Capítulo 11

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[Victor Augusto]

Coloquei a coleira na skar e segui junto com Bárbara até sua casa. Já havia anoitecido, não queria deixar ela ir sozinha mesmo que fossem poucos metros dali.
Babi: porque vocês se mudaram pra cá mesmo?perguntou sem tirar seus olhos do chão.
Victor: morávamos perto da casa da minha avó, minha mãe cuidava dela. Era um bairro bom, mas longe de tudo — dei uma pausa, era um pouco doloroso lembrar do que nos fez sair de lá — o que nos mantinha morando la era somente minha vó, mas ela faleceu no final do ano passado.
Babi: eu sinto muito, desculpa por ter perguntado sobre isso — disse sem graça, com o olhar triste. Agora me olhando nos olhos.
Victor: tudo bem, Babi, de verdade.
Babi: ah, ja esta me chamando pelo apelido é?
Victor: posso não? Descu... — antes mesmo que eu terminasse ela começou a rir, me fazendo desistir de pedir desculpas.
Estávamos perto da casa dela, skar estava sob controle, até ver outro cachorro passar pela quadra. Corri para pega-la, mas bastou só um assobio mágico da garota ao meu lado para ela correr para os braços dela de volta. Essa cachorra esta mais gada que eu.
Barbara estava agachada com skar nos braços, fui até elas, me agachei pra colocar a coleira de volta na bichinha. Quando terminei de abotoar a coleira senti o olhar de Bárbara sob mim, então levantei o rosto deixando seus olhos se fixarem nos meus. Parecia que tudo ao redor tinha parado. Ficamos em silêncio, nos olhando por alguns segundos, e então percebi o quão incrivelmente bonita ela era. Bárbara não era comum como as outras garotas. Ela se destacava. Sua pele branca com leves sardas ao redor do nariz, boca rosada e olhos grandes e castanhos claro. E claro, o leve rubor que ela guardava sempre em suas bochechas era estranhamente adorável.
Ao mesmo tempo em que parecia frágil, algo nela me fazia acreditar que não era. Muito pelo contrário.
Fui tirado dos meus pensamentos com os latidos da skar.
Babi: eu já vou entrar — disse apontando pra porta de sua casa.
Ainda sem graça, só assenti com a cabeça. Ela foi se afastando, dei um "tchau" com a mão e entrou.
Victor: essa mulher ainda vai me deixar louco — pensei em voz alta.

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