CAPÍTULO 45 | VAGABUNDA

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minutos antes...

P.O.V - Thomas Skarsgård

- Eu te avisei, seu imbecil! - falou Lizi furiosa comigo.

- Não podíamos deixar de tentar, né Lizi! - me justifiquei.

Lizi sabia que esse convite pra cá era uma emboscada, mas eu, com as minhas ideias mirabolantes, não a ouvi, e cá estamos nós presos nessa casa só esperando a polícia vir nos prender...

- E que história ridícula foi aquela de me pedir em casamento? Esse era o seu plano? Que patético! - revirou os olhos.

- Você tinha alguma ideia melhor pra fazer o babaca do Bill ficar de boca fechada? Acho que não porque quando ele estava prestes a jogar a merda no ventilador, você ficou só assistindo... - me se estressei, pois o pedido havia sido de verdade.

- Ah tá, tá, tá. Agora eu quero ver como você vai sair dessa... - debochou rindo.

- Você vai me ajudar, não vai? - perguntei caminhando seriamente na direção dela.

- Eu não tenho nada a ver com isso, meu queridinho... se vira! - falou ainda rindo.

- Mas o que? Como assim? Você vai me ajudar sim! - resmunguei bravo.

- Quer apostar que não? - falou levantando a sobrancelha esquerda.

Um dos maiores defeitos, mas também uma qualidade da Lizi era que ela não tinha coração, e se tinha, com certeza era de gelo ou de pedra. Lizi não tinha papas na língua e não dava a mínima se você ficaria chateado, bravo ou triste com o que ela diz. Mas eu sabia muito bem lidar com isso... anos de experiência.

- Quer apostar que sim? - falei e ela duvidou. - Não esqueça que estamos juntos nessa, querida.

- Juntos? - ela riu da minha cara. - Do que você está falando, seu idiota? Os pais do Bill sabem que você matou a filha deles - ela deu ênfase na palavra "você". - Eles mencionaram apenas o seu nome enquanto nós os ouvíamos. Já o meu nome não foi citado em parte alguma com relação a esse assassinato, queridinho.

Eu sabia exatamente como lidar com Lizi.

- Isso é o que eles acham, o que eles acham que sabem. Mas, você sabe que não foi bem assim que aconteceu... não é? - sorri pra ela. Era hora de colocar em prática o que ela sabia fazer de melhor, a arte de ludibriar. - Eu amo lembrar daquele dia... você não?

Ela torceu a cabeça pro lado.

- Eu acho que sim...

- Foi pela manha, foi tranquilo e calmo... com exceção dos gritos da garota.

Quando terminei de falar, vi um sorriso maquiavélico surgir nos lábios de Lizi. Por que eu era tão apaixonado por aquela mulher que mais parecia a malévola?

- Aquilo foi excitante... - fechou os olhos para imaginar ainda com aquele sorriso no rosto.

- Entramos e ela estava preparando algo na cozinha, não é mesmo? Eu não lembro muito bem, estávamos no calor do momento aproveitando os últimos segundos de vida da vítima... - falei franzindo o cenho.

- Não... - ela sorriu novamente. - Ela estava assistindo algo no celular na bancada da cozinha enquanto comia cereal, foi quando nós aparecemos e brincamos um pouquinho com ela que não desconfiava de nada do primo e da cunhada... - Lizi gargalhou, aquilo me mantinha acesso por dentro. - E ai... eu a segurei com todas as minhas forças e a apertei até que ela ficasse sem ar e desmaiasse... de repente, você apareceu com uma estátua de trinta centímetros e meteu na cabeça dela com força! - mais gargalhadas maléficas. - Aquilo foi lindo!

Um Completo EstranhoOnde histórias criam vida. Descubra agora