Entrei na sala do Bill e me disseram que tiveram que dar um medicamento para ele se acalmar e dormir. Que ele tinha se desesperado com toda a situação e queria levantar para ir atrás de quem teria feito aquilo com ele, e quando o fez, caiu e acabou machucando as costas. Eles ainda não tinham o examinado mas ele estava com muita dor. Pobre Bill... quando não é uma coisa, é outra... e eu aqui, apaixonada pelo cara mais azarado do mundo... ninguém merece. Passei a tarde ali esperando ele acordar. Durante esse tempo, muitas pessoas vieram o ver, mas ficaram apenas nossos verdadeiros amigos. Jay estava deitada cochilando com Steve e um dos sofás, Mark e Mali haviam saído para comprar alguns refrigerantes e salgados pra nós tomarmos café, sim, os dois andavam de papinho... e eu estava sentada ao lado da maca onde Bill estava deitado dormindo.
[...]
P.O.V - Narrador
Thomas havia sido levado para a delegacia mais próxima. Após tentar asfixiar Bill Skarsgård, Suri Kimura o imobilizou, permitindo assim, que os enfermeiros o segurassem ali até a chegada da polícia. Já na delegacia, ele estava nervoso. Balançava as pernas pra lá e pra cá, estralando os dedos e mudando de posição na cadeira a cada dez segundos. Os detetives o levaram para a sala de interrogatório para que ele respondesse algumas perguntas.
- O que o senhor estava fazendo lá, senhor Thomas Skarsgård? - perguntou o primeiro detetive.
- Eu fui visitar o meu primo, né... - disse nervoso coçando os olhos e sacudindo a perna.
- É? E que tipo de visita era essa? - disse o segundo detetive enquanto o primeiro anotava algo em seu caderninho.
- Eu só fui ver o meu primo, tá legal? Ele acabou sofrendo um acidente doméstico e eu fui o visitar... - Thomas já estava suando.
- Acidente doméstico? Que tipo de acidente doméstico foi? - perguntou ainda o segundo detetive.
- Ah... eu... - Thomas não sabia o que responder porque claro que ele estava mentindo. - Acho que ele caiu? - respondeu sorrindo de canto tentando disfarçar.
- Engraçado... porque eu e o meu amigo aqui - falava o detetive numero dois apontando para o numero um. -, fomos até o hospital e verificamos a ficha do senhor Bill Skarsgård e ele não teve nenhum tipo de acidente doméstico... ele foi espancado por quatro covardes.
- É mesmo? Como há gente ruim no mundo, não é? - Thomas disse dando uma risada sem graça.
- E você nem vai acreditar, senhor Thomas... - falou o detetive jogando verde.
- O que? - ele perguntou assutado.
- Nós conseguimos descobrir quem eram as pessoas que espancaram aquele pobre coitado... sabe como? - o detetive sorriu e Thomas ficou mais aflito do que já estava. - Uma câmera de vigilância de um prédio enfrente onde Bill Skarsgård foi espancado, filmou tudo de antemão pra gente.
Era mentira. Nenhuma câmera de vigilância estava instalada nem perto daquele lugar. Os detetives estavam jogando o verde para ver se Thomas sabia de algo, pois Suri Kimura apontou Thomas Skarsgård e Lizi Stuart como os principais suspeitos de terem feito tal ato de crueldade com Bill. Se ele confessase, seria ótimo. Uma confissão gravada é quase como uma perola preciosa. Depois dos detetives colocarem mais pressão em Thomas, ele finalmente confessa.
- Tá legal! Fui eu! Eu participei daquela cena violenta! - disse chorando e rindo ao mesmo tempo. A típica característica de um psicopata. - E no hospital também, eu tentei sufocar Bill com um travesseiro! - Thomas realmente não sabia se chorava ou se ria, aquilo assustou os detetives que não estavam esperando.
- Isso nós também sabemos, a câmera do hospital flagrou você - disse um dos detetives enquanto o outro anotava tudo. Dessa vez, a história da câmera era verdade - Mas nos diga, senhor Skarsgård, o que motivou o senhor a fazer aquilo?
- Ódio. Eu odeio o Bill e quero que ele morra... - disse com um sorriso medonho nos lábios.
- Por quê? - perguntou o detetive um franzindo o cenho.
- Isso é entre mim e ele... - disse bravo.
- Ok, senhor Skarsgård. Agora diga-nos, quem eram as outras três pessoas que estavam com você na noite em que espancaram seu primo?
- Não - ele respondeu e só.
- Não adianta você encobrir ninguém, sabemos quem são, só queremos ouvir de você, e aliás, por que você vai encobrir quem deveria estar aqui nessa sala junto com você? Thomas, você pode ser preso e eles podem ficar soltos vivendo a vidinha perfeita deles. É isso que você quer? - chantageou o primeiro detetive.
- Lizi Stuart, Becka Simon, Mathew Blacke e eu.
Thomas confessou que quem espancou Bill realmente foi ele, Lizi, Becka e seu novo namorado.
- Quem planejou tudo, Thomas? - perguntou o detetive dois.
- Lizi.
Depois de recolher toda a confissão dele, os detetives interrogaram Lizi, Becka e Mathew para confirmar a situação. Ambos negaram tudo, mas depois de saberem que Thomas confessou, dois deles confessaram seus atos, menos Lizi que se negava a assumir sua parte na história.
[...]
P.O.V - Suri Kimura
Estávamos ainda esperando Bill acordar. Mali e Mark já estavam de volta e Jay e Steve já tinham acordado.
- Será que ele demora muito ainda? - perguntou Jay.
- O médico disse que já era pra ele ter acordado. Você ficou sabendo de mais alguma coisa, rapariga? - disse-me Steve.
- Nem com o seu amigo nesse estado tu tem respeito comigo guri? - revirei os olhos.
- Quem está doente é ele, não você...
- Idiota... o médico disse que ele caiu e machucou as costas, ainda não fizeram exames profundos, estão esperando ele acordar - falei.
- Eu já acordei... - disse Bill com os olhos entreabertos lançando um pequeno sorriso para nós.
- Bill! - disse Steve correndo na direção dele.
Eu abri um vasto sorriso pra ele que me retribuiu.
- Sai... - falei me aproximando e empurrando Steve. - Quem salvou a vida dele duas vezes fui eu, não tu.
Depois de todos ficarem feliz por Bill ter acordado e por ele estar bem, ele começa a ficar sério de repente e começa a se desesperar.
- Ei, relaxa... está tudo bem agora... - falei segurando suas mãos.
- Suri... - ele disse olhando pro chão perplexo. Já estava me assustando.
- O que houve, cara? - perguntou Mark.
- Por favor, alguém chama o médico... - disse Bill quando uma lagrima escorre do seu rosto.
- Bill, tu está nos assustando, pelo amor de Deus o que está acontecendo? - falei.
- O que eu digo ao médico? - perguntou Steve abrindo a porta.
- Pergunte a ele... por que eu não consigo mexer as minhas pernas? - disse Bill chorando.
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