Capítulo 24: surpresas desagradáveis.

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[Bárbara Passos]

Logo depois que Carol saiu, Mob chegou com seus amigos. Victor os cumprimentou assim como eu, em seguida arrastaram ele pra dentro. Segui logo atras. Depois de alguns minutos ali, me sentei um pouco mais longe de todo o pessoal, na borda da piscina. Estavam todos conversando entre si, bebendo e eu os observando. Carol e Cris estavam mais doidas que o normal, decidi não beber hoje. Certeza que eu teria que levar metade desse pessoal em casa depois.
Victor: ta parecendo que é você quem não conhece metade desse pessoal aqui — ele disse se sentando ao meu lado.
Babi: gosto de observar.
Victor: também gosto de te observar — falou baixo, não consegui escutar.
Babi: hum?
Victor: falei que também gosto de observar — senti que estava mentindo.
Babi: Victor...

Victor: Bárbara... — eu odeio e ao mesmo tempo amo ouvir meu nome saindo de seus lábios.
Babi: não vai falar? — falei em tom de ameaça.
Victor: me obrigue — retrucou, me desafiando.
Como sou baixinha, não usaria a força. Optei pela minha estratégia infalível: cócegas.
Ele ria descontroladamente, nem parecia que era quase o dobro do meu tamanho. Na tentativa de me parar, ele me abraçou forte, imobilizando meus dois braços, nessa altura do campeonato eu já estava rindo até mais que ele. Sem noção nenhuma das coisas em nossa volta.
Barbara? — Uma voz me faz voltar para a realidade.

Eu esperava tudo, menos encontra-lo aqui, hoje e dessa forma. Paralisei, Victor logo me soltou, provavelmente reconheceu, através da minha reação, quem era ele. Meu corpo estava rígido, eu queria sair dali, mas tive que encarar.
Babi: Bruno — falei ainda imóvel.
Bruno: pelo visto você está muito bem, né? — ele disse direcionando o olhar para Victor. Senti ele devolver o mesmo olhar com desprezo.
Bruno sempre foi debochado, tinha crises de ciúmes constantes. Era uma boa pessoa, porém tinha seus momentos.
Babi: não estou afim disso, Bruno.
Bruno: relaxa, Barbara. Não fiz nada — disse com um sorriso sínico no rosto.
Dei alguns passos, mas ele me segurou pelo punho. Victor não gostou daquilo.
Victor: tira as mãos dela — ele disse se aproximando de Bruno.
Bruno: chegou agora e já quer dar ordens?
Bruno e Victor estavam ambos se encarando com expressões sérias, eu podia ver a veia do pescoço de Victor se dilatando cada vez mais junto de seus punhos, quando ele finalmente me soltou, os meninos perceberam o clima tenso e foram pra perto. Carol veio até a mim.
Voltan: eu não sei quem chamou ele, Babi.
Babi: não tem problema, já estou indo embora — falei séria, olhando pra Bruno que ainda não havia tirado seu sorriso sínico do rosto.
Victor: posso? — disse olhando as chaves do carro em minha mão. Apenas assenti.
Passamos por Bruno, que nos acompanhou com o olhar até a porta.
Victor: sabia que era uma péssima ideia ter vindo... — ele disse destravando a porta do meu carro. Deixei que ele dirigisse, eu estava com a cabeça em outro universo.
Babi: releva, Bruno sempre foi ridículo assim. Não sei quem o chamou.
Encostei meu rosto no vidro do carro, lutando pra segurar as lágrimas.

Senti a mão de Victor pousar sobre uma das minhas coxas e fazer um leve carinho.
Victor: você quer ir a algum lugar ou quer ir pra casa?
Babi: me leva pro lugar mais longe possível.
Eu precisava me distrair, a companhia dele me ajuda, me conforta. Ele então deu partida, fiquei observando pela janela enquanto o carro se movimentava. Depois de alguns minutos já havíamos entrado em uma estrada, sem casas, só asfalto.
Babi: pra onde vamos?
Victor: você vai ver... — falou com um sorriso no rosto. Parecia empolgado.
Babi: odeio esses seus joguinhos.
Victor: da última vez você gostou — disse ao olhar pra mim com um sorriso travesso em seus lábios. Foi inevitável não sorrir também.

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