Capítulo 85

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[Bárbara Passos]


Bruno me trouxe de volta ao meu apartamento, saiu do carro para abrir a porta pra mim. Sorri com a atitude.
Babi: desde quando você é cavalheiro assim? — perguntei debochando. Seus olhos se reviraram.
Bruno: desde sempre, você que nunca se importou com essas coisas — disse me deixando sem graça. Realmente, ele sempre foi assim.
Ele me acompanhou até o elevador e depois até a porta do meu apartamento. Se escorou na parede me observando destrancar a porta.
Babi: você quer entrar? — perguntei com um olhar intimidador, esperando que ele aceitasse. O jantar foi bom, não estava preparada para deixa-lo ir.
Bruno: está tarde, Bárbara — disse notando as segundas intenções em minha simples pergunta, mas pareceu gostar pois seu sorriso o entregou.
Bárbara: tem certeza?
Ele prendeu seus olhos nos meus e depois nos meus lábios suspirando forte.
Bruno: não — disse e em segundos tomou minha boca, me colocando para dentro do meu apartamento e me prendendo entre seus braços na porta que ele acabara de fechar. Bruno apertou firme minha cintura quando selou nossos lábios novamente agora em um beijo eletrizante, faminto. Tentei acompanhar seu ritmo, suas mãos passeavam pelo meu corpo fazendo meu vestido subir. Apertou forte minha bunda quando a encontrou, sorri entre o beijo.
Bruno: você não muda nunca, né? — disse baixo em meu ouvido, me fazendo lembrar de anos atrás.
Babi: sou como vinho, melhorei com o tempo — retruquei, também ao pé de seu ouvido. Senti sua respiração se desregular e um aperto forte em meu cabelo.
Bruno: mal posso esperar pra ver.
Depois disso, Bruno tomou as rédeas e me levou para o quarto mas nunca descolando sua boca da minha. Deitou por cima de mim, enquanto nossas línguas dançavam lentamente em nossas bocas, suas mãos se encarregaram de tirar meu vestido. Ele descolou seus lábios dos meus para me observar, parecia atento em cada detalhe meu.
Bruno: realmente, como um vinho da melhor safra.
Bruno tirou sua própria roupa e me despiu por inteira logo em seguida. Com a cama já uma bagunça, Bruno me teve completamente entregue a ele

Sem nenhuma preliminar, não perdemos tempo porque eu já estava molhada o suficiente para recebe-lo. Ele foi incrível, suas mãos e seu corpo fizeram um ótimo trabalho. Me fez chegar a meu ápice duas vezes seguidas durante a noite. Certeza que pela manhã eu estaria dolorida, mas faria tudo de novo se o cansaço não tivesse nos vencido.
Adormeci nos braços de Bruno, mas não acordei neles. Ele não estava mais na cama pela manhã.
Estranhei, mas relevei. Bruno acordaria cedo para o trabalho, e além do mais, não temos nada entre nós para fazer-lo ficar aqui.

dois meses depois

 Hoje eu estava organizando tudo aqui em casa para tirar uma pequena férias. Haveria um recesso por conta do feriado da páscoa então eu aproveitaria pra ir até a chácara passar uns dias já que meus pais não estavam em BH, os dois resolveram viajar em um cruzeiro durante esse feriado. Não contestei, eles precisavam disso e eu já havia visto eles ha duas semanas atrás quando vieram aqui me visitar.
Enquanto eu varria a cozinha, o interfone tocou. Fui até ele e apertei o botão para falar.
Babi: sim?
Bruno: oi, sou eu.
Babi: vou destrancar, sobe aí — falei autorizando sua entrada.
Depois de alguns segundos ele chegou todo sorridente, com uma sacola em mãos.
Bruno: você disse que iria faxinar a casa, imaginei que não fosse cozinhar então... — disse levantando sua sacola, era comida japonesa.
Babi: você realmente pensa em tudo — falei indo até ele abraça-lo.
Eu e Bruno nas últimas semanas decidimos não rotular o que temos. Expliquei a ele que não queria me envolver tão rapidamente em um novo relacionamento. Ele aceitou bem, entendeu meu lado, mas algo me dizia que ele idealizava o oposto. Sei que Bruno nunca deixou de me amar, da pra ver em seus olhos e na forma que ele tenta sempre me manter próxima a ele em todo o tempo. Gosto dele, gosto muito e sinto um desejo enorme de estar com ele, mas tenho medo de estar me enganando mais uma vez, então prefiro deixar como está e quando eu enfim tiver a certeza, dou o próximo passo.

Acordei bem cedo, o sol mal havia saído ainda. Ajeitei as coisas no porta-malas do carro e a caixa com os mantimentos. Tranquei tudo, voltei pro carro e ja estava quase me esquecendo de ligar para Bruno. Disquei seu número e no primeiro toque ele atendeu.

ligação on • Bruno:

Babi: ei, estava acordado já?
Bruno: eu nem cheguei a dormir, pequena —
disse com uma voz gostosa de cansado.
Babi: liguei pra avisar que estou saindo já, lá não pega sinal, mas não se preocupe estarei bem.
Bruno: vou continuar preocupado, espero que chegue bem — disse calmo — dirija com cuidado, ouviu?
Babi: sim, senhor.
Bruno: e não de bobeira lá, tranque tudo.
Babi: sim, senhor. Mais alguma coisa?
Bruno: sim...

Babi: então fale! — respondi rindo. Ele ainda demorou alguns segundos para dizer, pensei que havia caído a ligação. Mas ele falou — eu te amo.

Fechei meus olhos tensa com o que eu havia acabado de escutar.
Babi: eu também, Bruno — falei, mesmo não tendo tanta certeza assim dos meus sentimentos por ele.

ligação off 

Liguei o carro e dirigi por duas horas até chegar à chácara. Quando finalmente cheguei, notei um barulho estranho no carro, respirei aliviada. Se acontece algo no meio da estrada eu estaria na merda. Saí dele e abri o capô, nada de errado, tudo parecia no lugar. Dei a volta a olhei por baixo, algo estava vazando. Como não percebi isso antes? — falei, observando o rastro que deixei pela estrada. Preciso chamar um mecânico e pra isso terei de andar alguns metros para conseguir sinal. Nem retirei as coisas do carro. Farei isso outra hora, eu estava com muita saudade de ver o sol nascendo no lago e caminhar sentindo o vento no meu rosto por todo o verde que ali tinha. E foi exatamente o que fiz, nem cheguei a entrar dentro da casa. Depois de conseguir sinal e falar com um mecânico, fiquei por longos minutos caminhando desfrutando da paisagem linda que essa chácara guarda.

Tudo aqui ainda me faz sentir que Antônio está presente, parece que quando eu voltar vou encontra-lo fazendo café para mim, me esperando com aquele sorrisão no rosto.
Voltei depois de algumas horas fora, coloquei minha mala no quarto e fui tomar um banho. A água quente me fez relaxar, era tudo que eu precisava. Longe de todos os problemas do trabalho, tinha muito tempo que eu não tirava um tempo pra mim assim. Fiquei ali por vários minutos até criar coragem pra sair. Não peguei nem mesmo minha roupa limpa quando vim tomar banho. Enrolei uma toalha na cabeça e outra no meu corpo e fui em direção ao quarto. Abri a porta e a visão que tive não era desse mundo. Victor, sem camisa apenas com uma calça jeans. O que ele estava fazendo aqui? Como entrou e que horas entrou?
Babi: Victor? — falei confusa, nem me lembrando do que eu usava, ou melhor, não usava.
Victor: Bárbara? — disse com a mesma expressão de confusão em seu rosto, que logo mudou quando sua visão caiu para as minhas pernas.

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