BRUNO

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Hoje tivemos uma palestra motivacional para os alunos do segundo ano, durante a palestra pensava em um modo de ajudar a Amanda. Bia me contou que Amanda sofre de autoestima e tem dificuldade para fazer amizades. Sou a pessoa certa para ajuda- lá e encontrei uma forma. Enviei uma mensagem para ela me encontrar às 17 horas no corredor que leva para a sala de dança.

Enquanto espero Amanda chegar atualizo as minhas redes sociais.

Sinto a presença de alguém se aproximando, levanto o rosto e vejo Amanda andando em minha direção com seu rebolado único.

— Oi Bruno o que quer comigo? Pergunta.

Não respondo sua pergunta. Pego sua mão conduzindo a para entrar na sala de dança junto comigo.

— Porque estamos aqui? Não é proibido ficar nas salas de aulas fora do período? Questiona Amanda.

— Loirinha você pergunta demais, agora senta no chão de frente pra cá. Peço para que se sente em frente ao espelho.

A sala de dança não é usada depois das 17 horas, perfeito para o que preparei. Vou até o espelho que está com as cortinas fechada e vou abrindo uma por uma até finalizar. Depois de terminar me sento ao seu lado.

— O que você vê no espelho Amanda? Pergunto a ela. — Engraçadinho, vejo você e eu. Responde com seu tom zombeteiro. Me viro de frente a ela e olho-a fixamente.

— E sério Amanda, olhe novamente no espelho. O que você vê? — Não, melhor. O que você pensa de você mesma ao se olhar no espelho? Nanda pensa um pouco antes de responder. — Não sei. Responde tristonha.

— Eu sei que você sofreu e ainda sofre com a sua autoestima baixa, Beatriz comentou comigo sobre esse assunto. — Antes que venha ser grossa comigo escute o que eu tenho a dizer. Primeiro, eu quero te ajudar pois ficar acumulando culpa não é nada bom, então espero que possa compartilhar sua história comigo. Lanço um olhar compreensivo a ela.

— Está bem famosinho me convenceu, vamos. Diz sem ânimo.

O problema das pessoas é não aceitar os demais como eles são, a sociedade impõe muitos padrões que nos consomem. Amanda expõe sua história para mim, percebo que seu desejo é ter um corpo magro. Se ela soubesse o quão linda é a meus olhos mudaria de ideia rapidamente

— Nossa, como faz isso? Pergunta para mim surpresa. — Isso o que? Pergunto confuso.

—Me fez falar tão abertamente, geralmente não falo desse assunto com qualquer um. Diz Nanda. Solto uma risada o que faz ela rir também.

— Não posso revelar meus segredos loirinha. Pisco para ela — Agora olhe no espelho, percebe que você é linda Amanda? Ela se vira de frente para o espelho.

— Engraçado, eu não acho. Diz rude. — Tem que pensar no presente loirinha, esquece o que já passou e viva o agora. Não se culpe mais, não tente ser como os outros, seja apenas você. Olhe todos os dias para você mesma e perceba o quão linda é, pois amor próprio é tudo.

— Amor próprio. repete baixo pensativa.

— Sabe Nanda sei quão difícil é, mas não deve deixar isso te consumir tem que lutar contra isso, estou aqui e seus amigos também para te ajudar — Outra questão, não tenha medo de fazer amizades, sei que há pessoas ruins, porém lembre-se que não são todos, há também pessoas boas. Se dê a oportunidade de conhecer pessoas novas, esteja aberta para confiar novamente.

— Obrigada pelo o incentivo Bruno, vou tentar. Diz sorrindo.

— Sim loirinha, tente fazer isso. A confiança é a chave principal, confie em si mesma e dará certo. Digo compassivo — E você?

— Eu o que? Pergunto de volta. — Qual é a sua história? Ela me olha fixamente curiosa.

— Não me enrola Bruno me fala mais sobre você, acho que já falei muito de mim não foi? Diz com audácia.

— Está bem. Digo rindo. — Fui criado por uma mãe ausente, então maior parte do tempo estive sempre sozinho. Sou o caçula de quatro irmãos, eu passava a maior parte do tempo na internet. Foi dessa forma que comecei a me envolver nas redes sociais, acabei sendo Digital Influencer. Ano passado me emancipei, agora vivo do que ganho como Digital Influencer

— Por que se emancipou? Pergunta Amanda. — A relação que tenho com a minha família é um tanto complicada, já que sempre estive sozinho pensei que daria para viver dessa forma. Minha mãe e eu entramos em um acordo, ficaria pagando a mensalidade do internato até eu terminar e compraria um apartamento para mim, e o restante eu me viraria sozinho.

—Nossa! Diz Nanda chocada.

— Minha mãe teve muitos casamentos com caras ricos, mas sua ideia principal era o divórcio e a separação de bens, foi assim que conseguiu fundar sua empresa de cosméticos.

— Não sei o que dizer. Diz constrangida. — Que tal mudarmos de assunto? Eu sugiro

Depois de alta risadas com Amanda e conversas sobre vários assuntos. Quando dei por mim já estávamos há duas horas na sala de dança. O clima entre a gente era leve e caloroso, não tinha notado que estávamos tão próximo um do outro.

Olho para ela e me aproximo. Coloco uma mecha de seu cabelo caída atrás de sua orelha. Meus olhos descem para sua boca e sinto uma vontade grande de beijar seus lábios. Sinto sua respiração ficar mais acelerada, ela quer isso também. O que me deixa com mais anseio. Quero ela mais próxima a mim, ainda não é o suficiente. Toco seu rosto levemente, seus olhos descem para minha boca. Puxo sua nuca fervorosamente, nossos olhares se encontram. Sinto seu corpo quente junto ao meu, aproximo mais nossas bocas, nesse momento somos interrompidos por um toque de telefone.

Ela se levanta rapidamente e tira o celular de trás da calça e atende com a voz embargada.

— Alo mãe? Diz ao telefone. — Não acredito, sério mãe? Diz animada.

Depois da ligação ter finalizado. Ela vem ao meu encontro e me abraça feliz da vida.

— Ah! Bruno fui aprovada. Diz feliz ainda me abraçando. — Aprovada em que? Pergunto curioso. Ela me solta do abraço para explicar melhor. — Os meus documentos foram aprovados para fazer intercâmbio, estou tão feliz. Diz contente. Eu a abraço de volta. — Parabéns loirinha. Digo, mas não com firmeza. Era para estar feliz com a notícia. Por que não estou?

— Bruno? Chama por mim. — Oi, desculpa. Quando você vai? Pergunto

— Não sei ainda. Minha mãe virá me buscar daqui a pouco para resolver o restante da papelada. Quando eu souber te aviso. Diz sorrindo alegremente.

— Acho que tenho que ir, obrigada por hoje Bruno. Ela se aproxima do meu rosto e deposita um beijo na minha bochecha timidamente. Me lança um sorriso caloroso antes de sair.

Se não fosse o telefone, o que teria acontecido entre nós naquele momento? Fico pensando nisso. Quando faço o caminho de volta aos dormitórios recebo uma mensagem de um amigo me convidando para uma festa hoje à noite.

A festa será na parte nobre da cidade, respondo de volta confirmando minha presença. Vou perguntar a Nick se quer ir comigo. Aquele beijo na bochecha poderia ter sido diferente se eu não tivesse ficado surpreso com essa ação da Amanda.E por que não fiquei feliz com a notícia do intercâmbio? São perguntas com respostas que não quero saber. Hoje é dia de cair na gadanha, vamos sextar Bruno. Digo a mim mesmo. 

Quando nos encontramos ( Livro #1 )Onde histórias criam vida. Descubra agora