Capítulo 23

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Naquela noite mais tarde - muito mais tarde, uma vez que o trem parou por intermináveis 50 minutos entre Secaucus e Newark, fazendo-me acreditar, por um breve momento, que eu nunca, nunca, chegaria em casa - , entrei no apartamento silencioso, puxando uma cadeira de rodas para adultos. Finalmente a encontrei em uma loja de rede Goodwill, no Harlem, por 25 dólares, depois de usar todo o meu horário de almoço para ligar para todas as lojas de usados da cidade entes de encontrar uma. Senti um pouco de culpa por comprá-la, passivamente a tirando de alguém que precisa de verdade dela. Porém, enquanto estava lá, prometi a mim mesmo que a devolveria depois que Ben a tivesse usado - e faria uma doação monetária à organização sem fins lucrativo.

Joalin está lendo no sofá. Ela se levanta quando me vê.

- Como foi o trabalho?

A pergunta me faz paralisar. Já faz tanto tempo, pelo menos dois anos desde o divórcio, e provavelmente até mesmo muitos anos antes, que alguém me perguntou isso no final do dia. Que alguém se importou. Só percebi o quanto sentia falta disso - não de Stephanie,apenas de alguém - nesse momento.

- Tudo bem - respondo. - Ben?

- Dormindo - responde. - Ele é um bom menino.

- Eu sei.

Dou um pequeno sorriso. Ele é muito frustante, mas não há como negar que é bonzinho. Genuinamente melhor do que a maioria dos outros seres humanos. Encosto a cadeira de rodas na parede, e sei que será a primeira coisa que ele verá pela manhã.

- Encontramos as canecas de café - diz ela.

- Encontraram?

- Sim. Na caixa em que estavam escritos jogos de tabuleiro,fichas de pôquer e diversos, de todos os lugares.

Olho pra ela.

- Eu tenho fichas de pôquer?

- Tem.

- Hum  - Jogo minha carteira e as chaves na mesinha ao lado do sofá e vou tirando a gravata. - Bem, obrigado - digo - Mesmo. Mesma hora amanhã?

- Sim - diz ela, mexendo-se para recolher suas coisas. - Ah, e encontramos outra coisa.

- Espero que sejam as tigelas de cereal - digo. - Não consigo encontrá-las também. Ben está comendo cereal numa sopeira de cerâmica.

- É um diário - diz ela, e depois pigarreia. - O diário de Emma.

Olho para ela. Nem sabia que Emma tinha um diário.

- Como veio parar nas minhas coisas?

- Não sei, talvez ela tenha deixado na sua casa.

Passo os dedos pelo meu cabelo.

- O quê faço com ele? Devo lê-lo?

Sou dominado pelo súbito desejo de fazer exatamente isso. Entrar no cérebro de Emma e descobrir tudo oq ela estava pensando. Desvendar o mistério que é minha filha adolescente.

- Não! Você não pode ler o diário da sua filha. Isso vai contra todas as regras de educar os filhos. Nunca.

Sei que ela está certa. Ela está certa. Mas, mesmo assim.

- Bem, eu poderia enviar uma mensagem e ver se ela o quer de volta, mas ela não está falando comigo.

- Josh - diz Joalin.

- Eu sei, eu sei - digo, - Tenho certeza de que ela o quer de volta. Vou enviá-lo pelo correio.

- Josh- diz novamente, fitando- me com seus olhos ora azul esverdeado ora azul, que são um pouco diferente do meu já que o meu é azul igual ao mar. Nesse momento está um azul esverdeado intenso.

- O quê? Não vou ler. Juro - digo, colocando a mão sobre o coração. - Onde está?

Ela olha pra mim mais uma vez e depois diz:

- Em cima da sua cômoda.

Ela passa por mim, vai até a sala de jantar para pegar sua bolsa na cadeira solitária, depois se vira e coloca os braços em volta dos meus ombros. Fico parado ali, desajeitado enquanto ela me abraça. Não somos uma família dada a abraços.

- Hã... Jo?

Ela relaxa e suspira.

- Só queria que você encontrasse alguém - diz. - Você não deveria estar fazendo tudo isso sozinho.

Dou risada, mesmo não descordando totalmente dela.

- E aí? Você vai arranjar alguém pra mim de novo? Isso não deu muito certo da última vez.

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