Capítulo 60

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[Bárbara Passos]

Carol me contou sobre o que Mob falou pra ela ontem, conversamos durante a viagem toda até chegarmos no local. O ônibus finalmente parou, alguns alunos começaram a descer do ônibus, eu estava me levantando também quando o chaveiro da minha mochila agarrou no banco, quando puxei o zíper abriu fazendo cair minhas coisas.
Voltan: você não vem?— falou já na metade do caminho.
Babi: vou, deixa eu catar as coisas que caíram aqui, pode ir na frente.
Acho que ela concordou, não consegui olhar, finalmente catei tudo e desprendi meu chaveiro de onde ele havia agarrado. Coloquei a mochila nas costas e caminhei até a frente do ônibus, mas alguém me puxou pro assento vazio do lado dele enquanto eu andava.
Babi: ei, pensei que já tivesse descido
Victor: te esperei passar, baby — ele disse e me puxou pra perto de seus lábios, acariciou minha boca e me beijou com desejo. Seu hálito cheirava a menta, tive a certeza quando a bala que estava em sua boca encostou na minha língua enquanto eu o beijava. Ele me puxou pra cima de seu colo, coloquei minhas mãos em seus cabelos e ele desceu as suas pra minha cintura e logo depois uma delas pra minha bunda me fazendo sorrir entre o beijo.
Babi: endoidou? Eles vão nos pegar aqui — falei olhando pra porta, uma sombra passou sinalizando que o motorista ainda estava ali. Ameacei voltar a falar mas Victor colocou seus dedos nos meus lábios.
Victor: shhh! — disse com um sorriso travesso.
Na mesma hora Victor abaixou minha cabeça junto da dele para sairmos da frente da visão do motorista quando ele verificou se ainda havia algum aluno. Deu certo, pois logo ele desceu e pudemos escutar o barulho da porta se fechando.
Babi: você por acaso é louco? — falei batendo a palma das minhas mãos em seu peito. Ele as segurou aproveitando pra me puxar ainda mais pra perto, ele colocou seu rosto perto do meu ouvido me fazendo arrepiar sentindo sua respiração quente em contato com minha pele

Victor: sim, eu sou louco — sussurrou e em seguida senti uma leve mordida no lóbulo da minha orelha — e você gosta das minhas loucuras, não é, Bárbara Passos?
Sempre me arrepiava quando ele me chamava pelo meu nome todo, mas algo dessa vez provocou um arrepio ainda mais forte que os outros, um formigamento por todo o corpo me fazendo fechar os olhos pra receber toda aquela sensação. Ele sorriu contra minha pele quando percebeu o que havia me causado apenas com suas palavras, e continuou.
Victor: você gosta do perigo, eu sei — falou bem perto da minha pele arrepiada me dando beijos seguidos por todo o meu pescoço e mandíbula — gosta da sensação de sermos pegos a qualquer momento?
Apenas assenti, naquela altura do campeonato minha voz já havia sumido e eu só sabia aproveitar cada mix de sensações que ele me fazia sentir só com seu toque sob minha pele. Minha boca procurou a sua novamente, mas ele não cedeu, queria me provocar. É uma pena ele ter esquecido que consigo ser ainda pior. Desci meus dedos para a barra de sua camisa e com as mãos um pouco frias deslizei-os para dentro tocando sua barriga que se contraiu de leve com meu toque. Ele riu.
Victor: já estou acostumado com sua pele fria, Bárbara — disse e chocou seus lábios contra os meus, sua língua abrindo passagem procurando a minha. Meus dedos o arranharam por baixo da camisa e pude sentir Victor arfando com meu toque. Mesmo gostando do clima e de tudo que ele me causava, no fundo eu estava me perguntando aonde isso iria terminar.

[Victor Augusto]

Barbara me tinha. Simples! Seu toque, seu beijo, a forma como ela me fazia sentir coisas que eu nunca havia experimentado com outras garotas em toda a minha vida. Eu não tinha dúvidas do quão única ela era. Não planejei puxar ela e nos deixar presos dentro do ônibus enquanto nossas turmas se enchem de conhecimento la fora, mas algo que não posso negar quando estou com Barbara é: não sei me controlar. Era como estar sob efeito de uma droga e eu estava completamente viciado nessa mulher. Não planejei, mas sei exatamente aonde isso vai terminar se continuarmos avançando todos esses sinais como estamos fazendo agora.
Barbara continuava sentada em meu colo e antes com as mãos dentro da minha camisa, agora já havia tirado ela de mim. Minha única reação a esse ato foi me afundar em seu pescoço enquanto escutava sua respiração irregular e sentia suas unhas cravando meus ombros nus. Deus, eu quero tanto essa mulher. Voltei a beija-la insaciavelmente, envolvi uma das minhas mãos em seus cabelos e apertei firme enquanto a outra sustentava suas costas. Ela foi cada vez mais inclinando o rosto pra trás até que nossos lábios se desprendessem, aproveitei pra beijar toda a base de seu pescoço chegando até o início de seus seios, desci a alça de sua blusa para não me atrapalhar.
Babi: Victor... — disse com uma voz falha, quase como um sussurro, ignorei — Victor, não.
Parei os beijos e encontrei seus olhos com uma expressão inelegível.
Victor: você não quer? — perguntei tentando entender. Ela encostou a testa em meu ombro, respirando fundo.

Babi: quero, claro que quero, mas... — segurei seu rosto trazendo-o pra perto do meu — aqui não.
Victor: tudo bem, não tem problema— ela assentiu, mas ainda com o rosto preocupado.
Ela continuou quieta, evitando me olhar diretamente nos olhos. Eu já estava entendendo tudo. Claro, ela poderia ser virgem ainda, mas mesmo depois de tantos anos de namoro?
Victor: Babi, você ainda é... — ela assentiu antes mesmo de eu terminar minha pergunta. Puxei ela pra perto, abraçado-a forte. — era só ter me falado, pequena. Não vou te forçar a nada, ouviu?
Ela concordou mexendo sua cabeça, plantei um beijo em seus cabelos e continuei fazendo um carinho nela. Minha Bárbara, que sorte poder talvez ser seu primeiro e quem sabe seu último. Sorri pensando nisso.

Ela continuou ali, debruçada sobre meus ombros enquanto eu mexia em seus cabelos em um perfeito silêncio, mas dentro da minha mente era só barulho. A verdade sobre ela ainda ser virgem mesmo depois de um namoro longo diz muito sobre a relação dela com seu ex, ela não confiava nele o bastante para se entregar por completo. Será que ela confiaria a mim isso? O pensamento de que ele talvez em algum momento a forçou a isso me embrulhou o estômago, ele parecia ser esse tipo. Não aguentando mais esse silêncio resolvi quebra-lo.
Victor: quer conversar sobre isso? — falei manso, logo ela voltou seu olhar a mim com um sorriso de canto.
Babi: tentei te contar, mas fiquei receosa — disse mordendo os lábios.
Levei meu polegar até sua bochecha e a acariciei.
Victor: receio de que? Isso não é nada anormal, baby
Babi: eu sei que não, mas... — ela não terminou.
Victor: você não confiava nele — Barbara assentiu, cabisbaixa
Eu queria perguntar, queria saber se um dia ela confiaria em mim pra isso, se eu poderia um dia ter ela por completo, sem medo. Mas não fiz, não perguntei.
Ela pareceu notar a pergunta presa em minha garganta, como se pudesse ler meus pensamentos.
Babi: eu confio em você, Victor — disse e pude sentir sinceridade em suas palavras. Não contive o pequeno sorriso se formando em meus lábios — confio de olhos fechados, quando estou perto de você me sinto protegida de tudo e em relação a isso não seria diferente. É claro que confio em você, nunca pense o contrário.
Minha reação foi trazer-la até minha boca e a beijar com todo o desejo que eu estava suprimindo nesses últimos minutos sem sua boca junto a minha. Céus, essa garota me tinha do avesso, podia me ler nas entrelinhas e eu gostei disso.

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