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Não tava acreditando que aquele filha de uma capivara tava na minha frente.

— Eu só vim bater um lero contigo.— Júnior fala se aproximando.

— Se tu chegar mais perto dela, eu te jogo daqui de cima. — Ouço a voz do Pietro vindo da sala.

— Legítima defesa, viu? — Marcelo ressalta.

— Ainda são assim? Superprotetores com a Renata? — Júnior se vira para eles.

— E vamos ser até a gente morrer, tá pensando que a gente é que nem tu é. — Dessa vez, foi a Bianca que falou.

— O que tu quer, Júnior? Adianta, tá pensando que eu sou vagabunda igual tu é? Tenho coisa pra fazer. — Cruzo os braços para me fazer de forte.

Na verdade, eu tô com medo. Muito medo. Júnior já me fez tão mal, fisicamente, psicologicamente e verbalmente.  Que mesmo depois de anos, eu ainda sinto medo por ele.

Mas um medo que de ele cair pra cima, eu irei também. Tô com medo, mas não tô morta.

— Eu quero conversar contigo, sem esses seus seguranças. — ele fiz em relação aos meninos. Faço sinal para eles que podem ir pra sala.

Tô com uma faca perto de mim.

— Tá, fala daí que eu te escuto. Precisa vim pra perto não, não tô surda.

— Tu sabe do que eu vim falar, sabe que eu ainda olho teu Instagram e tua vida. Tá com muito papinho com esses muleque da produtora e eu não tô gostando nada disso. — soltou o verbo todo pra mim.

— E quem disse que eu me importo em saber se você tá gostando ou não? Eu me importo com o meu gosto, com o seu eu jogo no lixo. — solto também me levantando.

— Tá cheia de marra né, antes tu ficava calada e escutava quietinha o que eu falava. — com um movimento rápido, pegou a faca do meu lado e a levou para colocar dentro da pia.

Óbvio que ele não iria jogar, faria barulho e chamaria atenção dos meus irmãos.

— Antes eu era idiota, Júnior. Acha que o tempo não muda as pessoas? Tu que não pôde mudar com o tempo, eu sim. — Dou de ombros tentando ao máximo manter a distância dele, que se aproxima cada vez mais.

— Só vou dizer uma vez. — colocou a mão na minha nuca, pegou por baixo do meu cabelo puxando com força inclinando minha cabeça para trás. Apontou o dedo no meu rosto antes de voltar a falar. — Se afasta deles, e de qualquer um que tu quiser começar a ter rolo, tá ligada?

Grunhir de dor pelo meu cabelo puxado, encaro bem seus olhos, com uma da mãos livres, aperto seu saco forte, o mais forte que eu consegui. Júnior cambaleiou para trás soltando o meu cabelo.

— Eu disse! Eu não te quero mais e me deixa em paz, se eu tô fazendo isso aqui é pra você saber do que eu estou sendo capaz de fazer. — dou um tapa na sua mão que tentou agarrar meu pescoço. Com a outra mão livre cravo minhas unhas no seu pescoço.— Desaparece da minha vida de uma vez por todas. Seu merda.

Falo tudo com a mandíbula travada no ódio, ele sai do meu campo de visão todo desconcertado. Aliso com as pontas dos dedos as minhas têmporas.

Só de lembrar de tudo que aconteceu entre eu e o Júnior, me dá asco. No começo é tudo flores, mas depois, vira lama, ou até pior que isso. A gota d'água para mim, foi quando o mesmo me forçou a transar com ele pela quinta vez.

Eu não aguentava mais ser tão abusada, massacrada. Pior época da minha vida foi essa.

— RENATA! — Bianca estala os dedos na minha frente.

Nós Dois |• Chris MC Onde histórias criam vida. Descubra agora