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Eu estou nesse exato momento assimilando tudo que o Victor acabou me dizer. Pisco algumas vezes procurando as palavras para o mesmo e não acho.

Deve ser porque palavras perfeitas não existem.

Muitas pessoas devem achar que começamos algo rápido de mais, e particularmente, eu também acho. Mas quando você sente alguma coisa forte por uma pessoa, cê deve abraçar do mesmo jeito, por mais que lá na frente você quebre a cara, mas você vai dizer "Foi bom enquanto durou", ou "Valeu a pena".

Podem ser eternos, não passegeiros. Você nunca sabe o dia de amanhã, e também não pode prever o futuro para saber se dará certo ou não.

Minha vista embaçada, por conta das lágrimas que insistem em transbordar. Abraço o Victor o mais forte que eu posso, aquele abraço de "eu quero mais".

— Sempre para sempre. — murmuro perto do seu ouvido.

— Sempre para sempre, minha gata. — beijou minha bochecha.

— Minha formatura é no dia 18, você vai né? — pergunto assim que desfizemos o abraço.

— Claro que vou, chegar lá todo trajadin na beleza. — brincou.— Tu vai ser aquela que fala aqueles bagulhos motivacionais?

— A oradora? — assentiu.— Nem, já basta ter que organizar a formatura por completo, ter que quebrar a cabeça pensando no discurso de quebra, eu teria um infarto.

— Ainda bem, imagina só eu ficar viúvo e olhe que eu nem pedi sua mão ainda. — suspirou aliviado colocando a mão sob o peito esquerdo.

—Tu é sempre tão dramático assim? — dou risada.

— Nas horas vagas, sabe? — zombou. — Vamo entrar que tá ficando frio.

— Vamo.

Levantamos entrando na sala logo em seguida, Jason estava na cozinha sozinho, deve ter achado minha Nutella.

Aviso ao Chris que vou bater um papo com meu amigo, vou para cozinha e como eu tinha dito, achou minha Nutella.

— Tá tão caladinho. — sussurro pegando minha colher, me sento ao lado dele. — Passa pra cá.

— Não faz muito barulho, não quero dividir. — reclama.

— E eu não queria que você achasse. — coloco a colher cheia na minha boca.

— Justo. — Deu risada.

— O que você tem? — pergunto atraindo seu olhar confuso. — Está distante, não está fazendo tanta palhaçada como de costume.

—Eu não estou distante. — se defendeu.

— Jason. — passo a mão nas suas costas.— Eu sou estudante de psicologia, está mentindo para mim?

— Desculpa aí. — rio. — É a minha ex namorada, ela ainda mexe comigo sabe. É aquele ditado: Superei, mas não passa na minha frente.

Ponho a mão na boca para abafar a risada escandalosa que queria sair da minha garganta.

— Putz, sei mais ou menos como é esse rolo aí. — dou de ombros.— Mas relaxa, você vai encontrar alguém.  Talvez você pare de fazer música pra essa ex, porque, cá pra nós... eu não aguento mais.

— Vou fazer só mais uma, que na verdade já está escrita.... — cerrou os olhos, me deixando curiosa.

— Que música? Hein? Oi?

— Segredo. — revela.

— Morri. — faço drama.

— Amanhã eu trago mais pra tu. — levantou o pote de Nutella vazio.

Nós Dois |• Chris MC Onde histórias criam vida. Descubra agora