente de canto.

- Ah é? - Ele disse se aproximando de mim.

- Sim, coloca a tua camiseta - falei dando alguns passos para trás.

- Por que eu deveria? - perguntou bancando o intimidador.

Bill ficou a centímetros de mim que já estava prensada contra a parede. Minha respiração estava ofegante. Bill, não estava me deixando respirar enquanto eu estava entre ele quente pra caramba e a parede gelada. Bill estava muito suado, eu não estava com nojo algum, poderia agarrá-lo daquele jeito mesmo, mas... resolvi fingir que estava.

- Você está muito suado... - fiz cara de nojo. - Desencosta por favor? - terminei virando a cara pro lado.

- Sabe de uma coisa? - ele perguntou e eu o olhei. - Caguei.

Ao terminar de dizer esta frase, Bill me beija.

   Ao terminar de dizer esta frase, Bill me beija

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Um Completo EstranhoOnde histórias criam vida. Descubra agora