Capítulo 93

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Deixe a estrelinha ⭐

- Any?

Abro os olhos e olho para cima, diretamente para o rosto de cabeça para baixo de Josh. Estou sonhando? Pisco novamente e sinto o perfume da sua barba feita, do seu cabelo bagunçado. Ele parece excepcionalmente lindo no meu sonho.

- É... A porta estava aberta. - Aponta para ela com o polegar.

Ah, meu Deus. Véspera de ano novo. Isso não é um sonho. Sento-me reta.

- Bati algumas vezes, mas você não respondeu, então só... Combinamos às sete, não foi?

- São sete horas? - grasno, a garganta seca e agora visivelmente inflamada, como se a gripe tivesse passado da minha cabeça para o pescoço enquanto eu dormia. Esfrego minha mão no rosto e sinto um pouco de baba na bochecha. Limpo-a mais que depressa e espero que Josh não tenha percebido. - Desculpe, eu deveria ter ligado para você - digo, fungando. - Estou doente.

- Sim, dá para ver - diz ele, com uma pontinha de preocupação no rosto. - É... Tem haver com a sua alergia?

- Ah, não - digo. - Apenas uma gripe forte ou algo assim.

- Então acho que os fogos de artifício estão fora de cogitação.

- Sim - digo. - Não acho que estou com disposição para isso, mas vocês devem ir... Ben está no carro?

- Não - diz Josh, balançando um pouco a cabeça. - Ele, ah... Quis passar um tempo com a Joalin, por isso vão ficar juntos na casa dela.

Sinto uma fisgada no estômago. Tem um que no modo como ele disse isso que me faz pensar que talvez tenha armado a situação. Que quisesse ficar sozinho comigo. Mas, por outro lado, isso é bobagem. Não podemos fazer nada.

Uma pequena coceira na garganta me obriga a tossir, e não consigo parar. Josh se aproxima mais um pouco de depois para, como se acabasse de perceber que não há nada que ele possa fazer. Passa por mim e entra na cozinha. Quando volta com um copo de água na mão enluvada, a tosse curta e seca já diminuiu. Pego o copo da sua mão, agradecida. Depois de alguns goles, digo:

- Sabe, provavelmente você não deveria estar aqui. Não quero que fique doente também.

- Acho que posso correr esse risco - diz. - Prometo não chegar muito perto.

Ele pisca, e sinto que estou ficando quente.

Enquanto bebo a água aos poucos, ele tira o cachecol e o casaco e os joga na poltrona, mas noto que fica com as luvas.

- Agora - diz. - Do que o neném precisa? Chá quente? Canja?

Eu rio envergonhada. Enquanto ele fica ali olhando para mim, eu o examino. Por que está aqui? Por que está fazendo isso por mim? Não consigo entender. Acho que talvez não queira. Não quero mais analisar as coisas. Só quero me entregar a tudo o que estou sentindo, ainda que não possa ceder a tudo. Enrubesço, esperando que meus pensamentos não estejam escritos na minha testa.

- A neném aqui acha que um chá seria bom - digo rindo. - Tem um pouco no armário à direita em cima do fogão.

Ele faz que sim com a cabeça e aponta para a TV.

Perto o Bastante para Tocar |Beauany |CONCLUÍDA Onde histórias criam vida. Descubra agora