Capítulo 99

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Maratona 3/?

Deixe a estrelinha

Chego em casa por volta das três da manhã , esgotado, apesar de um rápido cochilo desconfortável enquanto estava sentado em uma cadeira do hospital naquela tarde. A casa está escura, mas, felizmente, mais quente do que quando saí. Atravesso o corredor, dando uma olhada no quarto
escuro de Ben , seu vulto amontoado tranquilamente na cama. Continuo em direção ao meu quarto, as tábuas velhas rangendo debaixo dos meus
pés. Abro o primeiro botão da camisa enquanto ando. Sobe um cheiro
forte desagradável, lembrando-me de que faz quase 48 horas que tomei
um banho, mas estou muito exausto para lidar com isso agora.

Vou até o pé da minha cama e fico parado ali. Any , assim como Ben, é um monte amorfo e frágil sob os lençóis, mas me sinto puxado
em sua direção, como se ela estivesse do lado dos vencedores em uma
brincadeira de cabo de guerra. Eu daria qualquer coisa para me render. Para me enfiar na cama ao seu lado, sentir a extensão do seu corpo contra o meu, o calor da sua pele, as batidas do seu coração. Fico imaginando
se ela pensa nisso também.

E, de repente, sou dominado pelo desejo de descobrir. De saber se estou sozinho no desejo, um farol sinalizando para um mar vazio.

- Any - sussurro. Minhas veias tremem enquanto espero sua resposta. Ela não se mexe. Tento mais uma vez. - Any.- Olho para ela no escuro, de cabeça para baixo, e só consigo distinguir seu rosto, o contorno da sua boca no meu travesseiro. Vou para o outro lado da cama king size e hesito. Na teoria, duas pessoas podem dormir nesta cama e nunca se
tocarem durante a noite. Eu deveria saber - Stephanie e eu conseguimos
evitar um ao outro durante meses em uma cama desse tamanho.

Porém, a ideia de ter Any a poucos centímetros de distância - as ondas do seu cabelo me chamando como  o Oceano à praia - mostra-se muito tentadora para suportar. Pego o travesseiro extra, tiro um cobertor do compartimento superior do armário aberto e me deito no tapete, abaixo dos seus pés, Ouvindo-a respirar e esperando ser vencido pelo sono, mas ele não vem por um longo, longo tempo.

NA MANHĀ SEGUINTE, levanto-me antes de todos e vou correndo ao mercado para comprar café e pão. Quando volto, Any está na cozinha enchendo um copo na pia.

- Bom dia - digo, colocando a sacola na bancada. Ela está usando uma das minhas camisetas brancas e uma calça de ginástica. Mesmo com o cós dobrado três ou quatro vezes, a calça ainda está grande.

- Bom dia - responde, e engolea água.

- Hum, tenho que voltar ao hospital agora de manhã . Ajudar Emma com a papelada da alta e acomodá-la em casa. Aí nós poderemos sair. Tudo bem?

-Claro-diz, mas a palavra tem certa frieza. Um tom que eu não tinha ouvido antes, e ele me faz parar. - Posso usar sua máquina de
lavar?- pergunta.

- Claro. Tudo o que você precisar. Ah, e comprei pão.- Dou um tapinha na sacola para reforçar. -Você fala pro Ben?

-Tá - diz, colocando o copo debaixo da torneira novamente.

Viro-me para ir, sem saber o que dizer em seguida. Afinal, atravessei vários estados, arrastando essa mulher para minha casa, em New Hampshire, sem mais nem menos, no meio da noite; eu deveria me sentir
um pouco chateado também.

COM UM ABRAÇO apertado e a promessa de que voltarei a cada dois finais de semana antes de me mudar definitivamente, em fevereiro, deixo Emma na casa de Stephanie.

Perto o Bastante para Tocar |Beauany |CONCLUÍDA Onde histórias criam vida. Descubra agora