Capítulo 34

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[Bárbara Passos]


Meus pais finalmente voltaram de viagem depois que resolveram estender por mais uns dias, aproveitei e faltei a faculdade pra ficar com eles. Por incrível que pareça, conseguimos jantar nós três. Contei sobre as novidades, botamos todos os papos em dia e conselhos que eu precisava ouvir. Era bom saber que eu ainda tinha eles comigo. Subi pro quarto e adiantei alguns trabalhos que precisava fazer da faculdade. Era sexta feira, meus planos eram ficar em casa e descansar. Pois é, eram!

call on • Carolina Voltan:

Voltan: já ta pronta? Atena vai passar aí!
Babi: falta só calçar a bota. Pode mandar ela vir já.
Voltan: beleza, não atrasa porque o show já começa daqui a pouco.
Babi: a suja querendo falar da mal lavada né, carolina?

call off 

Atena buzinou e logo desci, entrei e a cumprimentei.
Babi: me diz que esse show do Alok não vai ser naquela parte do parque com grama.
Atena: é na parte coberta!
Babi: aleluia! — falei aliviada. Minha bota agradece.
Atena passou na casa da Carol e depois na casa da Cris. Já estávamos no estacionamento.
Voltan: vamos, vamos, vamos meninas!
Ela nos puxou pra dentro da muvuca. O show estava com bastante gente, o lugar que estávamos era bom por se tratar de um camarote. Amo a Cris por arranjar esses ingressos pra gente sempre. O show teve a abertura, eu estava animada, dançando no ritmo da musica, com os olhos fechados eu sentia cada vibração. Meu corpo estava leve, a sensação era incrível de parecer estar bem resolvida comigo mesma e com a vida.

Parei um pouco e fui até o bar, não gosto de beber, mas energético era minha paixão. Eu estava encostada no balcão esperando me atenderem quando sinto uma pessoa próxima a mim. No mesmo instante meu corpo arrepiou. Me virei e dei de cara com Bruno, me comendo com os olhos.
Bruno: nossa, Bárbara. Caprichou em?
Babi: dizem que o término faz bem — falei e passei por ele. Não quero que nada estrague minha noite.
Voltei pra perto das meninas, continuei dançando, mas logo meus olhos se prenderam a uma pessoa. Victor.
Ele estava vindo em nossa direção e não estava sozinho.

Ok, se antes eu achava que eu tinha somente uma queda pelo Victor, agora percebo que é um belo de um tombo. Senti meu coração pulsar descontroladamente. Meus olhos piscavam, e eu não conseguia entender porque eu estava começando a fechar os punhos só de ver a mão dele em volta da cintura daquela menina. Ah, Bárbara. Você realmente achou que ele esperaria você se organizar? Olha só pra ele: gato, gostoso e educado. Ele é o sonho de cada menina dentro dessa balada, e também é o meu, mas percebi um pouco tarde, parece. Saí de perto do pessoal e fui ao banheiro me recompor um pouco. Vamos, Bárbara. Você supera isso! — falei pra mim mesma me olhado no espelho.
Logo voltei pra perto das meninas, os dois estavam em um canto, conversando com os rostos bem próximos. Evitei olhar, foquei em somente dançar, esquecer de tudo e manter minha mente leve. Porém sou impulsiva, comecei a beber loucamente ficando um pouco descontrolada.
Victor estava do meu lado, sem a loira.
Victor: Oi, não tinha te visto aqui quando cheguei — ele disse vindo me abraçar. Recuei, ele estranhou apenas.
Babi: eu estava no banheiro — falei seca, mas ele relevou.
Victor: vim de carro, se quiser carona...
Babi: não, obrigada — eu estava sendo um pouco rude, a bebida e o ciúmes estavam agindo. Senti que ele ficou sem graça, trocamos mais 2 frases e nas duas eu cortei e dei respostas curtas o que fez com que ele saísse de perto. Eu sou patética.

Tentei realinhar meus pensamentos durante mais alguns minutos dançando, conversei com o pessoal, descontraí um pouco, mas já era fato que minha noite ja tinha terminado. Chamei um uber, me despedi das meninas e desci as escadas da área vip. Lá fora, esperando o uber vi Victor voltando de um dos becos próximos a casa de show, ele provavelmente estava ficando com aquela loira ou quem sabe com outra. Me virei, mas foi em vão porque ele veio até a mim.
Victor: Babi, você já vai? — disse se aproximando.
Babi: to com dor de cabeça, bebi a mais — falei evitando contato visual.
Victor: você vai de uber? Deixa que eu te levo, nem to mais afim de fi... — não deixei ele terminar.
Babi: não, Victor. Eu vou de uber, obrigada.
Logo meu uber chegou, entrei no carro e não me despedi. Fechei a porta e quando a mulher deu partida, olhei pra ele pela janela. Ainda estava com a expressão de quem não fazia ideia do que estava acontecendo. Nem eu, Victor. Nem eu!

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