CAPÍTULO 20 | CHORO E TRISTEZA

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P.O.V - Bill Skarsgård

- Olha o que você fez com a menina, Bill! - disse meu pai.

- Que menina? - perguntei.

- Eu, seu idiota! - disse Suri brava do meu lado enquanto a minha mãe ajudava ela a se secar.

- Tenha mais cuidado, meu filho! - repreendeu minha mãe My.

Mamãe subiu com Suri para ela se trocar e eu fiquei com o meu pai ainda na mesa. Tinha que tirar a limpo que história era aquela de ir embora.

- Pai... falando sério. O que vieram fazer aqui?

- Eu já disse, viemos te buscar - falou normalmente.

Eu ri sarcasticamente.

- Eu não vou voltar.

- Por que foi embora sem mais nem menos, Bill? Você tem noção de quantos dias ficamos procurando por você? - ele falou de repente sério.

- Quer saber? De verdade? Eu não aguentava mais o cheiro da droga que impestiava a sua roupa toda vez que você chegava da empresa, pai... - joguei na cara.

Ele ficou surpreso, mas não tanto quanto eu imaginei que ficaria.

- Eu sabia que você tinha descoberto... - foi só o que ele soube dizer.

- Eu não quero acabar na cadeia novamente por culpa dos outros. Pai! A Bonni morreu e vocês não acreditaram em mim! Vocês me culparam! - eu me levantei bravo da mesa.

Estava com tanta raiva que meus olhos lacrimejavam. Ninguém acreditou em mim, NINGUÉM!

- Meu filho, hoje sabemos que não foi você! Nos perdoe por isso.

Neste mesmo momento, minha mãe My descia as escadas com Suri. Eu estava chateado e bravo demais pra ligar para o que Suri iria pensar, apenas desabafei.

- Vocês não acreditaram no próprio filho! - as lágrimas caíram. - Preferiram acreditar em uma vagabunda mentirosa e no seu amante desgraçado do que no seu próprio filho!

Nesse momento eu já estava surtado. Há cinco anos aquilo estava preso dentro de mim e finalmente tudo estava saindo para fora.
Eu chorava, mas era de raiva e de ódio.

[...]

P.O.V - Suri Kimura

Amante? Do que Bill estava falando? Será que Lizi tinha Thomas como seu amante? Meu Deus... em quem eu acreditaria agora?
Bill estava chorando. Ele estava chorando! Bem ali! Na minha frente! Eu não sabia o porquê mas meu coração estava doendo por ele.
Os pai de Bill o olhava assustado e sua mãe tinha lágrimas nos olhos.

- Mamãe? - ele deu ênfase na palavra. - Em três meses preso, você nunca foi lá me visitar. Por quê? Porque pra você, o seu filho era um assassino! - ele gritou enquanto caiam as lágrimas no chão e na sua roupa.

- Me perdoe meu filho! - My disse também berrando. - Eu me arrependo, sabia que não foi você quem matou a Bonni!

- Se sabia porque me mandou para apodrecer em uma cela minúscula e fedida? Sabia que eu cheguei a dormir com ratos? - ele riu sarcástico com os olhos ainda vertendo lágrimas.

Eu só conseguia assistir tudo aquilo paralisada. Meu coração estava prestes a explodir. Doía. Pobre Bill. Algo me dizia para que eu acreditasse nele.

- Bill... - dizia Stellan mas o filho o interrompeu.

- E você, papai... - ele fungou o nariz e limpou o rosto. - Mantém uma empresa de drogas funcionando como se fosse qualquer outra empresa... por que nunca me contou? Não acha que foi terrível que eu tenha descoberto por conta própria? Seus descarados.

- Por Deus, querido... - ia dizendo My.

- Deus? - Bill riu eufórico. Ele realmente não estava bem. - Quem é você pra falar de Deus, mamãe? - A velha chorava. - Por favor... vão embora da nossa casa.

Nossa casa? Bill não estava NADA bem. Nunca havia o visto daquele jeito no pouco tempo que passamos juntos.

- Não vamos embora sem você - disse o pai cruzando os braços.

- Eu não estou de brincadeira. Vão embora! - gritou Bill e logo se ajoelhou no chão chorando inconsolável. - Eu vou ficar. Mas vocês... vão... embora... - ele estava desconsertado.

- Só iremos com você... - Stellan insistiu e aquilo me deu raiva.

Bill estava ali destruído, destroçado no chão e o pai ainda estava enchendo o seu saco? A verdadeira Suri apareceu quando vi Bill naquele estado.

- Ele não vai embora com vocês! - eu falei.

- Quem é você pra decidir isso, garotinha? - Stellan me confrontou.

Achou ele que iria me intimidar com seu tom autoritário, só achou mesmo.

- Eu não sou ninguém pra decidir isso, mas Bill decidiu! Ele disse que não vai, então ele não vai - confrontei. - Vocês não vêem o que estão fazendo pra ele? Olha como vocês o deixaram! Esse não é o Bill que eu conheço, vocês são uns monstros!

Stellan riu como se eu tivesse dito algo engraçado.

- Eu vou ficar aqui até Bill sair conosco! - exclamou ele.

- Eu tentei ir pelo lado fácil, sabe? Bill disse que não vai com vocês. E mesmo se ele dissesse que iria, eu não deixaria ele sair daqui. Então... já que tu quer ir pelo lado dificil... vamos ver por quanto tempo vocês vão ficar aqui...

Bill já me conhecia. Sabia que eu era capaz de qualquer coisa quando era confrontada e antes que eu pudesse me aproximar de Stellan, ele me interrompe.

- Tudo bem, Suri... - ele disse se levantando e erguendo sua mão para que eu parasse.

- Não dê ouvidos a esta garota, meu filho. Vamos para casa! - disse a mãe de Bill pegando no braço dele.

- Qual a parte de que ele não vai embora vocês não entenderam? - falei irônica.

My puxou o filho até a porta e Stellan seguiu atrás. Bill estava mesmo indo embora?

- Eu sabia que você voltaria conosco, querido! - a mãe de Bill o beijou no rosto.

Bill permanecia sem reação. Quando chegaram até a porta, Bill parou e os puxões da mãe para fora da casa, não fizeram nenhum efeito.

- Bill? Vamos logo! - disse Stellan.

- Sabem que aquela garota lá dentro tem razão? - disse Bill apontando para mim. - Vocês são uns monstros. Vão embora e nunca mais apareçam aqui de novo.

Bill fechou porta e a trancou com os pais no lado de fora. Stellan e My ainda insistiram em chamar pelo filho e bater na porta, mas Bill se sentou ali mesmo onde estava e apenas encolheu as pernas e se pôs a chorar.

 Stellan e My ainda insistiram em chamar pelo filho e bater na porta, mas Bill se sentou ali mesmo onde estava e apenas encolheu as pernas e se pôs a chorar

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Aquilo partiu o meu coração em milhares de pedaços.
Corri até ele e me agachei em sua frente. Segurei o seu queixo e o fiz me olhar.

- Ei... está tudo bem agora... eu estou aqui contigo! - quando terminei de dizer isto, ele me abraçou e chorou como se não houvesse chorado há anos.

Um Completo EstranhoOnde histórias criam vida. Descubra agora