Um Completo Estranho

CAPÍTULO 43 | HORA H

P.O.V - Bill Skarsgård

Descemos do carro e nos aproximamos do portão de entrada. Peguei a mão da Suri, entrelacei com a minha e suspirei antes de tocar no interfone.

- Por que sua mão está tão suada? - Suri perguntou me olhando.

- Talvez seja por que eu estou nervoso? - falei.

Ela sorriu.

- Relaxa, Bill. Eu já salvei a tua vida duas vezes, não custa salvar uma terceira - ela disse com um sorriso no rosto.

Ela me fez rir, acalmando um pouco a minha ansiedade e o meu nervosismo.
O portão se abriu automaticamente e seguimos caminhando para dentro daquele vasto terreno.

- Eu te amo tá... - isso saiu da minha boca do nada enquanto caminhávamos.

- O quê? - ela começou a rir. - Por que tu disse isso? Tá louco? - ainda ria.

- Ai, eu não sei! - exclamei. - Eu nervoso muito estou... - falei tudo errado enquanto ela caía na gargalhada.

- Tu tem que relaxa, cara! - ela disse largando a minha mão e massageando os meus ombros.

- Eu sei... mas é que temos notícias do caso da Bonni e eu evito pensar nisso há tanto tempo...

- Sério, relaxa. Eu estou aqui contigo... - ela falou sério desta vez olhando nos meus olhos.

Aquele ato me encorajou e me ajudou a realmente me acalmar.
Depois de caminhar por um logo quintal, chegamos a porta da minha antiga moradia.

- Dá tipo uma nostalgia, sabe? - falei antes de tocar a campainha da porta.

- É... eu sei, mas vai dar tudo certo...

A porta era espelhada, consegui ver pela primeira vez naquele dia o quão bonitos e combinando Suri e eu estávamos.

- Você viu aquilo? - perguntei apontando para a porta.

- O quê? - perguntou confusa.

- Parecemos mesmo um casal... - a olhei sorrindo de canto.

- Só não te dou uns tapas agora porque provavelmente deve ter alguma câmera aqui por perto... - sussurrei mantendo um sorriso nos lábios.

Por que ela ainda negava? Já estava na cara o nosso mini penhasco um pelo outro.
Finalmente alguém abriu a porta e era um moço que eu não conhecia. Provavelmente era um mordomo, pois se vestia como tal.

- Olá! Senhor e senhora Skarsgård? - disse o homem.

Suri estava pronta para responder a ele quando eu dei uma leve apertada na sua mão para que se lembrasse do nosso plano.
Sorri para ela que retribuiu meio que obrigada.

- Sim! Eu sou Bill Skarsgård, e essa é a minha namorada Suri - terminei sorrindo.

- Por aqui! - ele disse dando espaço para que entrássemos.

Seguimos o mordomo que nos levou até a sala. Como se eu não conhecesse aquela casa como a palma da minha mão...

- Onde estão os meus pais? - perguntei me sentando no sofá, Suri fez o mesmo.

- Eles logo estarão chegando, foram ao escritório. Tenho instruções para mostrar-lhes o quarto em que ficarão e logo, sintam-se em casa.

Subimos para o segundo andar e fomos para o quarto de hóspedes. Era lá que eu e Suri ficaríamos e pela primeira vez, dormiríamos na mesma cama.
O mordomo se retirou e ficamos sozinhos.

- O lado direito é meu... - Suri disse apontando para a cama.

Levantei as mãos em sinal de rendição.

- Achei que você ia gritar e fazer um escândalo porque ficaríamos no mesmo quarto... - falei rindo.

- Eu ia, mas percebi que não vale a pena... - disse guardando sua carteira em uma das cômodas.

Ela realmente estava muito linda e seu perfume era esplêndido. Tirei o meu relógio e coloquei em cima da cômoda ao lado da cama. Suri pegou o telefone para avisar as amigas e os meninos de que já havíamos chegado e eu fui desfazer minha mala.
Mais tarde, vi Suri deitada de barriga para cima na cama. Ela parecia estar pensativa.

- Pensando na morte da bezerra? - citei aquele ditado popular sorrindo.

Ela virou sua cabeça para mim e me encarou séria.

- Estou pensando no caos que minha vida se tornou depois que tu entrou nela...

Uau. Aquilo foi profundo... e doloroso.

- Nossa... - eu ia responder.

- Sorte a tua que eu gosto de viver a vida perigosamente... - terminou com um sorriso de canto.

Ah mano... eu não resisto a essa mulher!
Depois daquele sorriso me aproximei e subi por cima dela na cama.

- Por quê? Por quê, garota?

- O que tu está fazendo? Por que o quê? - ela falou franzindo o cenho.

- Por que tu mexe com o meu psicológico e me faz perder todo o juízo e a minha sanidade? - falei mantendo o meu rosto a dois centímetros do dela.

Suri me olhava atentamente, séria, sem esboçar nenhum tipo de reação, eu estava quase me perdendo naquele mar azul que eram os seus olhos.

- Do que está falando? - disse sem parar de me olhar.

- Estou dizendo que, assim como eu entrei e transformei sua vida em um caos, pra mim, você parece ter sido a salvação, algo que me faz ficar bem, algo que me faz ser uma boa pessoa, algo que faz eu me sentir aliviado e alegre, porém, algo que me tira todinho do sério e me provoca a cada movimento e palavra que diz...

Segurei sua coxa contra o meu quadril e comecei a beijar o pescoço dela lentamente.

- Bill... - ela ia dizendo.

- O quê? - subi até a sua boca e depositei ali um selinho delicado.

- Por quê? - disse ela fechando os olhos enquanto eu dava leves mordidas na sua orelha.

- Por que o quê, mocinha? - sussurrei sedutoramente.

Deixei um leve chupão no seu pescoço enquanto ela ficava ofegante.

- Por que tu consegue fazer eu me sentir exatamente como tu? - ela disse segurando o meu rosto e logo me beijou.

De repente ouço algum barulho na porta, que estava ABERTA.

- Filho? - disse meu pai.

- Poderiam ter fechado a porta meninos... - disse minha mãe se rindo.

Nós a olhamos e Suri se levantou rápido, ela estava toda avermelhada.
Permaneci naquela posição na cama e me virei um frustração pra eles.

- É a segunda vez que vocês atrapalham a minha hora H... - falei.