Capítulo 30

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[Bárbara Passos]


A semana passou e eu fiquei todos os dias trancada no quarto. Era da faculdade pro quarto, do quarto pra faculdade. Meus pais não estariam em casa por pelo menos mais uns 3 dias, então me isolei completamente no meu mundinho. Carol veio pra cá alguns dias e abasteceu a geladeira de doces. Essa garota era uma formiga na vida passada, tenho plena certeza disso.
Era sexta, quase anoitecendo e meus planos pra hoje se resumem em: brigadeiro e netflix.
Meu celular começou a vibrar na escrivaninha enquanto eu escolhia um filme. Me esticando para ver o nome que estava ali, percebi que era Victor, atendi rapidamente.

call on • Victor Augusto:

Victor: Barbara?
Babi: oi
Victor: seus pais já voltaram?
Babi: só na segunda, por que?
Victor: vem jantar aqui, se aceitar até te busco aí
Babi: do nada?
Victor: quero que conheça meus pais e principalmente te tirar desse buraco negro de doce aí
Babi: mais respeito com meu mundo, por favor.
Victor: você vem ou não?
Babi: tenho escolha?
Victor: nenhuma!
Babi: ok, 20 minutos e eu apareço aí.

call off

Conhecer os pais do Victor, ou pode dar muito bom ou pode dar muito ruim, então pelo menos eu vou apresentável.
Coloquei uma calça jeans e uma blusa simples, calcei um tênis e no rosto só cobri minhas olheiras de tanto madrugar vendo série. Rímel e lip tint pra parecer que ainda to viva.
Desci, tranquei a casa e fui sozinha pra casa do Victor. Cheguei na porta, apertei a campainha e logo uma mulher a abriu. Me recebeu com um sorriso gigante, o que me acalmou 100%. 

Mãe do Victor: oi meu amor, Bárbara não é?
Babi: isso — falei sorridente.
Mãe do Victor: pode entrar, o Victor ta na cozinha terminando de montar a lasanha — ela disse me levando até a cozinha.
Victor: nossa, Babi você ta palida, qual foi a última vez que viu a luz do dia? — falou rindo. Bufei em sinal de repreensão.
Mãe do Victor: Victor, que isso?
Victor: essa menina ficou a semana inteira dentro do quarto dela, mãe.
Eu estava extremamente tímida, conhecia Victor a menos de um mês e já estava aqui com sua família, em sua casa.

Mãe do Victor: Bárbara, me ajuda a colocar a mesa? O Tim já vai chegar — assenti e fui ajuda-la. Enquanto isso Victor continuou me difamando pra mãe dele e eu só sabia rir. Ela sempre o repreendia, e isso me fez gostar ainda mais dessa mulher.
Nos sentamos pra comer, já estávamos conversando sobre meus pais, a vizinhança, sobre a cidade e tudo quanto é assunto que surgia. Minha timidez saiu em poucos minutos de conversa com dona Angélica. Ela era igual o filho, sabe puxar um assunto. Logo o pai do Victor chegou.
Pai do Victor: Bárbara, que bom você por aqui! — ele me cumprimentou. Por ele trabalhar na empresa do meu pai, eu já o conhecia.
Pai do Victor: e seu pai, já voltou? — ele perguntou se juntando a nós.
Babi: ainda não, voltam na segunda. — falei e logo voltamos a comer e conversar sobre a empresa.
Depois do jantar, Victor tirou a mesa, mas continuamos ali, parecia que a conversa não tinha fim. Perdi a noção do tempo, era extremamente confortável estar entre eles. Entre uns papos e outros, peguei Victor me olhando fixamente varias vezes.

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