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Capítulo 22

[Bárbara Passos]

Me joguei na cama, logo me perdendo em meus pensamentos.
Como pode tudo mudar em questão de semanas?

Peguei meu celular e liguei para Carol. Precisava contar sobre tudo isso pra uma pessoa, pra minha pessoa.

call on • Carol Voltan:

Voltan: ué, Babi, você não estava na festa?
Babi: não aguentei ficar...
Voltan: o que houve? E que voz de choro é essa Barbara?
Babi: eu preciso te contar tanta coisa, carol — falei limpando algumas lagrimas no rosto que já rolavam.
Voltan: vai, conta tudo...
Babi: vem pra cá? Eu te busco, você dorme aqui.
Voltan: ok, pode vir.

call off

Desliguei, peguei as chaves do carro e dirigi até a casa da Voltan. Não era tão longe, logo já estava lá esperando ela.
Voltan: espero que tenha aquele pavê incrível que sua mãe faz na sua casa porque to morrendo de vontade de comer ele.
Babi: achei que estava indo pra minha casa pra me ouvir desabafar — falei fingindo estar irritada.
Voltan: e vou, porém comendo aquele pavê.
Seguimos de volta pra minha casa, chegamos lá, Carol foi direto pra geladeira ver se tinha o pavê, triste por não encontrar, ela pegou um copo de leite e completou com nescau, subimos pro quarto, arrumei nossa cama, coloquei meu pijama e sentamos pra conversar.
Voltan: conte-me tudo e não me esconda nada, está avisada viu Barbara Passinhos?
Babi: terminei com o Bruno e beijei o Victor — fui direto ao ponto, mas sua reação logo após me convenceu de que não foi lá uma boa ideia dizer tudo isso de uma vez só quando Voltan cuspiu metade do leite que havia acabado de beber.
Volta: VOCÊ O QUE? — disse completamente espantada.
Babi: isso mesmo, na mesma noite, a alguns minutos atrás, inclusive — respondi brevemente enquanto Carol ainda me olhava completamente atônita.
Voltan: uou, vamos por partes — disse colocando o copo sobre o apoio — porque terminou tão repentinamente com o Bruno? Ele não está vindo para o Brasil?
Babi: ele me mandou mensagem, disse que precisava conversar quando chegasse. Eu já sabia o motivo, só adiantei o processo.
Voltan: Meu Deus! — falou colocando a mão na boca em sinal de espanto — você sempre me surpreende, garota.

Babi: isso foi antes de eu me arrumar pra festa, cogitei não ir até, mas meu pai ficaria chateado então me arrumei e lá dei de cara com o Victor — olhei pra Voltan e ela ainda estava boquiaberta. Não julgo, ela sempre me viu ser uma pessoa mais na minha e sem muitos rodeios.
Babi: desabafei com ele sobre meu namoro, mas não falei sobre o término. Não sei explicar, mas eu e Victor temos algo, como uma conexão entende? É estranho. — ela apenas balançou a cabeça em sinal de confirmação, com um sorriso desconfiado no rosto.
Babi: e aí quando percebi, estávamos nos beijando.
Voltan: você gostou?
Babi: talvez
Voltan: quem te viu quem te vê, Bárbara Passinhos! — joguei uma almofada nela e rimos juntas — e como você está diante disso tudo?
Babi: me sinto leve, porem triste. Foi tão de repente, sabe? — ela apenas confirmou — por mais que eu soubesse que ele estava mais frio, mais distante, eu ainda tinha esperanças de que ainda tivéssemos uma chance. Mas agora vejo que já tinha acabado faz tempo.

Carol ainda estava espantada, mas acredito que a pior parte vem agora.
Babi: ele estava conhecendo outra garota.
Voltan: ELE O QUE????? — disse se levantando e indo até a porta.
Babi: aonde você vai, carol?
Voltan: DAR NA CARA DESSE MENINO! — ela disse gritando já no andar de baixo da casa.
Babi: Carol, sinto te informar, mas ele ta num avião no momento — falei e percebi ela voltando.
Voltan: deixa só ele pousar pra ele ver o que vou fazer com a cara dele — disse e se deitou perto de mim — ele te traiu então?
Babi: ele só disse que ainda estava conhecendo, que por respeito a mim, não havia rolado nada entre eles, mas...
Voltan: DUVIDO! — disse se levantando, irritada.
Carol era a melhor amiga que eu poderia ter, me protegia com unhas e dentes. Isso desde quando éramos crianças. Eu só ria da situação, ja tinha chorado demais, por isso chamei ela.
Voltan: ai Babi, se eu fosse você aproveitava que ta livre, e se jogava na pista.
Babi: não, quero ficar na minha por um tempo — falei afofando os travesseiros e me deitando em seguida entre eles — vamos com calma.
Voltan: calma? Nada disso. — olhei pra ela balançando a cabeça em sinal de negação — amanhã nos vamos até a casa da Cris.

Logo de manhã acordei com Carolina pulando em cima de mim.
Voltan: ô donzela, o que está esperando para acordar e se arrumar logo?
Resmungando, joguei um travesseiro nela, mas tive que levantar. Fui direto pro chuveiro, tirei o resto de maquiagem que ainda tinha no meu rosto, hidratei e passei somente um corretivo nas olheiras juntamente com um rímel e lip tint nos lábios. Peguei uma roupa leve, short e blusa básica por ser um churrasco só entre a gente mesmo.

Na verdade, isso era o que eu pensava...