CAPÍTULO 11 | A MEU FAVOR

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P.O.V - Bill Skarsgård

Eu já havia percebido que bancar o bravo, o mandão ou o amedrontador não funciona com Suri Kimura. O negócio com ela é mais em baixo... não literalmente, cruz credo. Suri não se intimida e nem fica com medo das minhas atitudes, muito menos dos meus deboches. Mas... se bem que os meus deboches a deixam brava...
Eu já tinha pensado em tudo. Passei duas semanas observando ela apenas em silêncio, não nos falávamos nem muito nem pouco, só o suficiente para sobrevivermos, tipo: "onde você enfiou o papel higiênico, meu?".
Eu queria conhecê-la melhor pra ficar sabendo das suas fraquezas e pontos negativos para usar isso a meu favor.
Três coisas eu já havia notado que a incomodavam. A primeira era tudo em relação à sua faculdade, a segunda, era a timidez que eu encontrei nela e a terceira, era com seus pais.
Percebi que ela andava estudando bastante e quando eu atrapalhava, ela ficava brava. Quando eu apareço desprovido de qualquer parte de minhas roupas, ela cora e evita me olhar. Notei também que quando os seus pais ligam, ela sai de perto de mim e nunca menciona meu nome perto deles. Então, eu já tinha três meios de encher a paciência dela para que enjoe e volte correndo para o Brasil ou para outro lugar longe, muito longe daqui, da minha casa.
Eu iria colocar a faculdade entre nós, incomodá-la enquanto fala com seus pais e por fim, tratá-la como se fosse uma presa. Intimidá-la. Não da forma como eu fiz das últimas vezes, bravo, mandão e debochado. Mas provocativo e sensual.
Ela já estava indo para faculdade há uma semana. Era tarde da quinta feira e ela saía de casa uma da tarde e chagava as seis da noite. Então, eu ficava com a tarde livre pra mim de segunda a sexta.
Eu já havia preparado a minha primeira faceta contra Suri Kimura. Hoje, eu iria encontrá-la enfrente a sua faculdade e a acompanharia até em casa.
Tomei um banho, me arrumei e sai de casa. Eram cinco e meia e ainda estava claro.
Cheguei na faculdade e me sentei em um muro que dividia o campus de um prédio.

   Muitos alunos andavam pra lá e pra cá papeando ou olhando para as telas de celular que brilhavam rebatendo o sol que já se punha aos poucos

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Muitos alunos andavam pra lá e pra cá papeando ou olhando para as telas de celular que brilhavam rebatendo o sol que já se punha aos poucos. Suri estava demorando.
Eu já esperava encontrá-la com suas amiguinhas e com a Lizi. Havia me preparado antes para reencontrar a destruidora de corações. Posso parecer dramático, mas o que Lizi fez comigo, não tem perdão.

Finalmente vi a porta do prédio se abrir e os alunos saírem uns por cima dos outros como se fossem os grãos de uma ampulheta que marca o tempo de algum afobado. Não via o rosto de Suri e nenhum outro que fosse familiar. Esperei mais um pouco e logo vi a Lizi, mais atrás, Suri. Ela aínda não tinha me visto, apenas Lizi que parou e paralizou sem tirar seus olhos de mim. Suri olhou pra amiga e seguiu sua visão, dando de cara comigo.
Me levantei e me aproximei dela e fiquei a centímetros do seu rosto.

- Oi benzinho. Vim buscar você na escola...

Suri ficou estática como Lizi. Após alguns segundos e pessoas empurrando nós todos para poderem passar, Suri acordou.

- Mas que mer#@ tu tá fazendo aqui, Bill? - ela disse do jeito que só Suri sabe dizer, bravíssima. - E você já olhou ao seu redor? Isso aqui é uma faculdade, seu imbecil!

[...]

horas antes...

P.O.V - Suri Kimura

Eu estava na faculdade com Lizi e algumas amigas da classe. Yeah, eu já havia feito amizade em menos de uma semana de aula! Eu sou assim mesmo.
Apenas eu e Lizi fazíamos o mesmo curso, Jay cursava medicina veterinária e Mali odontologia.
Era hora do intervalo e eu aproveitei para arrancar mais de Lizi o que aconteceu no passado com o Bill. Eu precisava saber mais sobre ele. Se você quer detonar seu inimigo, primeiro tem que conhecer ele.
Lizi comprou um salgado e se sentou no banco do campus. Eu estava sem fome mas me sentei com ela e a ouvi falar.

[...]

P.O.V - Amiga Lizi

*flash-back on*

Íamos comemorar um ano de namoro e eu estava muito feliz! Era raridade que Bill e eu brigássemos, sempre nos entendiamos muito bem e além de namorados, éramos muito cúmplices. Bill era carinhoso, aberto, sincero e eu amava o modo como ele me dizia todos os dias o quão linda eu era e que eu era o amor da vida dele.
Só que... aconteceu uma coisa que ele não sabe até hoje. Eu conheci o Thomas. Ele era o primo de Bill. Eu nunca me interessei por ele e nunca rolou nada entre nós. Nunca pensei em machucar ou magoar o Bill daquela maneira.
No dia em que eu iria fazer uma surpresa para o Bill, foi o dia em que eu o vi lamentando a morte da sua irmã. Eu cheguei na casa e toquei a campainha. Demorou um pouco para que alguém abrisse a porta, mas Bill abriu. Ele estava sujo de sangue e sua roupa fedia. Ele tinha um aranhão na cabeça que estava muito vermelho.
Eu fiquei perplexa e não sabia o que fazer. Quando retomei a minha consciência, perguntei a ele o que tinha acontecido. Ele disse que Bonni tinha morrido. Bonni era a irmã dele. Ela só tinha oito anos. Era doce e gentil, ninguém teria capacidade de ferir ela, mas Bill teve.
Eu tentei acalmar ele que estava eufórico e arrasado. Ele se acalmou e confessou pra mim. Disse que a tinha matado porque ela teimou com ele o fazendo perder a cabeça. Jamais pensei que Bill fosse capaz daquilo. Depois da sua confissão, eu fui até a polícia e o entreguei. Foi doloroso, mas eu o entreguei. Era o que eu tinha que fazer, não poderia ficar acobertando um assassino só porque ele era o meu namorado. No fim, eu fiquei sem chão após terminar com ele e fugi com o Thomas, seu primo. Ele me ajudou a dar um tempo de tudo e ter um pouco de paz. Logo, eu voltei para Nevada e retomei minha vida. Nunca mais vi Bill, mas me encontrava com Thomas. Ainda nos vemos e as vezes, rola algo. Mas eu não sinto nada por ele.

*flash-back off*

[...]

P.O.V - Suri Kimura

Por mais que Lizi fosse minha amiga a uns dois ou três anos, eu não sabia se devia acreditar nela. Tudo que ela contou não soou convincente pra mim.
Infelizmente as aulas tinham acabado. Já eram seis horas e eu estava saindo para voltar pra casa, quando encontro algo em meu caminho... quanto mais eu rezo, mais assombração me aparece.

- Oi benzinho. Vim buscar você na escola...

Era o tenebroso do Bill. Eu fiquei parada ali. Igual idiota. Mas o que ele estava fazendo ali? Não nos falávamos há duas semanas.

- Mas que mer#@ tu tá fazendo aqui, Bill? E você já olhou ao seu redor? Isso aqui é uma faculdade, seu imbecil!

[...]

nota:
para animar os leitores de "Um completo estranho", e também como um pedido de desculpas por demorar a postar, eu resolvi postar mais um capítulo hoje. Espero que tenham gostado!

E aí? Quem tá falando a verdade? Bill ou Lizi? Os dois relatos do dia da morte da irmã de Bill são diferentíssimos...

Um Completo EstranhoOnde histórias criam vida. Descubra agora