NICHOLAS II

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Estamos os seis jantado no refeitório, como hoje é quarta-feira é dia de feijoada, temos feijoada normal e a vegetariana. Só fico observando a Bia comer.

— Fiquei sabendo que você ficou doente? Pergunta Bruno a Bia.

— Doente eu? Diz Bia rindo. — Sério Camilla não tinha outra ideia?

— Já inventei tantas Biazinha que uma hora ou outra a criatividade acaba. Diz Camilla emburrada com ela.

Bia faz cara feia o que deixa Camilla com mais raiva.

— Na próxima vez Beatriz que matar aula não peça minha ajuda, estamos entendidas? Diz Camilla brava.

— Então era verdade o que escutei? Bia a certinha matando aula, não esperava isso. Diz Roberto a provocando.

— Milla eu sei muito bem que você não faria isso. Diz Bia soando segura se dirigindo a Camila — Nunca disse que era certinha Roberto. Diz Bia se defendendo.

— Não precisava dizer, seu jeito de garota certinha demonstrava isso. Acho que me enganei afinal. Diz Roberto atiçando.

— Vamos falar de coisas mais interessantes, já sabemos que Beatriz boa menina não é. Digo para irrita lá. Ela me olha fixo, não sei descrever o que esse olhar quer dizer.

— Bruno, como você é muito famosinho ficou sabendo da festa do sótão neste domingo? Pergunta Amanda para amenizar a provocação que fiz agora a pouco — Fiquei sim loirinha. Como soube? Pergunta Bruno para ela.

— Beatriz, chegou eufórica falando dessa tal festa no dormitório hoje à tarde. Diz Amanda.

— Quem foi que te disse? Pergunto a Bia um pouco nervoso. Eu já sei da resposta, mas mesmo assim quero ouvir da boca dela.

— Foi o Alan, o conheci hoje enquanto matava aula, ele é muito bacana. Diz Beatriz sem muito interesse.

— Meninas acho que não devem ir a festa. Digo agitado.

— Por quê? Pergunta Bia indignada. — Por que não. Digo mais agitado — Beatriz não seja teimosa. Digo afobado.

— Vamos nessa festa sim, as três. Diz gritando e determinada a isso. — Quem você pensa que é para dizer o que eu devo fazer? Diz com raiva.

— O casal pode sair para fazermos nossa refeição em paz.?! Diz Amanda em tom zombeteiro.

Fuzilo um olhar de impaciência para Beatriz, ela revira os olhos e se levanta da mesa fazendo barulho.

— Vamos? Diz com raiva. A ponta para fora do refeitório

Essa garota me tira do sério. Argh !

Beatriz está de frente para mim com os braços cruzados me olhando aborrecida. Ela fica linda brava até diria isso, no entanto a situação já não está boa e falando só iria ficar pior. Estamos no jardim do internato e hoje está um pouco frio, o que é estranho pois estamos no verão.

—Por que Nicholas? Por que não quer que eu vá a festa? Anda fala logo estou ficando com frio. Diz me apressando.

— Quer meu moletom? Pergunto prestativo. — Não obrigada dá para suportar, anda desembucha logo. Diz impaciente.

— Flor, o Alan não é um cara bom. — E daí? Diz Bia emburrada. — Só quero te proteger Flor. Digo me aproximando dela. Ela se afasta.

— Não Nick, eu vou a festa para me divertir com as meninas e se Alan tentar algo eu saberei me defender muito bem. Diz destemida.

— Beatriz você é muito teimosa. Grito nervoso.

— Eu sei, Nick — Não vai me dizer o motivo?

A encaro nervoso.

— Então nos vemos na festa. Diz me provocando. Sai indo de volta ao refeitório. Mas hesita e escuto seus passos se aproximando novamente.

—Nick escutou a minha discussão com a Suzi ontem? Seja sincero é melhor não tentar me enrolar. Diz-me advertindo.

Então foi por isso que voltou. Nick ser ou não ser idiota?

— Que? Me faço de desentendido. —Naquela hora que eu tinha acabado de chegar? Eu tinha saindo pois estava procurando os meninos. Tento soar convincente.

Beatriz me olha desconfiada.

— Nick eu sei que está mentido. Diz irritada. — Não é mais fácil disse que ouviu?

— Bia já te disse não ouvi nada e chega desse assunto. Digo irritado.

— Nicholas você me deixa confusa, uma hora quer me proteger e em outra age com um babaca. Qual é a sua comigo? Pergunta irritada.

Beatriz me olha esperando que eu responda. Mas como responder a algo que eu mesmo não sei a resposta.

— Está bem Nick, quando souber a resposta venha me procurar. Diz Bia desapontada e indo em direção ao refeitório.

Se eu quis ser idiota parabéns consegui. Preciso correr para espairecer a mente. Vou até secretária deixar o nome para que eu consiga sair do internato, tenho que voltar antes do toque de recolher dos alunos. Sou liberado e aproveito essa liberdade por tempo limitado. Corro disparadamente pela praça que tem aqui perto e penso em formas de como resolver o que estou sentido. 

Quando nos encontramos ( Livro #1 )Onde histórias criam vida. Descubra agora