[Victor Augusto]
Não preguei o olho essa noite, e pra variar acordei mais cedo que o desejável. O relógio na parede já marcavam seis da manhã. Levantei e fui até a cozinha pra fazer um café. Não sei que horas Bárbara vai para a chácara, não combinamos nenhum horário então vou mais cedo pra já ver o que vai ser preciso fazer por lá e aproveito para pensar um pouco sozinho.
Chegando no portão principal da chácara, o velho uno de Bárbara já estava estacionado ali. Ótimo — falei pra mim mesmo.
A porta da sala estava entreaberta, andando até a cozinha nada dela. Procurei pelos quartos e também não a encontrei. Passei pela janela de frente pro lago e la estava ela, com os pés dentro da água, sentada com o sol batendo em seu corpo. Eu posso ter ficado mais minutos que o normal, parado ali, a observando.
Me aproximei, mas estava tão distraída que não notou minha presença.
Victor: caiu da cama? — perguntei, me sentando ao seu lado.
Babi: ah, oi. Não te vi chegando — disse voltando seu olhar para meu rosto e depois novamente para o lago — na verdade nem cheguei a dormir de fato.
Victor: entendo, também não preguei o olho — falei pegando a garrafa que trouxe — café?
Babi: preciso, vou pegar as canecas.
Bárbara se levantou e foi até a chácara para buscar as canecas, voltou logo em seguida com alguns biscoitos de leite.
Babi: como nos velhos tempos — disse se sentando novamente e me mostrando os biscoitos — pedi para ele me ensinar a fazer essas rosquinhas a algum tempo. Foi a melhor coisa que fiz!Victor: estão com o mesmo gosto que as dele — falei com a boca cheia deixando voar alguns farelos.
Babi: ei, fecha a boca, cara — disse rindo e limpando os farelos que caíram em sua roupa.
Ficamos ali na paz que aquele lago trazia. As vezes eu roubava olhares de Bárbara, e em algumas delas nossos olhares se encontravam.
Babi: e então, vamos lá ver a tal casa? — disse se levantando e estendendo a mão para me ajudar.
Segurei-a, seu toque era macio e quente. Quando fiquei de pé, a poucos metros do rosto dela, não consegui parar de olhar para aqueles olhos castanhos iluminados pelo reflexo do sol na água a nossa frente. Apesar se não ter dormido, seu rosto estava sem nenhum sinal de cansaço. Pelo contrário, estava rosado e com um brilho incrível. Meus olhos caíram para a sua boca, e isso foi a minha morte porque tive que lutar contra meu maior desejo no momento: beija-la.[Bárbara Passos]
Victor estava imóvel, seus olhos estavam vidrados nos meus lábios. Eu queria, queria muito ceder aos meus desejos e acabar com essa maldita distância entre nossos corpos, mas não fiz nada. Apenas esperei que ele voltasse a realidade o que não demorou muito tempo.
Tenho apenas essa semana.
Caminhamos pela estrada de cascalho que ligava as duas casas, mesmo de longe era linda. Parecia quase não precisar de nenhuma reforma. Tinha um estilo rústico, com madeira e pedras como decoração, apenas sua entrada já tirava o fôlego.
Victor: é uma boa casa — disse me olhando. Assenti e fui até a porta destranca-la.
Os móveis estavam todos cobertos com panos para não pegar poeira, abri as janelas junto com Victor deixando que a luz iluminasse todo o seu interior. Ficamos ali analisando cada parte daquele espaço por alguns segundos.
Victor: acho que só precisa de uma boa pintura — disse indo em direção ao interruptor — e de lâmpadas novas.
Babi: porque ele nunca disse nada sobre essa casa?
Victor: tem muita coisa que ele não nos disse, acredite — tive que concordar, Antônio só compartilhava com a gente aquilo que ele realmente queria, ele era um homem bastante misterioso. E teimoso, claro.
Victor: acho que podemos começar a fazer isso hoje — disse direcionando seu olhar a mim enquanto caminhava para mais perto — o que acha?
Babi: bom, temos que aproveitar enquanto você ainda está aqui, não é? — era inevitável não lembrar o tempo inteiro sobre sua volta.
Depois que concordamos em começar a pintar as paredes ainda hoje, decidimos as cores e os materiais que iríamos precisar. Victor foi até a cidade buscar tudo enquanto eu fiquei aqui afastando os moveis e esticando uma lona pelo chão.Explorando o porão da casa, consegui achar uma escada bem conservada. A levei até a sala e adiantei o processo de retirar as lâmpadas queimadas. Escutei o barulho dos passos pesados de Victor do lado de fora.
Babi: ei, achei uma boa escada — falei ainda em cima dela, sorrindo. Victor riu junto.
Victor: vai ser útil. Mas desça daí antes que caia disso — disse sério, quase como uma premonição, pois segundos depois mesmo com meus pés firmes nos degraus da escada, algo me fez bambear e consequentemente perder o equilíbrio. Tudo foi muito rápido, só me dei conta quando meu corpo estava seguro nos braços de Victor.
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Fanficse todos já nascem predestinados a encontrarem sua alma gêmea, qual a razão pra tantos desafios? A vida de Bárbara Passos e Victor Augusto sempre foi uma caixinha de surpresas, mas nenhum deles esperavam por tudo isso. Ambos serão testado pelo desti...