Capítulo 46

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[Bárbara Passos]


Chegamos no hospital, fomos direto pra recepção. Não sabíamos seu nome, demos as características físicas e logo a enfermeira nos avisou de seu estado. Ele já estava no quarto se recuperando, senti um alívio enorme, mas logo a decepção tomou meu corpo por inteiro. Não podíamos vê-lo.
Victor: por favor, a gente só quer ver ele, uma unica vez — ele disse, praticamente implorando para a recepcionista.
Já estávamos quase aceitando isso, quando virei pra ele e pedi que fossemos embora, estava chateada, porém o importante era que ele estava bem. Era só o que importava.
Saímos da recepção de mãos dadas, Victor costuma fazer isso quando percebe que estou chateada com algo.
vocês são o casal que salvou o senhor Antônio? — uma voz atrás de nós nos fez virar. Era uma mulher, de jaleco. Provavelmente a médica do caso.
Victor: isso, encontramos ele.
Medica: ele quer ver vocês — ela disse sorrindo — vou leva-los até lá.
Seguimos ela, depois de alguns segundos ela nos deixou em um quarto onde o senhor Antonio estava deitado, parecia estar dormindo.
Victor se aproximou dele e segurou sua mão, me aproximei junto deles.
ele abriu os olhos sorrindo, segurou minhas mãos também.
Antônio: obrigado — disse fraco.
Eu e Victor seguramos as lagrimas. Era incrível a sensação, uma felicidade tomou conta de mim quando percebi o que havíamos feito de fato.
Victor: já avisou sua família?
Antonio adotou uma expressão triste em seu rosto. Olhou pro canto onde estava sua carteira, esticou sua mão lentamente até pega-la e retirou  de um dos compartimentos dela uma foto de um casal mais novo, supus que era ele e sua companheira.
Antônio: ela me deixou a 12 anos atrás — disse segurando a foto contra o peito — não me deu filhos, disse que seríamos sempre nós dois — enxugou as poucas lágrimas em seu rosto — até que ela se foi e eu fiquei sozinho.

Meu coração quebrou em vários pedaços quando senti a tristeza em sua voz. Eu e Victor permanecemos ali com ele durante varias horas até que o horário de visita chegasse ao fim. Tentamos conhecer mais a vida do senhor Antônio, ele nos contou tantas histórias e lições de vida. Era um homem bom, me angustiava pensar que ele vivia sozinho, sem família ou amigos. Saímos de lá prometendo voltar, seu rosto se iluminou completamente quando marcamos a próxima visita com sua enfermeira.
Victor: gostei dele, vou adota-lo com meu avô, foda-se! — disse rindo, também ri concordando.

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