Capítulo 66

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[Victor Augusto]


Tentei conversar com Barbara durante os últimos dias, ela não me deu tanto espaço. Tivemos apenas uma boa conversa, mas nada resolvido. Ela se fechou completamente a hipótese de levarmos isso adiante, eu queria entender seu lado, sua dor, mas ela também precisava entender a minha escolha, alias, escolha dos meus pais. Infelizmente.
Já se passou quase 1 semana e meia desde que ela soube dessa mudança. Pensei que a gente podia aproveitar meus últimos dias em BH, juntos, como sempre fomos, mas ela escolheu o caminho mais difícil.
Resolvi dirigir até Antônio, talvez eu não consiga vê-lo de novo antes de ir embora.
Chegando em sua chácara fui recebido por ele em sua pequena horta, ele me olhou sério, arrisco um palpite de que ele já esteja por dentro das novidades.
Antônio: então você vai mesmo embora? — disse limpando as mãos em sua bermuda e me acompanhando até a entrada de sua casa. Assenti com um olhar vazio que logo foi percebido por ele.
Victor: ela esteve aqui, não é?
Antônio: sim, estava tão muadinha. Ela está realmente triste com essa história, meu filho.
Victor: não é só ela — falei suspirando, era um pouco difícil pensar nisso com minha partida em poucos dias — sei que pode ser duro pra ela ter de levar mais um relacionamento a distância, mas ir embora com ela desse jeito está literalmente acabando comigo.
Antônio: vem filho, vamos entrar e beber alguma coisa — disse me guiando com uma de suas mãos em meus ombros.
Ele me serviu um café fresco junto com algumas roscas de leite, Antônio havia se tornado um avô pra mim. Vou sentir falta desse velho. Depois que comemos e tentamos desviar para outro assunto, Antônio me perguntou sobre algo que eu estava adiando em meus pensamentos: seria esse o fim do meu relacionamento com ela?
Abaixei a cabeça tentando reunir meus pensamentos mais positivos.
Victor: seja qual for sua decisão, terei que respeitar — fechei os olhos e uma imagem de Bárbara veio a minha mente — amo tanto aquela mulher, sou capaz de tudo pra ver ela bem.

Falei, finalmente deixando que as lágrimas molhassem meus olhos, mas impedi que rolassem. Eu só queria que nada disso fosse real.

Depois de visitar Antônio e ficar um bom tempo com ele, voltei pra casa. Meus pais já estavam começando a guardar as coisas em caixas, desmontar móveis e quanto mais eu olhava em volta mais sentia um aperto no peito. Não quero que meus últimos dias aqui em BH sejam sem ela. Dei meia volta na sala e saí de casa indo direto na de Bárbara.
Bati duas vezes, nada. Liguei pra ela, nada. Me afastei um pouco para olhar o andar do quarto dela, a janela estava aberta, provavelmente ela estava me ignorando mais um vez e eu não estou nem aí.
Victor: ô dona Bárbara Passos — gritei abaixo de sua janela — ou você aparece na janela agora, ou eu vou subir.
Olhei em volta analisando no que exatamente eu iria subir, espero que ela apareça logo porque não sou muito bom na arte da escalada.
Dei alguns segundos a ela antes de começar a contar até três.
Victor: um... — falei iniciando a contagem e rezando mentalmente para que ela aparecesse logo — dois... — não acredito que ela ia me fazer subir mesmo — é sua última chance, Bárbara Passos — falei já me aproximando da casa novamente — três... você fez sua escolha!
Falei e comecei a péssima ideia de escalar a parede.
Babi: ô lagartixa, sai dessa parede — disse abrindo a porta principal da sua casa. Sorri ao ver, pela primeira vez em dias, aquele sorriso que me deixava completamente fraco.
Victor: Oi — falei me aproximando.
Babi: Oi — ela respondeu sem graça e agradeci por pelo menos dessa vez ela não ter recuado quando colei nossos corpos.
Sem perder tempo, segurei seu rosto em minhas mãos e a puxei pra um beijo de saudade, a falta que aqueles lábios fizeram nos últimos dias era surreal. Eu não queria pensar na possibilidade de perde-la. Pelo menos não agora. Aproveitei o momento e a levei pra dentro da casa fechando a porta atrás de nós. 

Victor: não quero saber se me odeia ou não me quer por perto. Eu preciso de você, não vou desperdiçar meus últimos dias aqui sem poder te beijar — falei descendo os beijos para seu pescoço — te morder — coloquei uma das mãos na sua nuca subindo para a base de seus cabelos — e agarrar seu cabelo macio e te escutar sussurrar meu nome entre seus lábios.
Ela apenas concordava deixando que eu conduzisse toda aquela situação. Agarrei suas coxas fazendo-a subir no meu colo e a levei pro quarto.
Victor: porra, Bárbara — meus olhos estavam sob os dela — eu não estou preparado pra te perder.
Ela fechou os olhos, balançando a cabeça em sinal de negação voltou a me olhar e agora com poucas lágrimas se formando ali.
Babi: nem eu, Victor — suspirou — nem eu.
Colei nossos lábios novamente e dei tudo de mim naquele beijo. Minhas mãos passearam pelo corpo de Bárbara enquanto nossas línguas travavam uma batalha. Ela encravou as unhas nas minhas costas o que me fez sorrir entre o beijo e sussurrar seu nome como sinal de repreensão. Ela tirou minha camisa logo em seguida e eu me afundei em seu pescoço, dessa vez não poupei as marcas. Deixei meu rastro em sua pele macia enquanto ela arfava com cada mordida. Deslizei minha mão até o cós de seu short e encarei seu rosto pedindo permissão, ela confirmou com aquele sorriso atrevido me deixando ainda mais louco naquele momento. Se é que ainda me restava sanidade quando o assunto era Bárbara Passos.

Tirei seu short e depois sua blusa, ela também me despiu nos deixando semi-nus naquele quarto. Aquelas paredes iriam ser testemunhas do nosso amor quando Bárbara me virou me deixando de costas na cama e se sentou no meu colo. Ela guiou toda a situação, distribuiu mordidas ao longo do meu abdômen e por fim me despiu totalmente, depois disso Bárbara me proporcionou um prazer que eu nunca havia sentido antes em toda a minha vida. Como ela era tão boa assim se nunca havia feito isso antes? Deus, essa mulher é tão incrível. Mais alguns minutos avançamos todos os sinais e como eu havia dito, as paredes daquele quarto foram nossas testemunhas porque havíamos feito amor da forma mais incrível e intensa possível. Agora ela estava deitada sob meus braços enquanto eu ouvia sua respira desacelerar. Sua voz gritando meu nome enquanto atingia seu ápice e seu rosto rosado com um sorriso travesso ainda estavam frescos na minha memória e eu queria guarda-los ali por muito tempo. Espero que o mundo te devolva pra mim novamente, minha pequena. Não vou suportar um dia voltar e ver outro em meu lugar. Eu te amo com cada pedaço do meu coração.

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