Just Love - 2ª Temporada

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✥ POV's Karen ✥

Eu matei a Hannah.

Sim, eu matei minha própria irmã.

Sinto meu corpo protestar, minha garganta secar e minha cabeça doer, mas eu não me arrependia. Não, na minha vida não podia ter arrependimentos. E considerando o quão descontrolada minha irmã estava, talvez aquilo fosse o melhor a ser feito.

- Anos de faculdade de medicina jogados fora. Anos de amizades jogadas foras. Por que, Karen? - Zac pergunta suspirando e me tira do transe.

Eu estava em uma sala, junto com Zac, Carlos, o delegado e o investigador do caso.

Janice, Eddie e Isaac estavam em outra sala, esperando para serem interrogados. Eu não tinha mais nada para perder.

- Hannah sempre foi assim, descontrolada. Ela mandou nossa mãe pra uma clínica de reabilitação. Ela ameaçou por anos a vida de pessoas, que nunca fizeram nada contra ela. - Digo frustrada e passo a mão em meu rosto, em seguida observo Carlos abrir uma pasta e olhar tudo que estava dentro.

- Quando exatamente sua irmã se juntou com Gabriel Lins e onde ele está? - Ele pergunta sério e eu olho minhas unhas, que estavam sujas de sangue. Eu estava me sentindo suja, por dentro e por fora.

- Morto. Hannah o matou, eu dou o endereço onde els esconderam a Taylor durante três anos, foi pra lá que levaram a Sabina. Hannah que procurou Gabriel, sete anos antes, logo depois da briga que ele teve com Any, Josh, Krystian, Sabina e Bailey. Ela o instruiu pra fazer tudo, ela o ensinou como segurar uma arma sem tremer, foi ela que mandou ele matar a Any, e alimentou um ódio que ele nunca teve deles. - Respondo as coisas que eu sabia, e vinha muito mais pela frente.

- Se você não gostava do que ela fazia, por que você nunca se pronunciou ou procurou a polícia? - Zac pergunta, se preparando para anotar o que a morena tinha para falar.

- Ela controlava tudo, Zac. Minha vida, minhas ações. Ou eu fazia o que ela queria, ou a vida da nossa mãe seria prejudicada. Eu tinha medo dela, do que ela poderia comigo e até mesmo com os que estão lá fora agora - Falo com tristeza e fungo, sentindo meus olhos arderem.

- Se você matou a Hannah, por que Bailey e Sofya queriam um advogado? - Zac pergunta confuso e eu suspiro.

- Para ser sincera, eu não sei - Respondo o encarando com firmeza, para mostrar-lhe que estava sendo sincera.

- Qual era o plano da Hannah? Por que  pelo que você nos contou, deu a entender que frustrou eles. - O delegado diz me encarando sério e eu olho nos olhos dele.

- Fazer algum mal pra Any, atirar no Krystian, matar a Taylor e se ela não conseguisse tirar o Josh de lá junto com ela, mataria ele. Janice era só uma idiota que acobertava ela e o Eddie era um capacho, pra atrasar todo mundo, mas ele é bem mais atrasado que todos. - Sou sincera e ele fica me encarando com dúvida por alguns minutos, logo depois levanta.

- Encerrei com você por hora. Eles vão te levar pra sua cela e mais tarde nós conversaremos de novo - Assinto enquanto me levanto, sentindo as algemas se fecharem ao redor dos pulsos no segundo seguinte. Passo pela porta acompanhada de dois policiais e, antes de entrar corredor adentro, olho para os presentes na sala.

- Me desculpem por tudo - Digo arrependida, antes de ser puxada pelo policial.

✥ POV AUTORA ✥

Zac encarava a namorada com angústia, enquanto estava em pé encostado na parede. Carlos, o investigador e o delegado iriam estar falando com ela, e ele teria que ficar em silêncio.

- Por que você pediu um advogado? - Carlos pergunta suspirando e Zac passa a mão pelos cabelos nervoso.

- Antes da Hannah ser morta, eu tropecei nela. Josh, Any e Krystian tinham ido por um corredor e eu resolvi ir pelo outro, por que queria descobrir algo. Eu e ela brigamos, puxamos cabelo e em seguida eu consegui sair correndo, então topei com o Bailey, que estava procurando a Joalin. Nós então esbarramos no Eddie, que estava com uma mini faca. Pedimos um advogado, por que pensamos que tínhamos o matado, por que ele caiu de cima da varanda, no solo. - A loira explica sincera para eles e Zac suspira aliviado.

- Essa é a mesma versão do Sr. May? - O investigador pergunta e ela balança a cabeça positivamente.

- Eu não teria por que mentir. Se Eddie está vivo, pode confirmar essa versão. - Sofya responde confiante e Zac a encara por alguns segundos.

- Ela está falando a verdade, Sofya não costuma mentir. E Joalin também está falando a verdade, ela realmente quebrou o nariz da Janice, então não precisaremos ouvir mais eles. - Zac diz se aproximando devagar eles concordam.

Todos saem da sala e Zac e Sofya ficam atrás deles. Assim que chegam na recepção, ele a puxa e a abraça apertado.

- Você ainda vai me matar do coração, pequena. Eu pensei que eu fosse te perder.- Ele sussurra com a voz embargada e coloca as duas mãos no rosto dela.

- Eu também pensei, mas eu jamais te deixaria ir. - Ela sorri com os olhos cheios de lágrimas, fica na ponta dos pés e o abraça apertado.

Joalin e Bailey, que estavam ali do lado, se aproximam deles sorrindo de mãos dadas.

- Desculpem interromper, mas eu realmente quero chorar, por que acho que finalmente estamos livres. - Joalin diz sorrindo emocionada e Bailey a abraça de lado, com os olhos cheios de lágrimas.

- Estamos, e dessa vez de verdade. No meio de toda essa loucura, a gente se encontrou e se conheceu, tanto externamente, quanto fisicamente. Nós podemos dormir em paz agora, sem pensar que alguém vai estar nos perseguindo. - Zac diz emocionado com o peito apertado.

Os quatro saem da delegacia sorrindo ainda emocionados e param na entrada, com a movimentação de carros da polícia. De um desses carros, alguns policiais tiravam bolsas com coisas dentro, caixas e sacolas.

Logo do outro carro, dois policiais ajudavam os pais de Taylor á sair de um dos carros da polícia. Eles se afastam da porta para eles passarem.

O pai da loira olha para eles e rapidamente abaixa a cabeça, olhando para o chão em seguida, e entra na delegacia com o policial. Eles estavam algemados com as mãos para trás e as mesmas roupas que estavam usando na festa.

- Me desculpem, não era minha intenção. Eu amo minha filha, faria tudo de novo pra proteger ela de um destino cruel. - A mãe de Taylor  diz parando na frente deles com o rosto todo molhado pelas lágrimas.

O policial balança a cabeça negativamente e sai levando ela. Os quatro  ficam em silêncio olhando para a frente, e sentindo o vento bater no rosto deles.

- É... Agora nós vamos ficar bem de verdade! - Bailey diz depois de alguns minutos e eles saem andando em direção ao carro do advogado.