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Chegando no prédio do campus, onde a ocorria todas as formaturas. Marcelo, eu, Alice e o Gustavo fomos falar com os professores e com as pessoas da direção, porque a gente que organizou as coisas.

- A decoração ficou maravilhosa. — Minha professora de uma das cadeiras que eu nem lembro qual foi, elogia.

- Eu também achei. — Alice sorrir, mas ela queria mesmo dizer que foi a gente que correu atrás, já que se dependesse deles, seria um cacho de bolas e um bolinho de 5 reais.

- Vou só conferir se as mesas estão tudo certa com o buffet. — Marcelo puxa o Gustavo para ir junto com ele.

- Eu e a Renata vamos falar com os outros alunos. — Alice me puxa, só dou um sorrisinho.

Ficar calada é melhor as vezes.

- Foi por causa dessa sua cara, que eu fiquei pensando se colocava talher de plástico ou normal. — Alice para um pouco distante deles. - Se bem que você quebraria e furaria a jugular do mesmo jeito.

- Eu tô calma hoje. Hoje é o meu dia e ninguém vai estragar isso. — Sorrio.

- Amiga?! — ergueu a sobrancelha. - O que você comeu de madrugada pra tá tão Zen assim?

- Eu sou zen. — me defendo.

- Quando está dormindo. — deu risada.

- Vamos pro auditório logo, já conferir e todas as mesas estão corretas. — Gustavo aparece do nosso lado.

Suspiro nervosa, minhas mãos estão ficando trêmulas. Esperei tanto por esse dia, que meu Deus, acho que vou ter um treco assim que subi aquelas escadas para pegar o tão esforçado diploma.

- Ei, da pra ter calma? — Marcelo segura meu rosto com as palmas da mão. - Vai dar tudo certo, só não vou está lá em cima quando você for chamada, por ser cursos diferentes, mas qualquer coisa eu subo lá.

- Eu... Eu tô calma. — sorrio. - Vamos.

Seguro não mão dele, que segurou na do Gustavo e Alice segura na minha mão vaga. Fomos andando até o auditório na famosa cordinha de caranguejo.

- Boa tarde a todos. — O presidente do campus cumprimenta os convidados dos formandos.

- Boa tarde. — a plateia o responde.

- Estão preparados para a entrada de seus formandos? — Ele pergunta andando pelo palco.

Ele é uma das únicas pessoas que eu gosto de toda a direção.

- Vamos começar pela turma de Educação Física. — Anuncia, boa parte da plateia grita eufóricas. - O primeiro será o Augusto Duarte. — chamou o menino que estava do meu lado.

Ele subiu tão calmo naquelas degraus que por um momento eu o invejei, andou sem tropeçar. Fez seu breve discurso, parou para tirar foto e depois ficou posicionado na parte inferior do palco.

- Agora, o Marcelo Paz. — Diz sorrindo. - Esse de paz não tem nada.

- Chegou meu momento. — Marcelo diz esfregando as mãos.

O remix do Marcelo começou com o ínicio de Crazy In Love, o mesmo entrou parecendo a Beyoncé desfilando, pegou o diploma na mão do orientador, fez a dancinha no final e mandou beijo para plateia.

- Agora os alunos de psicologia. — O orientador avisa.

- Aí caralho. — começo andar de um lado pra o outro.

- Renata merda, para.  — Gustavo segura nos meus ombros. 

- Alice Souza, suba ao palco. — O orientar chama minha amiga.

- Esse é meu momento. — Jogou seus cabelos para trás, sem desfazer o meu trabalho.

Sua música escolhida foi, Man Down, sem nenhuma remixagem. Chegou peto do orientador, fez a arminha com a não e puxou o gatilho.

- Man Down. — disse por fim, assoprou a fumaça da sua arma imaginaria. Pegou o diploma sendo direcionada onde nossa turma ficaria.

- Ela é mesmo da turma de psicologia? — Brincou rindo. - Gustavo Almirante.

- Sorte amiga. — beijou minha bochecha e se posicionou.

Ele foi mais umas das pessoas usarem a música da Rihanna como entrada, eu também não o julgo. O remix foi de Diaminds com Work, brabo demais.

- Renata Moreira, suba ao palco. — Ouço meu nome.

Viro de costas para o palco, expiro, inspiro. Faço isso repetidas vezes. Fecho meus olhos, eu vou fazer isso! Eu posso fazer isso, eu sou guerreira e não nadei tanto para morrer na praia.

Eu vou vencer essa merda!

Meu Remix começa, não é nada demais, apenas se incia com Run The World (Girls) e se finaliza com Bitcher Better Have Money.

Entro naquele palco sem olhar para os lados, fixei meu olho naquele diploma, era por ele que eu estava ali!

- Quer fazer seu discurso? — O orientador pergunta assim que me entrega o diploma. Confirmo com a cabeça e ele me dá espaço no microfone.

- Boa noite. — pisco algumas vezes para me acostumar com a luz forte no meu olho. - Pode por favor diminuir essa luz? — Peço.

A plateia rir, mas não foi pra ser engraçado, realmente tá incomodando. Levanto meu olhar para aquelas pessoas, procuro meus amigos e me surpreendo quando eu vejo a  maioria da galera do abacaxi sentados ali.

Vejo o Victor, a Catarina, tia Helô, Clara e a namorada, Bianca e o Pietro.

- Boa noite de novo. — dou risada. - Muitos aqui não me conhecem, meu nome é Renata Moreira, tenho 20 anos e sou formanda de psicologia.  — ando um pouco para perto da minha turma.- Já perguntaram para essas pessoas o porquê que elas escolheram a psicologia?

Observo o silêncio da plateia, que segue todos os meus passos.

- Eu vou falar meu motivo para vocês. — Respiro fundo procurando as palavras certas que possa descrever. - O mundo ainda romantiza muito amor de mãe, pai e família biológica, mas não deveria ser assim. Eu não tive nenhum desse amor, fui taxada como... Desculpem a palavra, fui taxada como puta e todos os nomes horríveis que se pode dar a alguém, principalmente mulher.

Olho o Pietro, que sorri para mim, me dando forças para continuar. Ao lado dele, Bianca limpava suas lágrimas. Atrás de mim, Marcelo estava sorrindo mandando eu continuar.

- Tenho problemas psicológicos desde criança, não vou falar pequena pra não gerar piada. — Brinco fazendo eles rirem.- Tive um relacionamento abusivo. — me viro para a câmera do meu celular que logo cedo tinha entregue ao Gustavo para fazer uma live. - Oi Júnior sei que você está me vendo no topo agora morrendo de ódio, vai se fuder. — coloco a mão na boca rápido pelo meu palavriado. - Perdão, de novo. Continuando, pessoas que escolhem a psicologia é porque já passaram por alguma coisa e não querem deixar outras pessoas passarem o mesmo. Queremos ajudar as pessoas a terem voz, a serem ouvidas e ajudadas, mas não serem julgadas. Aos familiares dessas pessoas, reflitam sobre esse meu discurso e comecem a pensar o que aconteceu na vida do seu formando.

Entrego o microfone ao orientador, como minha deixa, faço a saudação de Wakanda, juntando os braços como uma cruz acima do peito.

- WAKANDA. — Bianca grita.

- PRA SEMPRE. — o pessoal do abacaxi responde, fazendo a saudação de volta.

FOR Chadwick Boseman
M

eu grande e eterno T'Challa, que não é apenas um "personagem", é a representatividade dos pretos nos cinemas. É o nosso herói. 

Muitos aqui sabe que ele era meu personagem favorito da Marvel, por interpretar meu filme favorito da Marvel (já que eu sou DC).

Nós Dois |• Chris MC Onde histórias criam vida. Descubra agora