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Bom dia, já acordei cansada, acabada fisicamente e emocionalmente também. Mas tá na hora de levantar, colocar a cara no sol e criar vergonha nessa cara pra ir trabalhar.

Me sento na cama passando a mão pelo meu rosto inchado, lembranças daquele aeroporto me dói sempre que eu penso, por isso tem que tá já agilidade o tempo todo.

Meu irmão se foi, foi viver a vida dele e o sonho dele, estou extremamente feliz com isso, irei dizer para os quatro cantos do mundo o quanto que eu tô orgulhosa.

- Bianca. — Entro no quarto da Bianca já gritando pela mesma. - Bora, levante que temos coisas a fazer hoje. Vou marcar 10 e já volto aqui.

Sigo em direção ao banheiro, pego minha escova de dente e o creme dental. Lavo toda a minha boca, enxugo na toalhinha do lado.

- Por que a Renata tá gritando tão cedo? — Gustavo, novo morador daqui pergunta passando do quarto do Marcelo para o da Bianca.

- Dia de faxina. — Marcelo responde em um resmungo.

- Começando pelo seu quarto, que tá imundo. — Aponto pra ele. - Não gostaram? Processa, pela faxina eu morro, pela faxina eu mato.

- Vai aceitar a Jesus, Renata. — Alice aparece segurando uma xícara de café nas mãos.

- Eu tô me sentindo no twitter. — Bia se pronúncia pela primeira vez.

- Qual vai ser a primeira música? — Gustavo pergunta ligando o som.

- WAP. — grito.

- Vamo fazer a coreografia, vem. — Marcelo puxa meu braço..

- É nessas horas que eu não queria ser bilíngue, olha só a tradução dessa música. — Alice se senta.- Gosto do mesmo jeito, Brasil que lute.

Marcelo e eu pedimos espaço aos mesmo, começamos nossa coreografia  abrindo escala/espaguete. (mídia)

- Vocês pegaram tudo né? — Bia pergunta ao Gustavo que estava com o celular parado na nossa direção. - Eu tenho que aprender isso.

Rimos do comentário da Bia. Arrumamos a casa toda, mudamos tudo de lugar por estarmos enjoado daquela decoração. Mudei meu quarto por completo, nem estou mais reconhecendo ele.

- Ou, não é querendo fugir da faxina. — Marcelo se encosta na porta do meu quarto - Mas vamo na piscina do prédio.

- Não é má ideia. — Bia responde do quarto dela.

- Vão na frente, já já eu desço. — Mando, já tínhamos terminado a casa toda mesmo, não teria motivo de prender eles aqui ainda.

- Ou Aleluias. — Gustavo grita, acho que do quarto do Marcelo.

Assim que o Marcelo sai do quarto, me sento na cama suspirando aliviada por ter acabado o quarto. Pego meu celular em cima da pequena mesinha só lado da cama, ligo para o Cesar.

- Eae, batatinha. — Disse sorrindo.

- Cesar, seu cabelo não tá nada legal. — faço careta ao ver seus cachos ressecado. - Chegar cê vai fazer umas hidratações comigo.

- Já tá falando com a Bianca de novo, Cesar? — Ouço a voz do Chris no fundo.

- Oi gatinho. — Grito, mas levo uma reclamação do Cesar, já que o celular estava no seu ouvido.

- Então quer dizer que você tá ligando para o Cesar e não para mim? — agora da para escutar a voz do Victor passando nitidamente.

- Larga de drama, Victor. — dou risada - Falei contigo não faz nem meia hora.

- Não quero mais papo também, tchau. — desligou a chamada na minha cara.

Olho para o visor do celular incrédula do que acabou de acontecer, não acredito que o filho de uma bela senhora desligou na minha cara.

Nego com a cabeça, tentando afastar todo pensamento de vingança que estava se formando dentro do meu cérebro.

Pego um biquíni dentro da gaveta do guarda roupa, visto o mesmo largando a roupa que estava vestida pelo chão.

- Renata é anta mesmo, acabou de arrumar e tô aqui, desarrumando tudo de volta. — Falo comigo mesma, me judiando por está bagunçando o que acabei de organizar.

Ajeito meus cachos, passo um gloss nos labios. Aperto no botão do elevador, canso de esperar e vou para as escadas.

- Bernardo, me solta. — ouço uma garota falando na escada debaixo. Ando devagar, porque fofoqueira é assim.

- Tu tava se exibindo pra aqueles dois na piscina, Nathalia. — O garoto grita com ela.

Levanto as sobrancelhas, cruzo os braços e continuo parada na escada ouvindo.

- Eles são gays, seu idiota paranóico. — A garota da um soco no peito do namorado.

- Tenho certeza que aqueles viadinhos estavam olhando para sua bunda. — Rosnou.

Espero que ele não esteja falando dos meus meninos, por que se estiver, o espírito de fofoqueira já acabou e o de barraqueira chegou.

- Ou para seu pau, seu lixo. — A garota põe o dedo na cara dele- E quando subir, pega suas coisas e vaza da minha casa. 

Assim que se faz garota, mostra pra ele que a mamãe Riri te ensinou, empurra ele da escada.

O garoto sobe os degraus e se depara comigo parada, com certeza ele não é tão burro e se ligou que eu estava ouvindo a conversa.

- Tá olhando o que? Puta! — Na hora eu não tive tempo para pensar, meti um murro no nariz dele.

- Isso não é ofensa não, hétero. — termino de descer as escadas.

Termino de descer as escadas rápido, a tal Nathalia tava rindo da cara do namorado, ou ex namorado.

Empurro a porta do térreo com um peso na consciência, por que diabos eu meti um soco naquele cara?

- Que cara de assustada é essa? — Alice me encara.

- Acabei de meter um soco no nariz de um cara na escada. — Explico.

- Sangrou? — Gustavo pergunta. - Só tem emoção se sangrar.

- Quem sangrou? — Bia senta na cadeira debaixo do sol.

- A Renata virou boxeadora. — Alice beberica seu suco.

- Eu tô surtando. — Ponho a mão nas têmporas.

- Você sempre faz isso, é pra a gente ficar chocados agora? — Marcelo pergunta e nos olha confuso.

- Paranóia, Rê? — Bia me encara. - Aquela paranóia?

- Essa paranóia. — Seguro na mão dela.

- Que paranóia gente? — Gustavo bate palmas.- Atualiza a mamãe aqui.

- Solta na roda, juro que não como. — Alice faz bico.

Nós Dois |• Chris MC Onde histórias criam vida. Descubra agora