Capítulo 79

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[Victor Augusto]


Distraído esperando por Bárbara, escutei o barulho da porta, meus olhos caíram pela mulher que estava ali. Bárbara estava incrivelmente bonita e irresistível nesse vestido que me parecia muito familiar. Saí do carro para abrir a porta pra ela e poder ter a chance de a olhar mais de perto.
Babi: oh, espera — disse voltando até a porta — esqueci os papéis que Luiz pediu para levar. Na verdade, não sei nem onde estão. 

Minha mente nesse momento estava em conflito com meu coração.

Victor: tudo bem, estamos adiantados — falei me aproximando com as mãos no bolso tentando ser o mais discreto possível olhando-a de cima até em baixo.
Babi: entra, espere aqui dentro enquanto procuro por eles.
Concordei e a segui até sua sala, ela subiu imediatamente as escadas até seu quarto e permaneceu lá por alguns minutos até descer de volta.
Victor: achou? — perguntei, notando que estava ofegante.
Babi: sim, é a escritura e alguns documentos que Antônio havia me pedido para guardar — disse mostrando os papéis em sua mão — merda, eles estavam em cima do meu guarda-roupa. Devo estar toda desarrumada, me virei nos trinta pra pega-los.
Ela se aproximou do espelho em nossa frente arrumando as ondas em seus cabelos e seu vestido.
Sem perceber, eu estava vidrado a olhando. Gravando cada detalhe de seu corpo e suas novas  curvas, principalmente a forma que aquele vestido deixava sua bunda perfeitamente no lugar. Ela estava tão sexy que somente olhar pra ela provocou uma pequena ereção lá embaixo. Bárbara ainda tem efeito direto sob mim, algo me diz que essa noite precisarei me controlar.
Ela se virou de frente pra mim e alisou seu vestido.
Babi: como estou? — me perguntou sorrindo. Como você está? Você parece que é minha.
Eu a senti olhando pra mim, mas eu ainda estava tentando com todas as minhas forças não joga-la contra aquele espelho e tomar sua boca com tanta força e fazer minhas mãos passarem por todo seu corpo até arrancar esse vestido com tanto desejo que estou sentindo no momento. Afastei todos os esses pensamentos e a encarei.
Victor: está bonita!

No carro, o perfume que exalava do cabelo de Bárbara com certeza vai ficar aqui por muito tempo. Não sei se posso considerar isso como algo bom ou ruim. Enquanto dirigia, tentei disfarçar quando olhava para ela, distraída observando as pessoas pela janela. Não sei o que havia acontecido, mas hoje em especial parecia que meus olhos não queriam deixa-la em momento algum. Ela sempre foi exatamente assim, mas hoje estava tão bonita que me deixava com ciúmes. Ciúmes que eu não deveria estar sentindo, já que não a tenho mais.
Ignorei meus pensamentos quando chegamos ao estacionamento do restaurante. Quando descemos do carro, caminhando até a entrada, instintivamente coloquei uma de minhas mãos nas costas de Bárbara a guiando quando percebi muitos olhares sob ela. Havia tantos idiotas naquele lugar a secando de cima em baixo que estava me sufocando não poder mostrar que aquele território era meu, porque realmente não era, mas nenhum desses babacas chegaria perto dela hoje.
Avistamos Luiz, o advogado de Antônio, se levantando para nos cumprimentar.
Luiz: que bom que conseguiram vir! — disse estendendo a mão para nós — bom, vocês querem pedir algo para comer? Temos bastante coisas a tratar.
Assentimos. Chamei o garçom e o mesmo anotou nossos pedidos. Logo em seguida ele voltou para servir nosso vinho.
Victor: e então, pode nos informar o que Antônio deixou em nosso nome? — perguntei virando meu rosto para Bárbara, nossos olhares se cruzaram, mas desviei segundos após para conseguir continuar concentrado — espero que não seja aqueles quadros bizarros que ele tinha na sala.

Babi: ele amava aqueles quadros, e são bonitos, para de implicância — disse revirando os olhos, uma lembrança dela da última vez que revirou os olhos, na cama, por baixo de mim veio a minha mente me fazendo arrepiar. Bebi um gole de vinho para voltar minha concentração.
Luiz coçou a garganta.
Luiz: é, bom, na verdade sim — respondeu separando alguns papéis de sua pasta — os quadros estão no nome dos dois, já que pertencem à chácara.
Babi: espera, o que disse? O que isso significa?
Luiz: significa que a casa que o senhor Antônio residiu até o fim de sua vida agora pertence a vocês dois.
Os olhos de Bárbara estavam arregalados assim como os meus. Porque caralhos aquele velho passaria a chácara para nós dois?
Babi: quando exatamente ele tomou essa decisão?
Luiz: no documento que ele assinou, consta em dezoito de junho, a três anos atrás.
Poucos meses depois que me mudei pra Alemanha e deixei Bárbara.
Luiz: ha algum problema em relação a isso? — disse ajeitando os óculos.
Babi: não, problema nenhum. Só... — disse a Luiz sem tirar os olhos de mim — só é estranho.
Luiz: oh, sim. Entendo — respondeu procurando por mais papéis em sua pasta — bom, ele ainda deixou além da propriedade do lago, um lote ao lado em que ha uma pequena casa construída.
Luiz mostrou algumas fotos, Antônio nunca havia comentado sobre essa outra propriedade.
Luiz: nesse documento ele deixa por escrito que quer que os dois façam a manutenção dessa propriedade para coloca-la a venda ou aluga-la para o verão e tirar o lucro para vocês — diz colocando dois papéis em nossa frente — e aqui ele deixa explícito que a casa do lago não deve ser vendida sob nenhuma circunstância.
Babi: o.k! Muita informação pra poucas horas.

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