Capítulo 61

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[Bárbara Passos]


Passei as últimas duas horas entre beijos e conversas com Victor, já que era a única coisa que podíamos fazer presos em um ônibus. Victor não insistiu sobre o assunto de eu nunca ter permitido que Bruno me tivesse por inteira e pra falar a verdade, era simples de se explicar: eu não sentia esse tipo de conexão com Bruno. No início, éramos muito novinhos, quando atingimos a maturidade ele tentou, várias vezes, mas eu empurrava pra outro dia, outra semana porque pra ele parecia ser simples, rápido e pra mim era o contrário. Eu queria me sentir literalmente sendo amada por ele. Victor percebeu que eu havia ficado quieta, eu estava perdida em meus pensamentos, revirando o passado, que esqueci do meu presente ali do meu lado, preocupado e disposto a me dar tudo que eu precisar. Ele com certeza era o oposto de tudo que Bruno foi pra mim.
Victor: conversa comigo — disse me fazendo deitar a cabeça em seu colo. Ele começou a mexer nos meus cabelos, um carinho tão bom que eu daria tudo pra congelar esses instantes.
Babi: eu só tava pensando — falei e sorri.
Victor: espero que seja em mim — ele parou os carinhos e me olhou fazendo cara de bravo — era em mim, não é?
Babi: e eu por acaso tenho outro pra ficar pensando? — falei divertida. Ele riu jogando a cabeça pra trás.
Victor: acho que o pessoal já está voltando — disse apontando pra parte do estacionamento onde já começava a aparecer umas pessoas vindo em direção aos ônibus.
Babi: Carol deve estar louca me procurando — falei me ajeitando no banco, pronta pra voltar pro meu.
Victor: ah, eu aposto que não — ele virou-se pra mim rindo — olha ela vindo lá atrás colada com o Mob.
Babi: O QUE? — colei no vidro da janela pra ver a cena — caralho, ela foi rápida — Victor concordou.

Babi: o que a gente faz quando o pessoal subir?
Victor: espera alguns passarem, levanta e finge que ta arrumando a bolsa ali em cima — falou apontando pro bagageiro — eles nem vão prestar atenção. 

Os primeiros começaram a subir, fiquei abaixada junto ao Victor até que pelo menos uns 3 passassem. Me levantei disfarçando enquanto Victor fingia arrumar o fone como se tivesse acabado de se sentar. Ninguém percebeu, até Carol entrar e me puxar pro nosso assento. Sem muitas alternativas nem pestanejei.
Carol: aonde. você. estava? — falou pausadamente.
Babi: aqui, não saí daqui — falei rindo.
Carol: não brinca, jura? — disse com um tom de sarcasmo.
Babi: foi ideia do Victor — me sentei no banco e em seguida ela também — e aí, se resolveram?
Carol: não sei do que ta falando — se fez de desentendida.
Babi: eu vi vocês vindo conversando, Carulina. Não se faça de sonsa!
Carol: eu conto se me contar o que fizeram dentro desse ônibus durante 3 horas sozinhos — ela perguntou e imediatamente corei lembrando do que poderia ter acontecido entre eu e Victor momentos antes.

Contei minha experiência aqui dentro do ônibus pra Carol e em seguida ela me contou sobre o caso dela com o Mob. Parece que o bonito reconheceu que tava sendo covarde em negar algo que tava sentido, parecido com um certo alguém né? Sorri lembrando. Logo já estávamos na estrada, Carol desmontou no meu colo até chegarmos na faculdade de novo. Desci e Victor já estava ali me esperando, com aquele sorriso que me fazia varias vezes perder o ar, hoje sem dúvida foi uma delas. Cheguei mais perto e pulei em seus braços.
Victor: partiu? — disse pegando minha mochila. Assenti e seguimos pro carro.
Durante o trajeto conversamos sobre o caso (mob e voltan) e rapidamente já estávamos em casa.
Victor: está entregue — disse estacionando em frente minha casa.
Babi: quer assistir um filme? — falei retirando o sinto e podendo ter uma boa visão de seu rosto.
Victor: sua casa ou a minha?
Babi: hummm, a sua! — disse e saí do carro. Pela janela continuei — vou tomar um banho e já vou pra lá, ok?
Ele sorriu assentindo e esticou o pescoço para que eu o beijasse.
Victor: te espero, gata — ele piscou e deu partida.
Subi pro quarto pra tomar um banho, quando estava escolhendo uma roupa passei a mão por uma lingerie rendada. E se... — falei sozinha.
Não vou negar, depois do que aconteceu hoje não me restava dúvidas de que eu queria ele tanto quanto ele mostrou me querer. Eu não tinha mais aquela velha sensação com o Bruno. Peguei a lingerie e a vesti, por cima coloquei um conjunto de moletom, passei um perfume e peguei meu carregador. Desci pra avisar minha mãe que iria pra lá e finalmente saí de casa pra encontrar Victor.

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