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Capítulo 38

[Bárbara Passos]

"eu to apaixonado por você" essa frase me causou tantas sensações em tão poucos segundos que quase não consegui formular uma palavra pra responder Victor, que ainda estava na ligação. Eu também estava afim dele, na verdade eu sempre fui. Desde o dia do mercado, porém nunca fui sincera o bastante comigo pra lidar com esse sentimento, e pelo visto nem ele.
Sua confissão me deixou aliviada, mas ao mesmo tempo confusa. Falei pra ele que conversaríamos amanhã, Samuel me deixou em casa. Tomei meu banho e deitei, meu intuito era dormir, mas a realidade foi virar a noite colocando meus pensamentos no lugar. Eu tenho medo, medo de me machucar novamente em um relacionamento, medo de amar. E se a gente se precipitou? E se isso for carência vendo amor aonde não tem? Como ficamos depois?
Após essa enxurrada de perguntas, resolvi finalmente dormir.

Quando amanheceu, percebi que havia sonhado com ele. Durma para fugir dos problemas e sonhe com um deles, Bárbara! — falei pra mim mesma ao acordar.
Peguei meu celular e notei algumas mensagens do Victor.

Whatsapp on • Victor Augusto:

Victor: bom dia, ta acordada?
Victor: a gente precisa conversar sobre ontem
Victor: quer ir almoçar em algum lugar?
li suas mensagens e no instante seguinte meu estômago roncou. Já eram quase meio dia.
Babi: Acordei, vou me arrumar e você passa aqui em 20 minutos pode ser?
Victor: ok!

whatsapp off

Tomei um banho rápido, coloquei um moletom e uma calça jeans e desci pra espera-lo. Logo ele chegou, entrei no carro. Cumprimentei com um beijo em seu rosto como sempre fiz, mas senti um clima estranho após isso. Até o shopping ficamos quietos, logo chegamos e fomos procurar algum lugar pra comer, pegamos nosso almoço e nos sentamos em um lugar mais afastado.
Victor: você ficou chateada? — perguntou notando o quanto estávamos afastados ali.
Babi: pelo que exatamente? — falei bebendo meu refrigerante.
Victor: por eu ter sido um babaca ontem.
Babi: não, mas ainda to tentando entender tudo que rolou ontem.

Victor: te chamei exatamente por isso, falei no impulso porem fui sincero com você, Bárbara. — ele me disse olhando diretamente para os meus olhos, me deixando completamente sem graça.
Babi: também preciso ser sincera com você — senti ele ficando um pouco tenso — eu também sinto algo muito forte por você, Victor, mas eu tenho medo de me envolver.
Victor: eu sei que tem, por isso quero deixar que as coisas acontecerem naturalmente entre a gente, assim como foi até aqui — ele pegou minha mão por cima da mesa — confia em mim?
Balancei a cabeça em confirmação, mas minhas inseguranças ainda permaneciam ali.
Durante o almoço voltamos a conversar normalmente, ele sempre fazendo gracinhas pra me arrancar risadas.
Saindo do shopping pegamos dois sundaes, eu amo tanto esse de ovomaltine que nem percebi que havia me sujado com ele. Victor se aproximou de mim, rindo como sempre — você ta com sundae aqui — disse e levou sua mão até meu rosto pra limpar, mas parou em minha bochecha. Ele estava olhando fixo pra minha boca, umedeci meus lábios como forma de responder seus pensamentos. Eu queria aquele beijo tanto quanto ele. No mesmo momento Victor segurou meu rosto com as duas mãos e me beijou ali no estacionamento. Seu beijo era calmo, lento e diferente dos outros que havia me dado. Esse tinha gosto de sentimento, sua língua procurava a minha, ele mordia meus lábios suavemente conforme me apertava contra o carro. O clima começou a ficar quente, o beijo foi se intensificando cada vez mais até que ele me soltou.
Victor: não consigo me controlar quando seu corpo ta colado ao meu — ele disse no meu ouvido me dando um beijo no pescoço logo após. Puta. Que. Pariu. Meu corpo todo recebeu uma onda de arrepio. Me recompus dando a volta no carro e entrando.