Capítulo 36

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[Bárbara Passos]

A última vez que vi Victor foi a quase uma semana, naquele show. Decidi que eu precisava entender que não poderia rolar nada com ele, que nossa aproximação era apenas uma amizade. Se ele quisesse algo, mesmo depois de ter me beijado, ele falaria, então me mantive esses dias um pouco distante. Respondi suas mensagens com tons mais frios, até que eu recuperasse o controle da situação. Ele me mandou mensagens preocupado, comigo e com o batman. Sua última mensagem ele dizia querer me ver, me convidou a caminhar hoje pelo bairro com ele. Relutei, mas ele insistiu então me vi forçada a aceitar.
Coloquei minha legging preta, um moletom solto e meu tênis esportivo branco. Estava um pouco frio, então não me dei ao luxo de prender meu cabelo. Escutei ele me chamar, desci as escadas e abri a porta. Um frio na barriga me pegou de surpresa ao vê-lo depois de quase uma semana ignorando. Como eu consegui fazer isso, meu Pai? Esse homem é um colírio para os olhos.
Victor: Oi — falou timidamente.
Babi: Oi — orgulhosa que sou, respondi igualmente no mesmo tom.
começamos a caminhar, ninguém tomou a iniciativa de começar algum assunto por alguns minutos.
Victor: Babi — ele disse e parou de correr. Também parei e olhei pra trás pra ver o que ele queria — me fala o que esta acontecendo, por favor.
Babi: como assim?
Victor: ja tem uma semana que você não conversa direito comigo, o que eu fiz?
Babi: você não fez nada, Victor.
Ele saiu da rua e adentrou no caminho para um lago. Se sentou na grama de costas pra mim, olhou pra trás e sinalizou pra que eu sentasse ali também.


Victor: me fala o que aconteceutem que haver um motivo — ele disse olhando em meus olhos com a expressão séria.
Babi: Victor... — ele permaneceu me olhando, podia quase sentir seus olhos penetrando os meus. Ele mal piscava, estava atento em meus movimentos. Seu rosto estava levemente rosado perto das bochechas como de costume, era uma tentação enorme estar tão perto dele e não beija-lo. Não resisti. No impulso selei nossos lábios, era a única resposta que eu poderia dar naquele momento, ele pareceu gostar porque logo me puxou pra mais perto dele, apertando minha cintura e me fazendo apertar ainda mais meus lábios contra os seus. Nossos beijos sempre eram cheios de desejo e... saudade? A sensação era sempre como a primeira vez, podíamos não ter tanto tempo juntos, mas a química entre nós era inegável, o que complicava ainda mais minha situação.
Logo parei o beijo, ele me olhou com um sorriso sincero no rosto. Involuntariamente sorri.
Victor: isso foi a resposta ou era só saudade?
Babi: descubra— falei direcionado meu olhar para o lago.
Ele chegou mais perto e me abraçou de lado, sinto que posso fazer o que quiser, e que mesmo assim, meu coração vai continuar chamando por ele mesmo que seja contra minha mente.

dias depois

Voltei a conversar normalmente com Victor, ele me deu carona nos últimos dias pra faculdade. A gente se aproximou de uma forma inexplicável. Eu achava completamente ridículo aquela frase em que falam que intimidade não é questão de tempo e sim de conexão. Pois é, não acho mais. Essa frase explica exatamente minha relação com ele. Agora, o que não podia ser explicado era como estávamos levando isso. A gente se entendia bem, passava a maior parte do tempo juntos e quando não estamos perto um do outro, conversamos por mensagem. Percebo sempre ele me olhando, com cara de bobo, vidrado. As vezes me pego olhando exatamente assim pra ele, porem não definimos o que somos. Sei que ele ainda sai com algumas garotas, não vou negar que também tento manter contato com uns caras que conheci, mas não consigo levar nenhum a diante porque esse idiota do Victor nunca sai da minha mente. Até hoje. Resolvi ignorar meus pensamentos e chamei um cara pra sair, eu ja estava conversando com ele a alguns dias.
Victor estava aqui, brincando com o Batman. Sempre achei que esse gatinho fosse uma desculpa pro Victor ter se apossado do meu quarto.

 Eu estava separando alguns vestidos quando notei que sua atenção estava em mim.
Victor: vai sair?
Babi: uhum — murmurei sem olhar pra ele.
Victor: sozinha?
Babi: não, com um amigo.
Victor: amigo? Sei bem — apensas sorri. Não vou dar margem pra ele ficar fazendo mais perguntas.
Separei um vestido colante, um tênis e um casaco. Deixei em cima da cama, ele olhou e em seu rosto formou-se uma expressão de desconforto. Conversamos por mais algum tempo e logo fui tomar meu banho e me arrumar, enquanto eu secava meu cabelo, ele mexia no celular.

Passei uma maquiagem leve, vesti minha roupa e saí do banheiro já pronta. Victor abaixou o celular e sorriu me olhando com cara de safado.
Victor: acho que vai sentir frio — ele disse se aproximando de mim. Eu estava de frente pro espelho me ajeitando, ainda sem meu casaco.
Babi: virou a moça do tempo, foi? — debochei
Ele chegou por trás, nossos olhares se conectaram no reflexo do espelho. Suas mãos tocaram meus ombros nus e deslizaram pela minha pele até as minhas costas. Senti um arrepio cortando meu corpo inteiro, seu toque era minha perdição. E ele sabia bem disso.

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