Capítulo 55

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[Bárbara Passos]


Eu estava tão cansada que nem percebi quando cochilei conversando com Victor. Quando estacionou em frente minha casa que me fez finalmente despertar. Ele estava me olhando sorridente, porém havia algo que eu não tinha entendido.
Victor: você dorme que nem princesa — ele continuou sorrindo, agora mais ainda — porém com o bocão aberto, olha só.
Babi: não, você não fez isso — falei olhando a foto que ele tinha tirado enquanto eu dormia, se desse zoom, dava até pra ver uma babinha se formando no canto. Peguei o celular de sua mão antes que ele pudesse processar a informação. Ele se assustou e logo foi pra cima de mim tentando pegar o celular de volta.

Babi: boa tentativa, querido — saí do carro apagando as 2739494 fotos que ele havia tirado, sim, ele tirou várias fotos pra ter todos os ângulos possíveis — seja mais esperto na proxima — falei fechando a porta e jogando o celular em seu colo.

Ele estava praticamente no banco do passageiro, me aproximei de seu rosto.
Babi: ah, e eu também apaguei as fotos no "apagados", otario — falei beijando seus lábios e me virei indo pra casa balançando minha bunda ao andar. De propósito, claro.
Victor: gostosa! — ele disse assim que entrei em casa.
Fechei a porta e fiquei parada por alguns instantes encostada na porta. Eu estava com os olhos fechados pensando em tudo que vivi nas últimas 24 horas, suspirando de felicidade quando fui tirada dos meus pensamentos com a voz grave do meu pai ecoando pelos meus ouvidos.
Pai da Babi: aonde esteve durante esse tempo todo, Bárbara? — ele estava sério, logo atrás estava minha mãe procurando meus olhos.
Babi: oi mãe, oi pai — falei e me aproximei sentando na cadeira de frente pra cozinha — eu estava com Victor. Pensei que havia avisado mamãe — ela me olhou e concordou.

Mãe da Babi: não achei que fosse demorar tanto, filha. Fiquei preocupada.

Babi: desculpa, quando estávamos voltando resolvemos ajudar aquele senhor que estava hospitalizado a voltar pra casa.
Pai da Bárbara: como ele está, a propósito? — ele disse se sentando logo em minha frente.
Babi: parece bem, ele se recuperou rápido — eu sabia que ele estava mudando de assunto pra não ter que lidar com os pensamentos do que eu e victor estávamos fazendo, juntos. Mas seus planos foram arruinados pela curiosidade da minha mãe.
Mae da Babi: que anel é esse, Bárbara? — ela disse sorridente pegando minha mão.
Babi: Victor me deu, ele me pediu em namoro — percebi meu pai bufando — não se preocupe, pai. Ele é uma pessoa boa, e sei exatamente o que estou fazendo. Não tenho mais 14 anos, lembra? — ele apenas assentiu e saiu da cozinha.

Depois que contei tudo que aconteceu pra minha mãe, resolvi ir pro quarto finalmente dormir. Só Deus sabe o quanto eu estava cansada, ajudar a arrumar as coisas pro Antônio me esgotou. Depois que tomei um banho e me troquei, afundei no colchão pegando meu celular.

whatsapp on • Victor Augusto:

Victor: cansado, acho que já vou dormir
Babi: somos dois, acabei de tomar um banho. Pronta pra entrar em coma.
Victor: beleza
Victor: até amanhã, minha linda
Babi: sua? — falei com um leve sorriso no rosto esperando sua resposta.
Victor: minha, desde o primeiro dia que botei os olhos em você.
Babi: tem toda a razão ♥️

 whatsapp off

Era isso, meu coração finalmente parecia estar calmo com o sentimento que eu cultivava por Victor. Em todos os anos de namoro entre eu e Bruno, nenhum deles se compara com os poucos meses em que venho tendo com o Victor. Não vejo mais como carência ou algo do tipo, pois sei que sempre amei esse homem, mas fui tola demais em querer me convencer do contrário.
Me perdi em meus pensamentos e logo já estava dormindo que nem pedra, tanto é que o dia amanheceu e só acordei com os pelos do Batman roçando meu nariz me fazendo espirrar. Levantei depois de me recuperar da crise de espirros e peguei ele envolvendo o gatinho nos meus braços. Era uma cena fofa, peguei meu celular e mandei uma foto para Victor segurando o Batman contra meu rosto. Ele fez um som engraçado me fazendo rir espontaneamente, apertei em enviar.
Levantei e fui fazer minhas coisas, depois de tomar um café bem reforçado fui até meu quarto completar alguns trabalhos que já tinha adiantado. Segunda feira só aulas interessantes, estranhamente amo a segunda feira, ainda mais quando se inicia mais uma semana podendo ver todos os dias meu colírio da capricho, vulgo Victor Augusto.

Entre terminar meus trabalhos e brincar com Batman que insistia em subir em cima do meu notebook, as horas passaram sem eu ver e então já estava na hora de me arrumar. Victor havia perguntado se queria carona, obviamente eu não sou louca de recusar.
Me arrumei como normalmente vou à faculdade, porém me atentei em alongar mais meus cílios e deixar meu cabelo em ondas que proporcionassem volume nele. Logo Victor mandou mensagem dizendo que já estava la embaixo, acabei de calçar meus tênis e desci. Ao abrir a porta da frente, me deparei com Victor escorado na parede sorrindo timidamente segurando uma rosa. Porque ele tinha que ser tão atencioso? Meu coração se preenche com o nome dele a cada gesto desses.


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