Capítulo 26

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POV ANY

- Não esqueça de usar uma fantasia de Halloween, querida! - É a última coisa que Louise me disse quando eu estava indo embora no meu sexto dia de trabalho.

- Uma fantasia?

- Amanhã é Halloween - disse ela. - Sempre usamos fantasias na biblioteca.

Eu só havia me fantasiado para o Halloween uma vez na vida. Tinha 9 anos e minha única amiga de infância, Shivani, e eu nos vestimos como as gêmeas de O Iluminado. "Afinal de contas, por que vocês vão assim?", Perguntou mamãe, apagando um cigarro em um prato de papel. "É mórbido." Shiv tirou seus enormes aparelhos auditivos azuis e usou um par de luvas para combinar comigo, embora as meninas no filme não usassem luvas, mas ninguém realmente percebeu - talvez porque não fôssemos nada parecidas de rosto -, e uma mulher até comentou que estávamos "bonitinhas". Uma vez que Shivani não conseguiu ouvi-la, eu lhe disse que a mulher havia dito que estávamos horríveis e ela sorriu. E aí me vem outra lembrança daquele Halloween. Enquanto dividíamos nossos ganhos no final da noite, Shiv deu  uma mordida em uma barra de chocolate sem saber que tinha recheio de caramelo. Ela odiava caramelo, por isso me entregou o chocolate. Antes que eu pudesse levá-lo a minha boca, minha mãe deu um tapa na minha mão. "Você está tentando se matar?", Gritou. "Quer morrer?" Naquela noite, vi vampiros, fantasmas e um menino com uma máscara pavorosa que parecia ter sangue de verdade escorrendo pelo rosto, mas essa foi a vez em que fiquei mais assustada. Ainda tremia quando fui pra cama.

Agora, olhando para o armário da minha mãe, toco com os dedos as mangas de cada terninho e blusa, esperando ser tomada por uma inspiração. Porém, até agora , só consigo pensar na Barbie Empreendedora, para qual eu usaria o terninho rosa-chiclete que era da minha mãe.

Meus dedos chegam ao fim da viagem no fundo do armário e param em algo macio. Tiro a peça do cabide e a trago para a luz. É um vestido longo branco - nada a ver com um vestido de noiva, mas mais com algo para dormir. Não faço a menor idéia de por que minha mãe tinha essa roupa feia e com pano demais para o seu gosto, mas é perfeita.

Vou ser a Emily Dickinson. Na última parte da sua vida, quando já não saía mais de casa, ela só vestia branco e conversava com amigos e familiares através da porta da frente.

Tiro minha blusa de moletom e calça jeans e passo o vestido pela cabeça. Como todas as roupas da mamãe, esta não vai perfeitamente, mas servirá. Vou ao banheiro e tiro o meu elástico que mantinha meu cabelo preso em um coque. Muito embora Emily Dickinson usasse o cabelo firmemente esticado e um coque conservador na nuca em todos os retratos que vi dela - e eu tenha usado o meu puxado para trás todo dia na biblioteca - , resolvo usar os meus solto hoje, apesar dele está meio rebelde. Se a se escondeu em casa durante anos e não aceitou visitas, é claro que não arrumava o cabelo. Olho-me no espelho pela última vez e , em seguida, desço a escada para pegar minhas luvas e chaves.

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