[Bárbara Passos]
Depois que Luiz nos mostrou tudo que nos pertencia e nos instruiu em relação aos documentos deixados, eu continuava me perguntando porque Antônio fez essa loucura. Tudo bem, ele não tinha filhos, mas ainda tinha parentes. Apesar de raramente menciona-los, creio que não havia nenhuma indiferença ou intriga com alguém de sua família.
O jantar já estava no fim, Luiz já havia acabado de guardar o último papel que assinamos enquanto eu terminada meu vinho observando tudo ao redor.
Luiz: agradeço a companhia e a compreensão de ambos, foi bom conhecer vocês dois. Preciso ir, e não se preocupem com a conta, ela já foi paga. — disse se levantando e nos cumprimentando com um aperto de mão e logo se afastou.
Babi: ainda não acredito — falei encarando Victor. Ele apenas concordou com meu pensamento e continuou vidrado na taça de vinho a sua frente.
Babi: eu vou ao banheiro e logo depois podemos ir, se quiser — falei me levantando.
Victor: aguardo.
Me afastei de nossa mesa indo em direção ao banheiro, me olhei no espelho imenso que tinha logo no início e alisei meu vestido. Reparei vários olhares hoje sob mim, mas reparei ainda mais no velho instinto protetor de Victor.
Depois que saí do banheiro, a vista da cidade na sacada do restaurante me chamou atenção. Era de tirar o fôlego olhar BH toda iluminada dali de cima, com um vento fresco batendo em minha pele me fazendo arrepiar.
Victor: essa vista é incrível — disse com sua voz grave se aproximando de mim. Assenti, sem olhar para ele.
Victor se escorou na madeira ao meu lado, ainda bebia vinho em sua taça enquanto prendia seu olhar nas luzes dos carros logo abaixo de nós.
Babi: uma das vistas mais lindas que já vi — falei deixando escapar um suspiro.
Victor: faz tempo que não presto atenção nessas coisas.
Babi: então parece que você precisa parar um pouco e olhar ao redor, tem tanta beleza por aqui.
Victor: você está certa, realmente ha muita beleza aqui — disse bebendo mais um gole de seu vinho, mas seus olhos não estavam admirando a vista como eu. Seus olhos estavam focados em mim.Fomos até o estacionamento para ir embora, Victor e eu não trocamos muitas palavras durante o trajeto. Logo já estávamos em frente a minha casa. Retirei meu cinto assim que Victor estacionou.
Babi: já sabe quando vai voltar pra Alemanha? — perguntei, mesmo que me doesse saber sua resposta.
Victor: estou vendo alguns voos para essa semana — disse, com a cabeça baixa perto do volante.
Babi: eu pensei em ir amanhã até a chácara e aproveitar pra ver a casa do lado, saber o que deve ser consertado — falei ajeitando minha bolsa, pronta para sair do carro — pensei que talvez você quisesse ir junto. Aproveitar que ainda está aqui.
Saí do carro e Victor veio logo atrás, me acompanhou até a porta com as mãos no bolso esperando até que eu entrasse. Ainda não havia falado nada sobre o que sugeri segundos antes.
Consegui engatar a chave e abrir a porta.
Victor: é uma boa ideia, te encontro lá amanhã — disse finalmente. Um pequeno sorriso tomou conta dos meus lábios. Ele continuou ali esperando que eu entrasse, mas eu travei. Eu queria me despedir, mas não sabia como. Havia uma nuvem de tensão sobre nós. Minha respiração pareceu sumir quando Victor se aproximou de meu corpo, seu rosto veio para perto do meu. Ele deixou um beijo leve e demorado em minha bochecha, o escutei respirar fundo, parecia querer sentir meu cheiro. Quando trouxe seu rosto para frente do meu, ele não recuou. Continuou ali, me olhando com aqueles olhos escuros alternando entre meus olhos e minha boca. Vi que seus lábios se curvaram em um sorriso quando ele colou nossas testas. Ele estava pronto para cometer uma loucura, mas creio que a última gota de sanidade dentro dele o salvou.
Victor: durma bem, Bárbara — disse com sua voz baixa e extremamente rouca, se afastando e dando meia volta indo para seu carro. Entrei e tranquei a porta, me escorando logo em seguida nela — seja lá o que você pensou quando fez tudo isso, espero que saiba da confusão que plantou em nossas mentes, viu Antônio? — falei olhando pra cima.
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Fanfictionse todos já nascem predestinados a encontrarem sua alma gêmea, qual a razão pra tantos desafios? A vida de Bárbara Passos e Victor Augusto sempre foi uma caixinha de surpresas, mas nenhum deles esperavam por tudo isso. Ambos serão testado pelo desti...