Capítulo 73

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[Victor Augusto]


dois anos atrás

Depois que minha mente me convenceu de que Bárbara já havia me substituído, tomei uma postura totalmente diferente da que meu coração pedia. Nos meses seguintes ignorei totalmente a ideia de voltar pra BH. Não fazia sentido mais voltar quando minha única razão havia acabado de me trapacear. E foi aí que descontei toda a minha raiva e decepção em bares, baladas, shows, ou qualquer outra coisa que tivesse mulheres e bebidas. Com o tempo e com a quantidade de merda que eu andava fazendo, cortei as festas e parte das bebidas e foquei somente em mulheres. Era o jeito que encontrei de, pelo menos por algumas horas, esquecer de quem realmente eu desejava, vulgo a mulher que me quebrou: Bárbara Passos.
Foi isso durante semanas até eu me esbarrar com Mariah. Doce, delicada e gentil. Ela me conquistou desde o primeiro minuto que trocamos olhares, ela foi a primeira em muitas que fiquei que realmente me prendeu a atenção. Aos poucos fomos nos aproximando, era uma coincidência incrível em meio a tantas mulheres que encontrei ela ser uma brasileira.
Cada vez mais próximos, ela era a pessoa que mais me incentivava e me ajudava. Era bom ter finalmente uma pessoa tão atenciosa do meu lado.
E eu me apaixonei, pelo menos era isso que eu achava até ver Bárbara novamente.

agora

Quando meus olhos encontraram o rosto de Bárbara naquela capela meu corpo parecia entrar em um estado anormal de dormência. Parecia que tudo em volta havia congelado e só ela continuava a andar pelo lugar, quando ela parou e parecia me procurar no meio daquela gente toda eu tentei sair dali, eu realmente tentei, mas tudo que consegui foi continuar a encarando como um louco tentando saber se Bruno estava por perto. Porra, ela estava tão bonita. Seu cabelo estava mais cumprido, agora com algumas mechas acobreadas, sua pele estava um pouco mais bronzeada e todas aquelas curvas pareciam terem aumentado. Mas ela continuava a mesma Bárbara. Distraída, pensativa e principalmente, linda pra caralho.

Seus olhos haviam encontrado os meus enquanto eu a analisava freneticamente e só depois de escutar os passos de Mariah atrás de mim que tive finalmente a coragem de me afastar e sair dali, da linha de visão dela.
Ao longo do velório, eu não conseguia distinguir se o aperto no peito que eu sentia desde quando havia chegado aqui era pela ficha estar caindo sobre a morte de Antônio ou pelo fato de que eu me sentia completamente alheio aos meus sentimentos por Mariah e Bárbara. Eu pensei que amava Mariah, e na verdade realmente amo. Mas quando meus olhos encontraram os de Bárbara mais cedo tudo que eu pensava era em como eu tive coragem de partir e deixa-la aqui. Eu estava dividido entre meu passado e meu presente. E ambos estavam agora no mesmo lugar.

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